Adolescente se dedica a alfabetizar crianças de Uberaba

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Tereza se dedica a alfabetizar 5 crianças em idade escolar que vivem em situação de vulnerabilidade social em Uberaba, no Triângulo Mineiro.

“Essa é a profissão que realmente gosto e exerço. Sou uma mini professora”, disse Tereza Guaritá em entrevista à TV Integração. Além da educação, a adolescente é apaixonada por artes.

Por conta da pandemia de Covid e o consequente afastamento das crianças da escola, ela decidiu dar aulas para os alunos que apresentavam maior dificuldade e precisavam de apoio para continuar com a alfabetização durante o lockdown.

“Quando ela veio, minha vida mudou”, contou o pequeno Arthur Silva, de apenas 9 anos, uma das cinco crianças auxiliadas por “Tetê”, como a professora é carinhosamente chamada.

Tereza brinca que é como um ‘imã’ dos alunos, pois eles chegaram naturalmente, sem que ela precisasse sequer oferecer seus serviços. “Eu não escolhi minha profissão, a profissão que me escolheu”, contou.

Todas as aulas são preparadas de maneira personalizada, pensando em cada criança e seu grau de dificuldade na leitura e escrita. “Se eu vejo que o aluno não sabe ler, eu passo aulas de leitura. Se eu vejo que a dificuldade maior é matemática, o foco das atividades será na matemática e assim por diante”, explicou.

Apoiada pela mãe, Beatriz Teixeira Guaritá, de 64 anos, Tetê vai para a casa dos alunos e, às vezes, passa horas por lá tirando as dúvidas dos pequenos. Ela conta que só percebeu a dimensão da sua iniciativa ao ver o desenvolvimento de cada criança.

“Quando a primeira criança começou a evoluir, percebi o que eu estava fazendo. Eu senti uma sensação de que cada esforço meu valeu a pena, que eles estavam me ouvindo, me entendendo e dedicando aquele tempo para crescer junto comigo”, disse a futura professora.

Apesar de ensinar o conteúdo trazer um sentimento recompensador para Tereza, essa não é a parte que ela mais gosta, mas sim aprender.

“O melhor de tudo não foi o que eles aprenderam comigo, mas sim, o que eu aprendi com eles. A gente sempre tem uma vaidade de ensinar algo a alguém, né? Mas na verdade o professor mais aprende do que ensina”, declarou.

Segundo Tetê, o dinheiro recolhido das aulas e parte do salário que ganha trabalhando em um banco é reinvestido em tintas, livros, telas e outros materiais para fazer arte.

E quando não está ensinando, ela gosta de pintar e tocar violão. Seus quadros são pintados sempre à mão, com os dedos, sem o auxílio do pincel. “A arte complementa a vida. Tem gente que usa a arte para fugir da vida e tem gente que encontra vida na arte”.

De toda forma, Tetê já sabe qual é o seu grande sonho.

“Quero é ser feliz e fazer com que outras pessoas também sejam e que também sintam interesse pela vida. Eu quero me formar em pedagogia e, se possível, ir para comunidades mais pobres, porque as crianças que mais precisam estão lá”, completou.

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