Lauren Tischendorf, uma diretora de educação especial em Sydney (Austrália), tirou onda com um feito histórico: se consagrou a primeira mulher a nadar em um mar cheio de tubarões. Ela, aos 39 anos de idade, mas que desde criança sempre adorou praticar esportes, decidiu nadar ao redor da ilha de Lord Howe como forma de se desafiar e buscar novas aventuras em sua paixão pela natação.
O local situado no Mar da Tasmânia, a cerca de 600 quilômetros da costa australiana, foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1982, por conta de sua espetacular formação geológica e rica biodiversidade. Além disso, é conhecido por suas fortes correntes oceânicas e águas infestadas de tubarões.
Nadando com tubarões
Antes de dar início à sua missão, Tischendorf sabia que em algum momento iria se deparar com os “peixinhos”. “Há uma seção da ilha que serve como um berçário para eles. Esta era também a região onde a água e o vento mal me deixavam mover. Cheguei a avistar 12 tubarões e daí parei de contar”, disse em entrevista ao site Atlas Obscura.
Em abril de 2021, ela nadou épicos 35 quilômetros ao longo de quase 14 horas e sem auxílio de equipamentos. Logo, precisou treinar tanto seu corpo quanto sua mente para concluir o objetivo antes do pôr do sol, para evitar maiores problemas.
“Achei que tinha tempo suficiente, mas eu tinha calculado mal. Então eu estava nadando no escuro, o que acabou sendo uma bênção disfarçada. O céu estava simplesmente fenomenal e eu tinha uma lanterna brilhando na água e tudo estava iluminado com cores. Eu podia ver recife de corais, animais e tubarões. Foi muito bonito”, adicionou.
Cuidado com o tubarão
Obviamente, uma das partes mais difíceis foi o encontro de Tischendorf com tubarões que habitam o mar da ilha de Lord Howe. “Eles estavam apenas me seguindo e me checando. A maioria eram tubarões-das-galápagos, que são nativos da área e não representam muitos riscos, pois são apenas curiosos”, explicou.
Contudo, a aventureira não se deparou com apenas espécies consideradas inofensivas. Durante uma pausa para se alimentar, ela chegou a ficar frente a frente com um enorme tubarão-tigre — uma das espécies com mais registros de ataques a humanos.
A criatura começou então a segui-la, porém, ela acredita que pode ter se distraído com outro movimento no mar e desistido da perseguição. Assim, seguiu seu caminho sem tentar pensar muito sobre o momento de tensão. “Fiquei um pouco chocada com isso, mas é parte do que acontece quando você está na água”.
A natação que entrou para a história
Após se tornar a primeira pessoa a completar um nado livre ao redor da ilha, Tischendorf colheu os frutos (do mar?) do seu esforço. Ao chegar na terra, “muitas pessoas estavam esperando e torcendo, buzinando, crianças gritando, dentre outras saudações”, revelou.
“Foi realmente incrível porque eu sabia que eles tinham apostado que eu não terminaria. As condições eram tão ruins. Então, foi realmente adorável e maravilhoso que a comunidade estivesse lá me apoiando no final”, completou.
Tendo conquistado a ilha de Lord Howe, Tischendorf já pensa em seu próximo desafio. “Estou planejando uma nova aventura de natação, mas vocês vão ter que esperar para ver. Talvez não ocorra ainda neste ano, mas definitivamente vai acontecer em 2023”, prometeu a nadadora.
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