Quando as pessoas querem aprender mais sobre arte, história e cultura, os museus costumam ser um dos principais destinos. Curiosamente, a palavra museu na verdade deriva da antiga instituição chamada Mouseion, ou “Instituição das Musas”, que continha a famosa Biblioteca de Alexandria e outras salas. Por volta de 530 aC, a princesa e sacerdotisa Ennigaldi-Nanna, do império neobabilônico, foi curadora do primeiro museu público conhecido do mundo.
Situado em Ur, ou atual Dhi Qar Governorate do Iraque, este museu continha artefatos pertencentes ao sul da Mesopotâmia. Muitas das peças que foram exibidas foram realmente escavadas pelo pai de Ennigaldi-Nanna, o rei Nabonidus, ou coletadas pelo antigo rei Nabucodonosor. Ennigaldi-Nanna ajudou a organizar todos esses objetos para informar e compartilhar a história do império.
Aqui aprenderemos mais sobre Ennigaldi-Nanna e o significado de seu museu.
Quem foi Ennigaldi-Nanna?
Henry Justice Ford, “A princesa da Babilônia e a Fênix” para “O estranho Livro de Histórias”, 1913
Nascida em algum momento antes de 547 aC, Ennigaldi-Nanna era filha do rei Nabonido, governante do império neobabilônico. Seu nome significa “Nanna solicita um entu ” e provavelmente foi dado a ela depois que ela assumiu o papel de entu, ou alta sacerdotisa, de Ur. Ela foi a primeira entu em seis séculos e teve uma importância significativa em Ur.
Enquanto a maioria de seus deveres girava em torno de servir como uma “esposa humana” para o deus da lua Sin, ela também supervisionava uma escola para sacerdotisas e administrava parte do complexo do templo de Ur.
Fundação do Primeiro Museu Público
Um cilindro de argila inscrito com uma descrição em três idiomas, usado no museu de Ennigaldi-Nanna para acompanhar um artefato antigo; esses são os primeiros “rótulos de museus” conhecidos
O pai de Ennigaldi-Nanna, Nabonidus, era um arqueólogo entusiasta que conduziu várias escavações na Mesopotâmia, algumas das quais foram acompanhadas pela própria Ennigaldi-Nanna. Depois que o Império Neobabilônico foi conquistado pelo Império Aquemênida, encerrando efetivamente o reinado de Nabonido, Ennigaldi-Nanna continuou a manter uma posição importante em Ur. E por volta de 530 aC ela fundou um museu em um prédio antigo chamado E-Gig-Par, onde também tinha aposentos.
Este museu continha artefatos escavados por Nabonidus e alguns que foram coletados por Nabucodonosor II. Eles incluíam uma cabeça de maça cerimonial, um marcador de fronteira cassita chamado kudurru e parte de uma estátua do rei sumério Shulgi, entre muitos outros objetos, o mais antigo dos quais datado de cerca do século 20 aC. Acredita-se que Ennigaldi-Nanna tenha curado todos os artefatos e atribuído rótulos às coleções. Na verdade, esses antigos “rótulos de museu” foram inscritos em cilindros de argila em três idiomas diferentes, um dos quais era o sumério. Havia até uma forma inicial de catálogos de museus inscritos em tabuletas.
Acredita-se que Ennigaldi-Nanna tenha supervisionado este museu até o final de seu reinado como entu por volta de 500 aC. Posteriormente, a área de Ur declinou sob o domínio aquemênida e o museu foi esquecido.
Descoberta do Museu de Ennigaldi-Nanna
Ruínas do museu de Ennigaldi-Nanna na cidade de Ur, sul do Iraque
Durante séculos, o museu de Ennigaldi-Nanna permaneceu esquecido no tempo. Finalmente, em 1925, as ruínas do edifício e o restante do complexo do templo de Ur foram descobertos pelo arqueólogo inglês Leonard Woolley. Alguns dos objetos, como os cilindros de argila inscritos, foram recuperados durante a escavação.
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Museu é algo maravilhoso né, guardar a história e os artefatos antigos em um lugar que possamos visitar e comtemplar!
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