O uso de cogumelos psicoativos acompanha o homem desde seus primórdios. É uma prática mais antiga que a escrita; na verdade, é mais antiga que o início da própria civilização.
Infelizmente muito do que foi estudado pelas civilizações antigas sobre os cogumelos mágicos foi apagado pelos intensos processos religiosos e de colonização no mundo.
O registro histórico mais antigo que se tem conhecimento do uso de cogumelos alucinógenos é uma pintura nas paredes de uma caverna na Austrália, tem idade estimada em 12.000 anos.
Um achado desses não é uma raridade, existem registros de uso de cogumelos psicoativos nas populações pré históricas em todos os continentes habitados. É um costume tão antigo e enraizado na história, que é quase impossível apontar suas origens. Alguns pesquisadores chegam até a traçar um paralelo entre a evolução do cérebro humano, com o uso de substâncias psicoativas, principalmente a psilocibina.
Essa conexão com o estado de espírito elevado era tão profunda, que os registros dessa prática acompanham de mãos dadas a evolução de como o homem escrevia sua própria história. A partir do momento que as pinturas rupestres começaram a aparecer, lá estavam os desenhos que remetiam a cogumelos e seus rituais, como as pinturas encontradas na Espanha, com mais de 6000 anos.
Os maias, incas e astecas possuíam Deuses e lendas baseadas em cogumelos e plantas que acreditavam ter poderes mágicos, assim, esculturas, monumentos e templos eram erguidos em admiração e respeito à sabedoria enteógena.
Os Astecas chamavam seus cogumelos de “teonanácatl”, que significa, a carne dos deuses. Os raros registros astecas que sobreviveram à brutal colonização espanhola, em conjunto com registros feitos por missionários europeus, nos mostram a importância que tinham na sociedade asteca o “teonanácatl” e outras plantas psicoativas.
Eram considerados presente dos Deuses, o presente fundamental da própria vida, pelo qual se obtinham contato e a sabedoria dos seres superiores. Com frequência eles se reuniam para comer a carne dos deuses, riam, cantavam, choravam, e dançavam, depois partilhavam suas experiências e visões.
Na Grécia antiga, a adoração da Deusa Deméter incluía o consumo de uma bebida que se acredita fortemente que possuía além de outras substâncias, a psilocibina.
No Egito, os cogumelos eram representados em diversas formas de arte, esculturas, estátuas, e um vasto número de palavras e termos, que referiam aos cogumelos como “filhos dos deuses” ou “comida dos deuses”, entre outros. Por não brotar de uma semente, os egípcios acreditavam que os cogumelos mágicos eram colocados na terra pelo próprio Osíris, por isso, seu consumo era permitido apenas a classes superiores.
Infelizmente, muitas dessas sociedades e suas culturas foram apagadas da face da terra por guerras e processos de colonização, e embora tenhamos muitos registros de pinturas rupestres à livros escritos antes de cristo, acredita-se que a grande maioria da história da relação psilocibina/ser humano tenha sido varrida pela ascensão da igreja católica e sua política de demonização à esse tipo de cultura.
Na nossa sociedade moderna, a psilocibina começou a ser oficialmente estudada na década de 50, quando micologistas de Harvard começaram a estudar no México a psilocibina e seus efeitos.
Acompanhavam sessões ritualísticas de pequenas tribos que resistem até os dias de hoje e junto com o trabalho de laboratório que conseguiu isolar a molécula naquela mesma década, deram o primeiro passo nas pesquisas científicas em torno da psilocibina.
Devido ao tabu que ainda contamina nossa sociedade, pouquíssima pesquisa foi feita desde então, sempre enfrentando embargos políticos e religiosos das alas mais conservadoras. Nos últimos anos, porém, temos visto um avanço.
Em 2019 um centro de pesquisas com foco em substâncias psicodélicas foi inaugurado na John Hopkins University, nos EUA. Há também pesquisas que estão sendo realizadas para a introdução da psilocibina no tratamento de casos graves de depressão crônica, de vício em opioides, álcool e outras drogas, doença de lyme, transtorno pós traumático, e outras mazelas.
Como a psilocibina age no cérebro
O que faz a “magia” de um cogumelo mágico é a psilocibina, molécula que oxida ao entrar em contato com o oxigênio, revelando a famosa coloração azulada, responsável pelo apelido “cogumelo azul”. A psilocibina está no interior do cogumelo e ao ser ingerida é metabolizada em psilocina, que é a molécula ativada. Essa por sua vez, chega ao cérebro através da corrente sanguínea e age principalmente no sistema nervoso central.
A psilocina aumenta a atividade da serotonina e, além disso, por terem uma estrutura semelhante entre si, a psilocina também é captada pelos receptores de serotonina, amplificando ainda mais a atividade desses receptores. Grande parte da hipersensibilidade, de sentir, ouvir e ver o que normalmente não vemos é devido a esse fenômeno.
O mais incrível é que pesquisas utilizando ressonância magnética começam a nos mostrar os incríveis e místicos poderes dessa molécula. Já foi descoberto que a psilocibina é capaz de criar um estado de hiper conectividade entre as células nervosas, alterar os caminhos neurais, e até aumentar nossa neurogênese, que é nossa capacidade de criar novos neurônios.
Percebe-se também um grande aumento na atividade do hipocampo e outras regiões associadas com o sonho, as áreas relacionadas as emoções também são acionadas e aumentam sua atividade, induzindo uma sensação de consciência expandida. A alteração temporária dos caminhos neurais nos ajuda a “pensar fora da caixa” e por isso podemos achar respostas em nós mesmos que sem a ajuda da psilocibina nunca encontraríamos.
Os efeitos da psilocibina
Tecnicamente a psilocibina e até mesmo o LSD não provocam alucinações, você não vai enxergar coisas que não estão ali. O que acontece são distorções das imagens, cores, formas e sentidos. Você provavelmente não vai ver elefantes rosa voando por aí, como nos filmes, mas se você tiver realmente olhando para um elefante, talvez você o veja rosa.
‘Bad Trip’
O outro efeito negativo que a psilocibina pode causar, como qualquer outra droga psicodélica, é a famosa bad trip. A bad trip do cogumelo é, como qualquer outra droga, uma mistura de sentimentos negativos, ansiedade e uma vontade enorme de que o efeito da substância desapareça o mais rápido possível. A dica que vamos te dar aqui é uma ideia para pôr na cabeça: a bad trip é como o “bicho papão”, o maior mal que ela pode te causar, é o próprio medo que você sente dela.
Racionalize, você ingeriu aquela substância por vontade própria, buscando uma experiência mística, então tente tirar aprendizado do momento. Talvez esse mal estar esteja acontecendo por alguma angústia interior, talvez não.
Cabe a você tentar se manter calmo, tentar relaxar e saber que os efeitos que você está sentindo são fruto de uma substância que está no seu corpo em uma quantidade finita de moléculas. Você “viaja”, “fica doidão”, porque a psilocina está agindo no seu corpo. Uma hora ela acaba e você volta ao normal, com uma experiência de vida a mais na bagagem.
É sempre complicado falar sobre bad trip, é um assunto delicado e pode envolver inúmeras abordagens. Ao falarmos sobre isso aqui, assumimos a postura de quem já passou por isso e tem experiência com substâncias alucinógenas a mais de uma década e nada mais que isso. Nunca tomaríamos irresponsavelmente a postura de um profissional da saúde, então, se quiser conversar com quem tem diploma para falar disso, procure um profissional especialista.
Dito isso, existem algumas dicas gerais que ajudam a evitar uma viagem errada de cogumelo:
- Sempre tenha um vigia, alguém que não vai ingerir os cogumelos e vai se certificar que ninguém coloque a si mesmo e outros em situações perigosas. A presença de uma pessoa sóbria traz calma e segurança para quem está tomando.
- Prefira errar a dose para menos do que para mais. Melhor ficar menos chapado do que chapado além da conta. Na próxima quem sabe você aumenta um pouco a dose, se exagerar, talvez você nunca mais queira uma próxima!
- Escolha a dedo suas companhias. Essa dica não precisa de muita explicação, você não vai querer entrar em uma das experiências mais diferentes e únicas da sua vida ao lado de alguém que você não se sinta 110% à vontade.
- Escolha o local com cuidado. De preferência um ambiente controlado, evite tomar ao ar livre. Ao contrário do que alguns pensam, um ambiente controlado como uma sala ou quarto não vai te dar a sensação de claustrofobia mas sim a sensação de segurança. Tomar ao ar livre pode atrapalhar e muito a vida do vigia. Certifique-se também que ninguém de fora irá chegar para atrapalhar! Não tem nada pior que ter que conversar com alguém que não entende da situação quando você está tendo uma onda de cogumelo.
Nunca faça nada que você não se sinta totalmente confortável.
de: blog.mapadamaconha.com.br
https://escoladelucifer.com.br/cogumelos-alucingenos-reiniciam-crebro-de-pacientes-com-depresso/
https://escoladelucifer.com.br/estudo-explica-que-os-psicodelicos-podem-fazer-bem-para-a-saude-mental/
https://escoladelucifer.com.br/psilocibina-restaura-cerebros-fragmentados-limitados-e-depressivos/
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Mto boa a matéria irmã, gratidão! Sdd dos cogumelos <3 Luz p'ra nós!
Medicina santa💚
Damos graças à Deus!
Luz p’ra nós!
Que a medicina Santa seja mais respeitada a partir de agora.
Gratidão.
Luz P’ra Nós!
Luz p’ra nós!
Luz P’ra Nós!
Muito obrigado pelo post, muito interessante. Luz p´ra nós!
Gratidão pela matéria. Luz p’ra nós!!
Adorei a matéria, ontem mesmo fiz uma pesquisa sobre. Até procurei aqui no campo para estudar mais a espécie! Obg 💕 Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós!
Muito bom pra desmitificar o uso de cogumelos pra expansão.
Luz p´ra nós!
Saudades coguzinhos…. grata pela matéria. Lux p’ra nós! 🍎
Luz pra nós!
Luz p’ra nós!
Muito bom explicar todos os cuidados! Gratidão!
Luz p’ra nós!
Muito interessante! Tenho vontade de comungar! Luz p’ra nós!
Luz pra nós
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Luz p´ra nós !!
Luz p’ra nós!
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Muito interessante, luz para nós!
Gratidão. Luz p’ra nós!
Muito bom!
Luz p’ra nós
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