Buda – Apego -Reflexão

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Se apego é ligação afetuosa, estima e é justamente essa sensação que nos aproxima de Deus, que nos traz alívio, então estamos sempre em constante perda e caindo no escuro com frequência? Até mesmo o mais bruto dos homens sem estima por alguém acaba por cair em amargura de qualquer forma… já estava no escuro.

‘Tocar’ o escuro faz parte do existir. ‘Tocar’ o escuro é ter a sensação de agonia, desespero, perda, impunidade, carência, desmotivação… É sensação de ausência de Deus.

Viver é sentir, sem o sentir qual seria o sentido de viver?

A frase de Buda nos leva a refletir sobre as perspectivas advindas da dualidade, que é o que faz a vida acontecer!

Quando se fala em luz, logo se remete ao seu oposto, escuridão. Todas as sensações, emoções e formas de existência têm seus opostos amor- ódio, agonia – alívio, feio-bonito, vazio-cheio, longe-perto, baixo-alto, homem-mulher, bom- mau e assim por diante…

Então “perder” é parte do “ganhar” senão é apenas parasitar…

A vida é movimento em constante paradoxo.
Amanhã se perde porque ganhou no hoje o que tinha perdido ontem… na relatividade do tempo mostrando que em tudo há complemento até no mais cruel dos movimentos…

Você pensa em se “iluminar” não podendo mais se apegar?

De que vale a beleza da obra se você não tiver a perspectiva do que é dor e sofrimento?

Cada um de nós precisa do outro. A salvação não é individual!

Viver consciente é sofrer consciente.
Viver consciente não é não sofrer!

Portanto, não caia na ilusão de achar que a vida é eterno paraíso, mesmo sendo –paradoxo.

Se a vida é movimento, claro e escuro andam lado a lado, um dando perspectiva pro outro.

Isso explica porque quando tudo está parecendo muito alegre e radiante, logo vem o desânimo e a angústia.

Flutuar sobre esses momentos é saber que somos perspectiva e não totalidade…

E quando não conseguirmos flutuar, observamos, porém deixar de amar não é a saída e junto com o amor vem a estima (apego), apenas conseguirá adiar a dor de amar, porque amar dói, machuca e é preciso que a honra se una ao amor, senão, por ser forte demais e intenso demais acaba destroindo e ‘matando’,

Abster -se do sentir é abster -se de viver!

Observe que aqui na linha temporal há os momentos, pelos quais todos nós passamos. Eles sao eternos, nós somos passageiros na linha do tempo. Não somos os momentos, tanto que eles mudam. A cada momento temos sensações diferentes dependendo das situações, não é mesmo?

Somos deus, mas sem Deus, somos nada, nem respirar, respiramos. Ele quer que possamos viver na alegria, mas sabe que esquecemos rápido da dor, e acabamos não dando o devido valor ao alívio, somos imperfeitos pra que Ele seja a perfeição. A humildade em reconhecermos a nós mesmos como imperfeitos que somos nos faz entregar o amanhã pra Ele.

Lembrar que somos o erro pra que Ele seja a perfeição nos dá direção pra seguirmos firmes em todos os momentos que passamos, porque todos passamos! Você não é privilegiado na sua dor, nem no seu amor, nem na sua angústia… Observemos.

É esse o ponto que é tratado na escola do Mestre Bob Navarro, não tem tudo a ver com a sua vida, com as nossas vidas?

Todos os sentimentos e emoções que passamos por essa vida não são os mesmos? As emoções são vivas e lembrar disso quando passamos por elas nos faz sentir o que quer que seja de forma consciente, mas não dá pra deixar de sentir, sentir é viver! Viva!

O apego faz parte da vida e é importante, ninguém vive sozinho, já houveram mestres que passaram por esse caminho de solidão pra compreensão de si mesmos, no caso de Buda e há um único Mestre que passou por TODOS os caminhos e por isso ELE é o caminho a Verdade e a Vida.

Tudo faz parte de Deus, não queira ficar só na Luz, ou queira, porém saiba que não será por muito tempo. Porque o escuro precisará da sua luz pra que você mesmo tenha valor pra si.