Françoise Bettencourt Meyers, herdeira da família que fundou a L’Oréal, vem de uma linhagem marcada por influentes figuras e eventos históricos. Sua mãe, Liliane Bettencourt, começou sua jornada nos negócios como aprendiz aos 15 anos e, eventualmente, herdou a participação de seu pai, Eugène Schueller, o fundador da fabricante de cosméticos. Liliane faleceu em 2017, deixando um legado significativo para sua filha.
Por outro lado, o pai de Françoise, Andre Bettencourt, foi um herói de guerra francês condecorado, conhecido por sua resistência aos nazistas. Além de seu heroísmo militar, ele serviu como ministro do governo por duas décadas e foi vice-presidente da L’Oréal até 1994. Sua morte em 2007 deixou um vazio na vida da família Bettencourt.
Apesar das influências da alta sociedade em sua vida, Françoise nunca se deixou envolver pelo glamour. Em vez disso, sua paixão pela literatura a levou a escrever livros sobre mitologia grega e relações judaico-cristãs. Seu trabalho mais recente, “Regard sur la Bible” (Um Olhar sobre a Bíblia), publicado em 2008, reflete seu interesse em questões espirituais e culturais profundas.
Além de seu legado financeiro, Françoise Bettencourt Meyers herdou uma série de ativos valiosos, incluindo dezenas de bilhões de dólares e propriedades de prestígio. Entre essas propriedades, destaca-se uma mansão localizada em Neuilly-sur-Seine, uma região nobre a oeste de Paris, que reflete o estilo de vida luxuoso associado à família Bettencourt. Além disso, ela possui uma casa de férias situada no promontório de Arcouest, no oeste da França, proporcionando um refúgio tranquilo para momentos de descanso e lazer.
A relação entre Françoise e sua mãe, Liliane Bettencourt, sempre foi marcada por tensões e conflitos. Desde a adolescência, as duas enfrentaram desafios em conciliar suas visões de mundo e interesses pessoais. Enquanto Liliane se envolvia na vida social glamorosa, Françoise mostrava mais interesse por atividades intelectuais, como a leitura de livros e a prática do piano. Essas diferenças de personalidade e estilo de vida contribuíram para uma dinâmica complexa entre mãe e filha, repleta de altos e baixos emocionais.
No campo da filantropia, Françoise demonstrou um compromisso notável com causas sociais. Após o trágico incêndio da Catedral de Notre-Dame de Paris, ela e a L’Oréal fizeram uma doação de US$ 226 milhões para reparos na construção histórica. Além disso, ela estabeleceu sua própria fundação de caridade, a “Fondation Bettencourt Schueller”, que apoia novos artistas plásticos, e a “Fondation Pour l’Audition”, que ajuda pessoas com surdez, especialmente crianças, que enfrentam dificuldades financeiras para acessar aparelhos auditivos e tratamento médico.
Apesar de seus esforços notáveis na esfera filantrópica, Françoise também enfrentou controvérsias ao longo de sua vida. Em 2008, ela processou François-Marie Banier por desviar dinheiro de sua mãe e iniciou um processo para declará-la mentalmente incapaz, ela tinha Alzheimer. Esse episódio levou ao escândalo Woerth-Bettencourt, revelando gravações secretas que foram usadas como evidência. Em dezembro de 2010, Françoise anunciou que havia feito um acordo fora do tribunal com sua mãe e Banier, encerrando assim uma disputa familiar prolongada.
Françoise Bettencourt Meyers personifica uma vida marcada por sucesso empresarial, compromisso social e controvérsias familiares. Sua jornada é um testemunho do complexo interplay entre riqueza, influência e valores pessoais, destacando os desafios e responsabilidades que vêm com a herança de uma das fortunas mais proeminentes do mundo.
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