Durante a história da vida na terra, milhões de espécies desapareceram e muitas delas sequer puderam ser vistas por nós. Mas com o avanço do desenvolvimento urbano e industrial, além da caça de animais, milhares de espécies foram extintas da natureza graças à mão humana. A ararinha azul (Cyanopsitta spixxi) é uma delas.
Mas graças aos esforços de biólogos e zoólogos, o Brasil voltará a ter sua população original de ararinhas azuis. Extintas na natureza há mais de 20 anos, a parceria entre a Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP), a PAN-Ararinha Azul e o ICMBio adaptará 50 ararinhas azuis para o seu habitat natural, na Bahia, e caso o plano ocorra da maneira esperada, a extinção da espécie estará brecada.
Os animais, divididos em proporções similares entre homens e mulheres vieram de institutos de conservação da Alemanha e chegaram no último dia 3 para a fase de adaptação ao ambiente da caatinga, onde cientistas testarão sua adaptação para microorganismo e capacidade de resistência à situações de risco, para que sejam livres novamente.
“A ararinha-azul é uma das espécies símbolo da necessidade de conservação da biodiversidade. Ela é mais uma das espécies de vertebrado mais retiradas da natureza e dizimadas no seu ambiente natural. Nosso esforço é para que 50 ararinhas-azuis venham para o Brasil. Todas elas da Alemanha”, contou Camile Lugarini, do ICMBio
Muitos especialistas se preocupam com o risco da adaptação. Por fazer mais de 20 anos que os últimos animais selvagens tenham sido vistos na natureza, é difícil mensurar se essas ararinhas estarão adaptadas completamente ao arriscado ambiente natural.
A ACTP investiu cerca de 2 milhões de euros no Centro de Reprodução e Reintrodução das Ararinhas-Azuis, que será na Bahia. A parceria pode recuperar de maneira assertiva a espécie, mas os riscos colocados em jogo são altos.
“Vale ressaltar que os animais aqui no Brasil serão novamente testados para todos os agentes presentes no protocolo, passarão por uma quarentena conforme as exigências do MAPA. Ainda, lembro que os animais estarão em ambiente isolado e, antes de qualquer soltura, passarão por novas baterias de exames para garantir que estarão sadias para viverem em vida livre!”, afirmou Ugo Vercillo, do ICMBio para o site O Eco.
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