Apelidada de “a maior exploradora feminina de todos os tempos” e a “mulher mais viajada da Idade Média”, Gudrid, a Viajante, deixou seu nome na história. Nascida aproximadamente em 985, no oeste da Islândia, ela teria realizado oito viagens marítimas pelo Atlântico até a sua morte em 1050, numa época em que era muito difícil e perigoso velejar pelo mundo.
O pouco que sabemos sobre a sua vida vem das obras A saga de Érico, o Vermelho e A saga dos groenlandeses, que descrevem a exploração viking e a tentativa de colonização da América do Norte.
A vida de Gudrid
A história de Gudrid, a Viajante, é contada por duas sagas que foram contadas e recontadas diversas vezes até serem impressas no século XIII. Devido a esses 200 anos de transmissão oral, diversas inconsistências foram aparecendo, sem contar que as histórias misturam fatos com ficção.
Suas páginas estão repletas de dragões, trolls e outras coisas sobrenaturais. Mas o princípio central das sagas foi comprovado pela arqueologia: na década de 1960, os restos de um posto avançado viking foram desenterrados em L’Anse aux Meadows, no extremo norte das Américas. Entre os escombros foi encontrado um fuso de fiar algodão usado pelas mulheres no passado e possivelmente manuseado pela própria Gudrid.
De acordo com a história islandesa, ela teria viajado para a Groenlândia com seu pai quando tinha apenas 15 anos. Metade da tripulação da embarcação faleceu no caminho, mas Gudrid foi resgatada por Leif Erikson, filho de Erik, o Vermelho — um amigo próximo de seu pai. Então, ela se estabeleceu na região e eventualmente se casou com Thorstein Erikson, irmão de Leif e filho de Erik.
Novo casamento e criação de um legado
Depois de Thorstein ter morrido vítima de uma praga que dizimou o assentamento onde o casal estava ficando, Gudir retornou ao assentamento oriental da Groenlândia e se casou novamente. Desta vez, seu novo marido se chamada Thorfinn Karlsefni, um comerciante da Islândia. A pedido dela, os dois lideraram uma tentativa de colonizar um novo território chamado Vinland com um grupo de 60 homens, cinco mulheres e alguns animais.
Nessa região, Gudrid deu à luz Snorri Thorfinnsson, o primeiro bebê europeu nascido e relatado no Novo Mundo. Pesquisadores acreditam que isso possa ter acontecido entre 1005 e 1013. A tentativa de colonização na América do Norte durou apenas três anos. Nesse período, condições adversas, isolamento e relações hostis com os nativos fizeram os vikings recuarem.
Mesmo após a missão fracassado em Vinland, Gudrid e sua família foram recebidos como heróis pela corte real da Noruega, enriquecendo com a venda de produtos exóticos e se estabelecendo na Islândia para o restante de suas vidas. Não se sabe ao certo quando Gudrid morreu, mas é sabido que ela concluiu a sua lendária jornada realizando uma peregrinação a pé até Roma — coroando seu rótulo de excelente viajadora.
Ela estabeleceu uma família poderosa e influente. Entre sua ilustre descendência estiveram os três primeiros bispos da Islândia e um complicador de sagas islandesas do século XIV, responsável por fazer com que a história de sua vida fosse passada para frente.
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De certo que era uma mulher de coragem e destemida!
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Gratidão pelo post!
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