Mari é uma Deusa nativo-brasileira da tribo Ikpeng que vive na região do Xingu, no estado do Mato Grosso.
A Deusa do mel nos ensina a usufruir da doçura da vida e a crer que nosso trabalho traz recompensas.
Como a Deusa Grega Melissa, Mari é uma mulher transformada em abelha. Sua dádiva – o mel – era acolhida entre os diversos povos indígenas como um iguaria muito especial. Muitas tribos festejam a “Festa do Mel”, comemoração da coletividade, com festas e danças.
Mari é também uma Deusa de sacrifício, uma vez que morre para alimentar o filho. Neste sentido, assemelha-se à Deusa esquimó Sedna, que , ao perder seus dedos, gerou os mamíferos marinhos que alimentam seu povo.
Mito
Mari recebeu da ave chamada papa-mel a dádiva do mel e o deu a seu filho Kuyuparé, o Trovão. O menino comeu tudo e pediu mais. Mari pediu que o marido fosse buscar, e ele alegou estar ocupado. Ela insistiu, ele irritou-se, e foram os dois. Encontraram a Casa da Abelha, e ele obrigou Mari a tirar o mel. Ela enfiou a mão no buraco da árvore e destroncou o braço, ficando presa. Ela morreu e virou a abelha que hoje traz ao povo Ikpeng a dádiva do mel.
Quem são os Ikpeng?
Eles são uma tribo indígena relatada no início do século XX, quando viviam em estado de guerra com seus vizinhos alto-xinguanos. Porém, após o descobrimento dessa tribo, contato com o mundo não-indígena foi até que recente e ocorreu no início da década de 60, tendo conseqüências desastrosas para a tribo, que foi reduzida em menos da metade em razão de doenças e morte por armas de fogo. Foram então transferidos para os limites do Parque Indígena do Xingu e “pacificados”.
Deusas abelhas em outras mitologias
Em vários países do mediterrâneo foram encontrados vestígios de antigos cultos (3000 a.C.) de uma Deusa das Abelhas, mas sem que sua exata identidade fosse conhecida. Gravações em tábuas votivas representam a Deusa como uma abelha, com cabelos trançados como serpentes e com um bico de pomba, combinando assim traços característicos de Atena, Ártemis, Afrodite e Medusa. Desenhos nas paredes do palácio de Knossos corroboram para comprovar a existência de uma Deusa das abelhas na antiga Creta.
A Deusa cultuada na Anatólia (Ásia menor, 3500-1750 a.C.) era representada usando uma tiara em forma de colméia; o mel era considerado sagrado e usado para embalsamar os mortos enterrados em posição fetal. Vários mitos descrevem a restauração da vida após a morte com o auxílio do bálsamo de mel da Deusa. Deméter era chamada de Mãe Abelha e no seu festival Thesmophoria, reservado apenas às mulheres com oferendas que eram constituídas de pães de mel e gergelim em forma de órgãos sexuais femininos.
Um dos símbolo de Afrodite era um favo de ouro e Suas sacerdotisas eram chamadas Melissas, assim como também as que serviam nos templos de Deméter, Ártemis, Rhea e Cibele, nos cultos da Grécia, Roma e Ásia menor. Essas sacerdotisas exerciam funções oraculares, se alimentavam apenas com pólen e mel e recebiam o dom de falar a verdade da Deusa Abelha, que a sussurrava nos seus ouvidos.
As abelhas eram consagradas à Deusa desde a antiga civilização matrifocal de Çatal Huyuk (Anatólia) e aparecem nos mitos gregos como “pássaros das Musas”, atraídos pelo aroma das flores do qual preparavam o mel, considerado um néctar divino. Acreditava-se que as abelhas eram almas das sacerdotisas que serviram às deusas Afrodite e Deméter, acompanhando a passagem das outras almas entre os mundos.
O nome científico da classe das abelhas – Hymenoptera – que significa “asas de véu” refere-se ao hymen, o véu que ocultava o altar interno nos templos da Deusa, assim como sua contraparte no corpo feminino. A defloração era um ato sagrado realizado com a bênção da Deusa no seu aspecto de Hymen, a padroeira da noite de núpcias e da lua de mel, que tinha a duração de um ciclo lunar e menstrual.
A combinação de sangue menstrual com mel era considerada antigamente o elixir sagrado da vida, o néctar criado por Afrodite e ingerido pelos seus sacerdotes e adeptos.
Na cosmologia nórdica o néctar de inspiração, sabedoria, magia e vida eterna era uma combinação de mel e do “sangue sábio” contido no caldeirão do ventre da Mãe Terra.
No mito finlandês o herói Lemmin Kainem, oferecido em sacrifício e enviado para o mundo subterrâneo da Deusa da morte Mana, foi ressuscitado pela sua mãe com a ajuda do mel mágico trazido pela sua protetora espiritual Mehilainem, a Abelha. Antigas seitas cristãs celebravam um rito de amor que incluía a ingestão da mistura de mel com sangue menstrual, para fins de renovação e renascimento.
No folclore, as abelhas eram associadas tanto com a vida, quanto com a morte. Se abandonassem sua colméia, isso era um mau presságio para o dono; em caso de morte de alguém da propriedade, as abelhas deviam ser “avisadas” e imploradas para não irem embora, suas colméias sendo viradas depois na direção contrária à casa.
Na Irlanda as pessoas compartilhavam seus projetos às abelhas por considerá-las mensageiras dos deuses, assegurando assim a prosperidade. Frases como “pergunte às abelhas que elas sabem” ou “use a sabedoria das abelhas” são comuns nas Ilhas Britânicas. A santa católica Gobnait (adaptação cristã de um aspecto da Deusa Brigit) salvou sua paróquia de uma invasão segurando uma colméia nas mãos, o enxame de abelhas cercando e cegando os bárbaros.
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Nome da minha irmã
Significa abelha:
Débora
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