As origens das pinturas corporais e simbologias

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As pinturas corporais são manifestações artísticas utilizadas pelos seres humanos desde os tempos mais remotos. O corpo é um canal para a expressão em diversas civilizações, de diferentes lugares do planetas e em tempos distintos.

Desde as tribos indígenas e africanas até os dias de hoje, esse tipo de arte faz parte do processo dos seres humanos como indivíduos e como parte da coletividade.

As pinturas são mais do que uma arte estética, elas transmitem a história da ancestralidade indígena, além da ritualidade em expressar os valores e símbolos mágicos de uma cultura.

Além do mais, as marcas de cada tribo são diferentes, cada uma leva autenticidade e a força da sua etnia.

pintura corporal é uma expressão de grande importância para a maioria das tribos indígenas brasileiras. Eles pintam seus corpos como forma de honrar suas raizes e tribos, através de simbologias. Geralmente, as pinturas são feitas para serem usadas em momentos de celebrações e rituais, seja de luto, casamentos, caça, preparações para a guerra ou cura de doenças.

Pintura corporal indígena

(À esquerda, mulher Kadiwéu adornada com pintura corporal. À direita, criança Kaiapó com o corpo pintado).

Existem muitos povos indígenas e diversas maneiras de adornar o corpo com tintas, sendo esses pigmentos extraídos de elementos naturais. Para obtenção do vermelho geralmente é usada a semente de urucum, já o preto é feito através da maceração da polpa do jenipapo verde. Há ainda alguns povos que utilizam o calcário para produzir a cor branca.

A aplicação desses pigmentos é feita utilizando vários instrumentos, como varetas, madeiras, pedaços de algodão, pincéis variados e, principalmente, as mãos.

Uma das tribos que se destaca na pintura corporal pelo seu caráter delicado e minucioso, é o povo Kadiwéu, presente no Mato Grosso do Sul. Antigamente, essa arte era mais praticada, hoje em dia, infelizmente ela foi perdendo espaço e é aplicada em cerâmicas que são vendidas para turistas.

Pintura corporal africana

(Pintura corporal tradicional de uma das tribos do Vale do Rio Omo, na Etiópia).

Da mesma forma que as civilizações indígenas no Brasil, as populações tribais africanas também lançam mão de pinturas no corpo como uma importante expressão cultural ligada geralmente à religiosidade e posições hierárquicas no grupo.

Cada povo utiliza determinados tipos de pintura dependendo da ocasião e dos diversos rituais que realizam.

Os povos do Vale do Rio Omo, localizado no sul da Etiópia, são mestres da pintura corporal. Essas populações ainda conseguem preservar essa tradição pois se mantém resguardados do contato com as civilizações ocidentais. Dessa forma, seus costumes são ainda hoje muito parecidos com os dos seus antepassados.

Normalmente, os povos africanos utilizam como tintas pigmentos extraídos de seivas de plantas, rochas vulcânicas, argilas de cores variadas, entre outros elementos naturais.

No Ocidente, a arte africana foi usada como referência e inspiração no modernismo europeu, sobretudo no cubismo.

Pintura corporal hindu

pintura corporal hindu

Nas tradições hindus há também o costume de adornar os corpos com pinturas. Especialmente nos casamentos, as mulheres são enfeitadas com delicados desenhos.

Esses desenhos são símbolos de bom presságio e de um ritual de passagem. A partir daquele momento a moça passa a fazer parte da família de seu marido. Outro elemento que simboliza essa ligação é a marca vermelha feita na testa da mulher.

henna é pigmento escolhido para os adornos. Essa tinta é feita a partir de uma planta chamada mehendi. O arbusto é comum em regiões quentes e suas folhas são desidratadas e moídas para fazer a tinta, que dura alguns dias na pele.

Provavelmente, esses povos desenvolveram as pinturas permanentes com o intuito de fixar na pele sua história, diante da vida nômade e frequentes mudanças de local.

Com o tempo, a tatuagem foi ganhando cada vez mais espaço em diversas populações e tendo diferentes propósitos, como diferenciação de grupos sociais, sinalização de pessoas escravizadas e prisioneiros, ornamentação e como elemento em rituais. Há registros antigos dessa expressão em diferentes partes do mundo, como o Taiti, Japão, Nova Zelândia, Índia e África.

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