Conhecida por “aquela que ouve os lamentos do mundo”, Kuan Yin representa o arquétipo da misericórdia, da amorosidade e da compaixão. Ela inspira um ensinamento da fonte primordial, e nos mostra que os atos meritórios são o caminho divino para nos libertarmos de nossos atos cármicos.
A deusa Kuan Yin geralmente apresenta o Akash Mudra em suas mãos.
A adoração a Kuan Yin foi introduzida no budismo chinês no século I, cuja aparição sob forma feminina, intuitivamente maternal, foi inicialmente referida no Saddharma-pundarika Sutra (ou Sutra do Lótus) – um dos mais importantes ensinamentos de Buda.
Suas referências no Sutra do Lótus faz-nos buscar nossa sabedoria interna e reconhecer a manifestação do sagrado em nós e em tudo o que nos cerca.
Há muitas analogias e histórias atribuídas a suas origens, dentre as quais, que seja o Bodisatva Compassivo, uma das muitas manifestações (faces da compaixão) de Avalokiteshvara. A lenda mais célebre eflui no século XII, na figura da princesa Miao Shan, que viveu na Dinastia Zhou, em 700 a.C., e somente após a morte foi transformada em divindade.
A benevolência e amorosidade com todos os seres sencientes junto a forte espiritualidade, sobretudo em momentos de grandes dificuldades, consentiram-na a realização de milagres, personificando em sua imagem a compaixão incondicional.
Kuan Yin aparece no Sutra do Lótus e nos ensina a trilhar o caminho da sabedoria.
A deusa da misericórdia é representada com muitos elementos significativos como a flor de lótus, que mostra a suprema espiritualidade alcançada por ela e que podemos conquistar; o jarro de água (ou vaso sagrado), que a conecta com os oito símbolos budistas da boa fortuna; o akash mudra, gesto feito com as mãos no intuito de concentração e focar o ponto de energia dentro de nós e nos reunir com a consciência coletiva; e o ramo de salgueiro, que exprime resiliência.
A coroa, que retrata a luz infinita de Amitabha, mentor de Kuan Yin; o pássaro, enfatizando a fecundidade enquanto potência em nosso ser; o colar, cujas contas remetem aos seres vivos e seus processos para alcançar a luz; bem como o livro (ou rolo de papéis), que manifesta o Dharma; e o dragão, correspondendo a sabedoria e alta espiritualidade; são outras simbologias relevantes que configuram a sua imagem na arte decorativa.
Na cultura tibetana, a figura de Kuan Yin é representada pela Deusa Tara.
Essencialmente, Kuan Yin abarca a mãe onipresente, plena de pureza espiritual, que intercede em todas as direções simultaneamente. É capaz de sentir as aflições de todos os seres e responder misericordiosamente as orações, assim como amparar aqueles que transgridem leis universais e não suportam o retorno cármico.
Por este motivo, não é de se surpreender que algumas vertentes budistas a esculpem alegoricamente com oito braços ou mais.
A arte decorativa de Kuan Yin assegura beleza e proteção para o ambiente.
Ao inserir Kuan Yin na decoração – seja por meio de esculturas, incensários, fontes e pinturas – irradiará a beleza, benevolência, proteção e sabedoria maternal.
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