Bacuri

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NOME INDIGENA: BACURÍ-PARI vem do tupi guarani e significa “fruta que cai” e o adjetivo PARI – o que cerca, pelo fato de os índios o cultivarem para cercar suas roças. Também recebe o nome de Bacuri de Bico, Bari-pari e Bacupari-açú.

Nativa da floresta amazônica, a árvore do bacuri tem sido alvo de um conflito histórico que envolve, de um lado, a extração de madeira, e do outro a coleta dos frutos – também chamados de bacuris –, que são majoritariamente consumidos pelas populações locais.

Até a década de 1970, no estado do Pará, o bacuri era mais consumido do que o cupuaçu – fruta de sabor semelhante ao do bacuri e também muito comum na região norte do Brasil.
A situação se inverteu quando o cultivo de bacuri começou a ser quase dependente da atividade madeireira, o que promoveu uma ampla derrubada das árvores e reduziu muito o estoque natural de plantas adultas locais.
Enquanto isso, o cupuazeiro continuou sendo cultivado para a obtenção de frutos, o que popularizou o consumo do cupuaçu na região amazônica e para além dela.
As consequências negativas da extração de madeira da árvore do bacuri – como a redução da variabilidade genética da espécie e prejuízo à população cabocla local – resultaram em esforços para reverter a situação.
O fruto do bacuri voltou a ocupar uma posição de destaque, junto com o açaí, a pupunha e o cupuaçu, entre as frutas nativas da Amazônia de maior aceitação pelos consumidores. A tendência é que todas elas conquistem, com o tempo, o mercado nacional e, eventualmente, o global.

Dicas para cultivo
É de fácil adaptação aos mais variados tipos de solo e climas, e por isso pode ser cultivado em todo o território brasileiro. Aprecia temperaturas medias de 16 a 32 graus para uma boa safra de frutos. No Sito Frutas Raras temos uma variedade adaptada e resistente a geadas de até -1 grau, cujos frutos são bem doces. Pode ser cultivado em solos argilosos de áreas inundáveis (plintossolo), em terra roxa ou vermelha de alta fertilidade (nitossolo ou latossolo) e solos brancos ou arenosos de rápida drenagem (argissolo); estes devem ter pH entre 5,5 a 7,0, sendo o nível de 6,0 ideal para cultura comercial e produção de frutos mais doces. As chuvas devem ser bem distribuídas e com uma estação seca de pelo menos 90 dias. Começa a frutificar com 5 a 6 anos após o plantio.

Mudas
As sementes são alongadas e recalcitrantes (perdem o poder germinativo rapidamente), por isso devem ser plantadas (escolher sempre as maiores) logo que retiradas da polpa. O substrato de germinação deve ser feito de 50% de terra de superfície + 50 % de matéria orgânica bem curtida. As sementes germinam com 40 a 75 dias, com índice de germinação de 90%. Convém plantar uma semente diretamente em embalagem individual com 30 cm de altura e 15 cm de largura contendo substrato já indicado. Manter os sacos plantados em sombreamento de 50% até atingirem 20 cm, quando devem ser transferidas para o sol pleno. As mudas crescem lentamente, ficando com 35 cm aos 15 meses de vida, quando já podem ser plantadas no local definitivo.

Plantando
O espaçamento em pleno sol ou na sombra deve ser de no mínimo 5 x 5 m entre plantas. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e ser preparadas com 3 meses de antecedência, adicionando aos 30 cm da terra da superfície 4 kg de composto orgânico bem curtido, 50g de farinha de osso e 1 kg de cinzas de madeira que tem potássio e beneficiará o crescimento. O plantio deve ser feito no inicio das chuvas em outubro a dezembro. Nos primeiros 3 meses convém fazer uma irrigação com 10 l de água a cada 15 dias.

Cultivando
Não é exigente a irrigações freqüentes, mais requer que a coroa de onde foi plantada tenha cerca de 10 cm de cobertura morta (capim seco) para manter a umidade. Fazer podas de limpeza e formação no inverno eliminando os ramos que brotarem na base do tronco e os galhos cruzados ou voltados para o interior da copa. A adubação é feita com 500 g de cinza ou 150 g de cloreto de potássio no inicio da floração beneficia a circulação da seiva da planta e evita as pipocas ou bolhas na casca do fruto. Nos meses de novembro faz-se a adubação orgânica de 6 kg de composto orgânico bem curtido, abrindo-se valas de 06 cm de largura, 30 cm de profundidade e 1 m de comprimento na projeção da copa.

Usos
Frutifica nos meses de janeiro a março. Os frutos são muito doces, refrescantes e com polpa translúcida e gelatinosa, próprios para consumo in-natura. A árvore é de belo efeito ornamental e não podem faltar no pomar de sua chácara ou fazenda e também estar presente em projetos de revegetação permanente.

Benefícios e propriedades do bacuri
O bacuri oferece muitos benefícios à saúde, sendo utilizado em sorvetes, bombons, sucos, geleias, doces, bolos e purê, ou consumido in natura. A fruta é uma excelente fonte de fósforo, ferro e vitamina C, além de betacaroteno, um antioxidante que fortalece o sistema imunológico, prevenindo doenças, e contribui para a saúde da pele.
Das sementes são extraídas o óleo e a manteiga de bacuri, utilizados na medicina popular da região amazônica como um remédio natural contra picadas de aranha, cobra e outros insetos.
Com popularidade cada vez maior na indústria de cosméticos, esses produtos têm sido utilizados como hidratantes e cremes revitalizadores da pele, além de reduzir manchas e diminuir cicatrizes.

O que o bacuri pode fazer pela sua saúde?
Reduz o colesterol
As fibras presentes no bacuri ajudam a controlar o açúcar no sangue e reduzem os níveis de colesterol LDL (o colesterol “ruim”), prevenindo diabetes e doenças cardiovasculares. Pode também auxiliar na perda de peso saudável.

É um anti-inflamatório natural
A ação das fibras aliada à ação anti-inflamatória e cicatrizante fazem do bacuri um grande aliado para pacientes que apresentam certas complicações de saúde, como hipertensão, obesidade e diabetes, além de reduzirem a inflamação.

Fortalece os ossos
As doses de cálcio, ferro e fósforo contidas no bacuri são essenciais para aumentar as transmissões nervosas e para o desenvolvimento saudável dos ossos e dentes. A fruta é considerada um remédio natural contra o reumatismo e artrite.

Melhora a textura e a saúde da pele
Além de eliminar manchas, o bacuri hidrata a pele, deixando-a mais macia. Seus antioxidantes poderosos também previnem o envelhecimento precoce, reduzindo rugas e linhas de expressão.

Faz bem para o intestino
Por conter alto teor de fibras, o bacuri é capaz de provocar saciedade e auxiliar no funcionamento do intestino, regulando as funções desempenhadas por esse órgão.

Reduz a hipertensão
A vitamina C presente no bacuri reduz a pressão arterial e diminui a probabilidade de hipertensão, bem como de problemas de saúde graves que podem acompanhar a doença.

Previne resfriados
A vitamina C no bacuri reduz a gravidade dos sintomas do resfriado e atua como um anti-histamínico eficaz, que diminui os efeitos desagradáveis, incluindo inflamação, coriza e dores. Ela também controla os sintomas de alergias que podem acompanhar episódios de resfriados e gripes.

Tiramissu de bacuri

Ingredientes

  • 200 polpas de bacuri (fruta da região Amazônica)
  • 40 gramas de açúcar
  • 1/2 baunilha em fava
  • 2 folhas de gelatina incolor
  • 50 Água
  • 400 gramas de creme inglês
  • 200 gramas de chocolate branco de derretido
  • 200 gramas de chantili (ou chantilly)

Modo de preparo

  1. Coloque a polpa de bacuri para ferver com o açúcar e a fava de baunilha.
  2. Dissolva a gelatina na água e misture-a ao creme de bacuri preparado.
  3. Peneire o creme e deixe esfriar.
  4. Misture ao creme inglês.
  5. Adicione o chocolate branco derretido em banho-maria e o chantili.
  6. Reserve.

 

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