A carioca Maria Augusta Generoso Estrella (1860-1946) entrou para a história como a primeira mulher brasileira a se formar em medicina, em 1881. E isso só foi possível porque sua família bancou sua matrícula numa universidade americana – na época, às mulheres não era permitido cursar medicina no Brasil. Ela ainda passaria por muitas dificuldades antes de obter o diploma, o que valoriza ainda mais sua conquista pessoal.
Com uma história de vida inspiradora, Maria Augusta desde jovem se mostrou precoce. Filha de pais portugueses, era fluente em cinco idiomas — inglês, francês, espanhol e alemão, além do português – e tinha apenas 13 anos quando o navio de bandeira inglesa que a trazia de volta de uma temporada de estudos na Europa se envolveu num acidente com outra embarcação. A jovem ajudou a socorrer membros da tripulação que haviam se machucado, fazendo curativos e prestando ajuda, demonstrando coragem e frieza.
Foi homenageada por oficiais ingleses, mas Maria Augusta disse anos depois que o que mais marcou a experiência foi ter percebido sua vocação para a medicina. No ano seguinte, folheava uma revista americana no internato onde estudava, no Rio de Janeiro, quando se deparou com uma reportagem de uma garota que havia concluído o curso de medicina em Nova York, nos Estados Unidos.
Convencer os pais a permitir que ela tentasse a vaga e bancassem sua viagem para os EUA foi a parte fácil de sua odisseia. Maria Augusta tinha apenas 16 anos e a faculdade escolhida – o New York Medical College and Hospital for Women, exclusivo para mulheres – só aceitava matrícula para maiores de 18 anos. Maria Augusta convenceu os membros da congregação a aprovar sua entrada depois de escrever uma dissertação sobre o que a motivava cursar medicina.
As aulas começaram em 1876 e nem um imprevisto familiar a impediu de completar o curso. A empresa em que o pai trabalhava no Rio de Janeiro decretou falência. Sem dinheiro para bancar sua estadia, o pai avisou Maria Augusta que ela teria de voltar. Enquanto isso, o imperador Pedro II soube da história da jovem estudante e se prontificou a ajudá-la. Por meio de um decreto, concedeu a Maria Augusta uma bolsa que pagava suas despesas em Nova York até o fim do curso.
Maria Augusta se formou em 1879, com apenas 19 anos, mas a faculdade não podia lhe conceder o diploma por ser muito jovem – a idade mínima exigida era de 21 anos. Decidida, ela passou os dois anos seguintes fazendo cursos de especialização e estagiando em hospitais.
Nesse período em Nova York, ainda teve tempo de se unir a uma colega de faculdade, Josefa Agueda Felisbella Mercedes de Oliveira, para fundar um jornal, “A mulher”, no qual defendeu o direito das mulheres brasileiras de estudar medicina, entre outras bandeiras feministas.
Em 1881, Maria Augusta finalmente recebeu seu diploma. Foi a oradora da turma e ainda ganhou uma medalha da faculdade por seu desempenho durante o curso e por seu trabalho de conclusão, um estudo intitulado “Moléstias da Pele”.
Na volta ao Brasil, uma dupla surpresa. Foi recebida por D. Pedro II e soube que o imperador havia inaugurado a primeira instituição de ensino superior para mulheres – certamente inspirado em sua trajetória. Apesar do título inédito de médica no país, Maria Augusta teve de se submeter aos exames na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro para validar seu diploma, conforme exigia a legislação brasileira – foi aprovada sem maiores dificuldades.
A jovem médica passou a exercer a profissão, atendendo mulheres e crianças, mesmo depois de se casar com um farmacêutico e ter 5 filhos. Maria Augusta morreu aos 86 anos e deixa como legado abrir às mulheres o direito de exercer uma profissão que antes lhes era negado. Hoje, 42,5% dos médicos no país são mulheres.
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Incrível!🥰
Ela sim é deu um belo exemplo do que é o verdadeiro feminismo!
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Guerreira. Venceu muito preconceito em seu tempo que era muito mais difícil do que hj
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Braba, mulheres são incríveis.
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Daora!
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