Tara: Divindade Feminina do Tibete

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Tara (em sânscrito Tārā, provavelmente “estrela”, e, para os tibetanos, Drol Ma ou Jetsün Dólmã, “Salvadora”) é uma deidade feminina do budismo Vajrayana.

Em uma era muito antiga conta-se que uma princesa chamada Jñana Chandra, que significa “lua de sabedoria”, praticava o dharma com confiança e dedicação, alcançando assim o Bodhichitta.

Conhecida como “Mãe do Mundo”, a figura de Tara é uma das mais populares no Tibete. Considerada a versão feminina de Avaloktesvara, o Buda da Compaixão, existe uma lenda que conta que Tara nasceu de uma lágrima derramada pelo Buda ao ver o sofrimento do mundo.

De acordo com as várias linhagens do Budismo tibetano, a lista dos nomes de Tara pode apresentar variações. Dos 108 nomes e 21 formas e inúmeras cores de Tara, duas são mais populares:

  • Tara Branca, (em sânscrito Sitatāra), identificada com a Princesa da China, esposa do primeiro rei budista do Tibete, Songtsen Gampo, séc. VII. Em geral associada a Kuan Yin, que também é representada na cor branca.
  • Tara Verde, (em sânscrito Syamatāra), identificada com a Princesa do Nepal, segunda esposa deste mesmo rei Songtsen Gampo.

TARA VERDE

Protetora do Tibete, geralmente considerada como a mais importante Buda feminina. Ela é a união da sabedoria e compaixão, e é considerada a mãe de todos os Budas.

A cor verde simboliza a força da atividade que consegue concretizar tudo, e também a atividade compassiva de todos os Budas. A perna direita de Tara esta esticada na chamada postura de jogo. Ela está “prestes a saltar” e pronta para levantar-se imediatamente para atender os que lhe pedem ajuda. A perna esquerda na postura de meditação puxada para o corpo representa o desapego às prisões mundanas.

Sua mão direita faz gesto de concessão de desejos, já que sua sabedoria consiste na perfeita doação. Com a mão esquerda ela segura o lótus Utpala, oferece proteção e refúgio, e seus três dedos erguidos simbolizam os três objetos de refúgio: Buda, dharma e sangha.

TARA BRANCA

Diferente da Tara Verde que encarna o aspecto ativo da compaixão, a Tara Branca encarna o aspecto meditativo e positivo. Ela tem uma energia maternal, e suas bênçãos promovem paz, prosperidade, saúde e longevidade. É símbolo da perfeita sabedoria e proteção contra sustos e medos do mundo.

A cor branca de seu corpo e do lótus branco que ela segura simbolizam sua pureza imaculada, proteção e sabedoria. Com seu aspecto passivo da compaixão ela aparece sentada na posição de lótus total. A posição e os gestos das mãos correspondem aos da Tara Verde, concedendo desejos e dando proteção.

Além dos dois olhos habituais, ela possui um terceiro olho na testa, e um em cada palma das mãos e solas dos pés. Por isso no Nepal é conhecida como “Tara dos sete olhos”, simbolizando a onipresença de sua compassiva solicitude com o sofrimento. O terceiro olho também representa libertação, e os olhos das mãos e pés simbolizam os quatro imensuráveis: amor, compaixão, alegria e impassibilidade.

MANTRA TARA

Om Tare Tuttare Ture Swaha


O mantra de Tara Verde também protege contra perigos
 internos.
 São eles: o orgulho, a ignorância, o ciúme, o ódio, a teimosia, o apego, as dúvidas que perturbam e a ganância. Para os budistas, trata-se de um mantra muito poderoso, que oferece tranquilidade e segurança.

  • Om: tem a ver com o corpo e a mente, com a aproximação à divindade universal.
  • tara: é a libertação dos sofrimentos e dos sentimentos e forças inferiores.
  • tuttare: representa uma proteção contra perigos internos e externos.
  • ture: é uma proteção contra as doenças físicas e uma palavra que gera paz.
  • soha: representa a ação a longo prazo de proteção contra perigos internos e externos.

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