Os sistemas agroflorestais estão ajudando famílias do Pará a diversificar a produção e, ao mesmo tempo, restaurar a floresta. É o caso da Família Soares, que está trocando a prática ancestral de usar o fogo para limpar novas áreas e trabalhar uma única cultura, pela prática de mulching e o plantio de diferentes espécies simultaneamente.
O projeto foi desenvolvido pela PRETATERRA, uma iniciativa brasileira que se dedica à disseminação de sistemas agroflorestais regenerativos pelo mundo, em parceria com a WRI Brasil (World Resources Institute WRI).
Com o sistema agroflorestal, a família Soares está aprendendo como é possível combinar a restauração de florestas, o uso da terra, a produção e a preservação.
Durante anos, a família realizou a coivara, método de queima de áreas de floresta para preparar a terra antes do plantio. Além disso, eles trabalhavam somente com a mandioca na propriedade da família, localizada na zona rural de Juruti (PA), às margens do rio Amazonas. Da mandioca, produziam apenas a farinha, até então sua principal fonte de renda.
Ao longo dos anos se aperfeiçoaram e criaram mais de 20 produtos, oriundos da mesma matéria-prima, como a tapioca, o beiju, o tucupi, a goma, o carimã e diversos tipos de bolos únicos da Amazônia Brasileira.
Projeto agroflorestal
Em 2018 nasceu o “projeto” de vida que está mudando a relação dos Soares e de outras famílias de Juruti, no Pará, com a terra: a agrofloresta. Um sistema de produção inspirado na dinâmica dos ecossistemas naturais, nos quais espécies florestais perenes são plantadas junto com cultivos agrícolas e criações de animais. É um sistema produtivo que concilia a produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas, promovendo benefícios econômicos e ecológicos.
Foram alguns meses de diagnóstico, realizado entre a PRETATERRA e a WRI Brasil, para identificar famílias engajadas e dispostas a investir no novo modelo produtivo. Após a definição dos grupos, começou o desenho de cada sistema. A proposta foi trabalhar com módulos, replicáveis e com possibilidade de serem realizados ajustes e substituições de espécies ou plantios, ao longo do processo e dependendo das necessidade e aspirações de cada agricultor.
“O modelo parte do plantio de mandioca, já adotado pelos produtores locais, porém sem uso de fogo. Na matriz são inseridas espécies arbóreas nativas de ciclo longo, espaçadas em 10 metros. Entre essas árvores são incluídas algumas espécies frutíferas. Os Soares, por exemplo, optaram por açaí, manga, romã, tangerina, limão, entre outras”, explica a engenheira florestal e uma das fundadoras da PRETATERRA, Paula Costa.
Com o novo modelo produtivo, a família Soares e demais agricultores da região diversificaram e aumentaram as fontes de renda a médio e longo prazo. Tudo isso a partir de um sistema livre de desmatamento e degradação, em uma região que carece de dinamismo econômico sustentável.
“Essa mudança traz mais qualidade de vida às famílias, que passaram a ter uma renda e uma variedade de alimentos maior. Além disso, estão preservando, resgatando a biodiversidade e evitando o desmatamento e a derrubada da floresta. Esse projeto trouxe esperança de um futuro melhor para essas famílias”, complementa o engenheiro florestal e também fundador da PRETATERRA, Valter Ziantoni.
O modelo produtivo, que pode ser adaptado para qualquer bioma, consiste em misturar na mesma área espécies com diferentes ciclos produtivos para que o consórcio gere renda a curto, médio e longo prazo. Assim é possível alternar espécies arbóreas nativas de grande porte, fundamentais para a captura de carbono e a preservação da biodiversidade, com árvores frutíferas de alto valor agregado e cultivos agrícolas como mandioca, milho e feijão.
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Coisa boa, uma benção a estas famílias! Luz p’ra nós…
Gratidão.
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Muito boa essa mudança na forma de trabalhar na terra sem queimadas. Luz pra nós!
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Incrivel! Luz p’ra nos!
Que ideia bacana!
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Luz para nós!!!
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