Brechós: do preconceito ao consumo consciente e sustentável

Cássia 12
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Há tempos a indústria da moda tem sido criticada por seu alto impacto ambiental, tanto pelo descarte da chamada fast fashion (moda rápida) que se acumula em toneladas nos aterros, trabalho escravo e por sua pegada de carbono, que se estima ser maior do que a de dois setores bastante poluidores juntos: transporte marítimo e aéreo.

Apesar de soarem antiquados e coisas do passado para alguns, brechós, sebos e topa-tudo estão mais na moda do que nunca, sobretudo entre os jovens e após a pandemia. A conscientização principalmente das gerações Y e Z a respeito do impacto ambiental negativo deste setor e a consolidação das mídias sociais como oportunidade de consumo transformaram o desapego em tendência fashion.

Com isso, o universo dos brechós se expandiu muito nos últimos tempos e pouco a pouco vem caindo no gosto das pessoas na hora de decidir comprar uma roupa nova, independente da classe social, e dos interesses que variam desde a procura por marcas famosas até a economia na aquisição de “novos” produtos.

 

woman standing selecting clothesFoto: Cam Morin – Unsplash

 

Atualmente, não é preciso nem sair de casa para conseguir garimpar aquela peça atemporal com uma pegada mais vintage. Com a internet, estima-se que o segmento “second hand” cresça, atualmente, mais que a indústria do luxo. Levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontou que 6 em cada 10 consumidores compraram algum item de segunda mão entre 2018 e 2019.

Pesquisa Ibope também aponta que quase 70 milhões de brasileiros têm itens sem uso em casa e 84% deles desejariam vender esses objetos, o que poderia representar um potencial de venda de R$ 262 bilhões.

Além disso, a efemeridade da moda e o constante resgate de “antigas” tendências são alguns dos motivos que fazem do brechó um empreendimento atrativo também para empreendedores. De olho nessa lacuna, os brechós online com e-commerce e entrega via correio, a partir do Instagram, estão roubando a cena e se tornando mais uma ótima alternativa ao consumo consciente e sustentável.

 

assorted-color clothes lotFoto: Lauren Fleischmann – Unsplash

 

A internet é, atualmente, o meio mais utilizado para comprar itens de segunda mão. Nos últimos 12 meses, 28% dos consumidores adquiriram um produto usando a rede – percentual que chega a 39% entre os mais jovens, segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em setembro.

Comprar de forma consciente e apostar na sustentabilidade são hábitos que entraram na moda, no entanto, apesar da popularização dos brechós e bazares, e da ascensão desse estilo de comprar ainda há muito preconceito contra as roupas usadas. É comum encontrar quem tenha medo de usar roupas que pertenceram à outra pessoa, principalmente se for um desconhecido.

 

selective focus photography of hanged clothesFoto: Artificial Photography – Unsplash

 

Garimpar é a palavra de ordem, é um gesto coletivo. Por isso, segue uma lista de 10 motivos para experimentar essa experiência:

  • Reduz seu impacto ambiental.
  • Não promove condições de trabalho exploradoras.
  • Economiza dinheiro.
  • Seu estilo vintage único parece mais autêntico.
  • É mais sustentável em longo prazo.
  • Pode ajudá-lo a explorar seu estilo ou descobrir novos.
  • Ajuda você a se concentrar nas coisas que realmente importam.
  • Movimenta a economia local.
  • Você estende o ciclo de vida de uma roupa.
  • Reduz a demanda da moda rápida (fast fashion).

Fonte

 

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