A ilustradora Lindsay Stripling cria narrativas visuais inspiradoras em aquarela ao unir pessoas e paisagens

Cássia 15
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Lindsay Stripling é uma ilustradora americana que vive na cidade de São Francisco, na Califórnia. Em suas pinturas ela retrata cenas inspiradas na natureza, na memória e nas pessoas.

 

 

A técnica mais utilizada pela artista é a aquarela, mas ela também pratica algumas experimentações com tinta óleo e tinta acrílica. Aliás, seu trabalho faz muito uso das experimentações de texturas e cores para alcançar resultados únicos e super característicos do seu trabalho.

 

 

Lindsay conta que a escolha pela aquarela se deu pelas tonalidades que consegue alcançar, além da simplicidade e facilidade de transportar o material de pintura consigo. Inclusive faz parte do seu processo pintar ao ar livre:

 

“Eu adoro estar ao ar livre e acho que as paisagens falam menos às minhas próprias memórias familiares e mais a uma memória social ou coletiva mais ampla. As paisagens são permanentes e mudam ao mesmo tempo, e os parques e espaços públicos são algo que guardamos no coração”, disse ela ao Art Hound.

 

 

A pintora migrou aos poucos do seu trabalho formal para a carreira artística, o que aconteceu em meados de 2008. E a transição aconteceu de forma gradual, pois desde a infância a americana gostou de se dedicar a atividades como ler, desenhar e praticar caligrafia.

 

 

Ela conta que apesar de sempre saber que queria se dedicar à arte, a falta de exemplos ao seu redor a fez ingressar na carreira tardiamente:

 

“Quando fiquei mais velha, percebi que a melhor coisa sobre este mundo em que vivemos é que se você quer alcançar algo, você só precisa se apressar. A melhor parte disso é que talvez você não consiga aquilo que estava procurando inicialmente, mas vai descobrir o que quer ao longo do caminho, por meio de muitas falhas e erros até perceber quem é você e pra onde é que você quer ir”, conclui.

 

 

Stripling estudou Fotografia na Universidade da Califórnia, em 2007, mas também fez algumas aulas de pintura a óleo durante o curso. Alguns anos mais tarde, em 2013, ela efetivamente optou por estudar Pintura, no Instituto de Arte de São Francisco.

 

 

E a carreira como pintora também a levou a ser professora. Em suas aulas ela ensina sobre seus próprios processos e estimula seus alunos a encontrarem suas próprias habilidades para se expressarem criativamente pintando.

 

 

PROCESSO CRIATIVO DE LINDSAY STRIPLING

O processo criativo de Lindsay consiste em criar pequenos esboços iniciais à lápis, que depois ganham mais detalhes, já tendo em vista a composição final do desenho. Com a composição definida, ela então passa pro papel e começa aplicar a aquarela. Apesar de seguir esse processo, Lindsay salienta que é preciso se permitir errar, pois os erros são impossíveis de evitar.

 

 

Além de se inspirar nas pessoas e nas paisagens, os livros também são uma grande referência, e ela sempre procura aplicar as coisas que lê em suas pinturas.

Segundo o Nahcotta, em seu trabalho recente, Lindsay está “usando a nostalgia e familiaridade da paisagem para criar espaços novos e desconhecidos que se concentram em um mundo pós-apocalíptico humorístico e surreal onde humanos e natureza colidem e se combinam”.

 

 

 

 

E nesse “mundo pós-apocalíptico humorístico e surreal” muitas vezes não é possível distinguir o gênero dos personagens retratados, e essa característica vem da intenção de que as figuras possam ser lidas de diversas maneiras.

 

 

Em entrevista ao Rare Device ela revelou que está sempre interessada em representar uma realidade que vá além da sua, de mulher branca inserida num contexto de classe média:

 

“Eu gostaria que todos pudessem olhar para os personagens e se identificar com eles de uma forma ou de outra. Em todas as minhas pinturas, espero que a narrativa seja um pouco misteriosa ou perdida para que todos possam recriá-la cada vez que olharem para ela. Espero que não sejam apenas as mulheres que se identifiquem, mas que também pessoas trans, ou bissexuais, ou qualquer pessoa que possa se conectar com o meu trabalho, até mesmo homens. E se isso acontece, sinto que estou tendo sucesso no meu objetivo”, conclui.

 

Fonte

 

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