Pesquisadoras brasileiras se tornam referência na proteção dos oceanos

Compartilhe a Verdade

Aqui estão algumas mulheres brasileiras destaque na proteção e conservação da vida marinha no Brasil. Para muitas delas, o destino de trabalhar com o mar foi traçado ainda na infância, encorajado pela família; para outras, surgiu na vida adulta, durante a graduação, ao se verem encantadas pela complexidade da vida embaixo d’água.

Elas representam seis instituições de conservação marinha da Rede Biomar, formada pelos projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador, Meros do Brasil e Tamar – que tem como objetivo a conservação da biodiversidade marinha no Brasil, atuando na proteção e pesquisa de diferentes espécies e seus habitats.

Tatiana Neves – Projeto Albatroz

Nascido em Santos (SP), o Projeto Albatroz trabalha há mais de 30 anos pela conservação de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. O grupo de aves é considerado, atualmente, um dos mais ameaçados do planeta. Em 1990, a fundadora e diretora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, ainda era uma estudante de Biologia apaixonada por mergulhar na Laje de Santos e nos Alcatrazes.

Nessas ilhas, ela tinha contato com os ninhais de algumas aves marinhas, que chamavam sua atenção. A partir daí, ela passou a estudá-las e conhecer mais sobre a biologia dos albatrozes e petréis.

Naquele ano, um barco de espinhel que trabalhava com a pesca de atum desembarcou no Terminal de Pesca de Santos, trazendo um pesquisador com albatrozes e petréis mortos durante a interação com os anzóis pesqueiros. Este encontro foi o pontapé inicial para o seu trabalho em parceria com os pescadores a fim de sensibilizá-los sobre a importância dessas aves e orientá-los sobre a melhor forma de protegê-las.

“Ser reconhecida no Brasil era uma tarefa mais difícil do que ser reconhecida no exterior. Nosso país é um hotspot de captura de aves e os pesquisadores estrangeiros já sabiam disso. Ao completarmos 30 anos de trabalho, eu não poderia me sentir mais realizada”, afirma. “Porém, ainda há muito a ser feito pela conservação dos albatrozes, petréis e também do oceano”.

Luena Fernandes – Projeto Baleia Jubarte

Desde criança, a zoóloga e doutoranda em Ecologia, Luena Fernandes, coordenadora de Educação Ambiental do Projeto Baleia Jubarte sonhava dedicar sua vida à preservação ambiental. Ela nunca quis seguir outra profissão. “Acredito que o amor dos meus pais pelo mundo natural, e a forma com que eles sempre fizeram questão em nos proporcionar vivências na natureza teve muito a ver com esta paixão”, recorda.

Crescendo no Rio de Janeiro, o mar e a praia sempre foram partes importantes da sua vida – que a levou a trabalhar desde 2005 com vários projetos de conservação marinha antes de chegar ao Projeto Baleia Jubarte.

Apesar dos desafios em seguir a carreira científica como mulher brasileira, Luena seguiu sua paixão com persistência. “O oceano é minha segunda casa, meu refúgio, fonte de inspiração, de diversão, minha vida”, declara Luena.

Flávia Guebert – Projeto Coral Vivo

Ainda durante a graduação em Oceanografia, a coordenadora geral do Projeto Coral Vivo, Flávia Guebert, começou a trabalhar com projetos de conservação de tartarugas marinhas e ONGs conservacionistas. De lá para cá, já se passaram 13 anos, e seu dia a dia ainda é perto do mar. “Sempre me interessei por ações em prol do meio marinho, em especial com o envolvimento da população. Apresentar o mar para as pessoas, sua importância em nossa vida e a sensibilidade dos organismos marinhos sempre me encantou”, declara.

Os corais são ecossistemas complexos, ricos em biodiversidade e são especialmente sensíveis às mudanças climáticas e atividades humanas, o que causa preocupação quando sofrem com esses impactos não só com a sua conservação mas também com a saúde do oceano e do planeta. Só no Brasil, ocupam uma área de cerca de 3 mil quilômetros ao longo da costa.

Apesar de valiosos para a biodiversidade oceânica, os corais ainda representam um desafio na sensibilização do público. “É complicado sensibilizar sobre algo que está submerso, muitas vezes a milhares de quilômetros das casas das pessoas”. Mesmo assim, ela afirma que nunca escolheria outra profissão.

Priscila Izabel Medeiros – Projeto Golfinho Rotador

Priscila é bióloga e mestre em ecologia aquática, atuando hoje como pesquisadora e coordenadora geral do Projeto Golfinho Rotador. Há pelo menos 20 anos mantém o foco de suas pesquisas na conservação marinha, área pela qual se apaixonou ainda na faculdade.

“Para mim, o mar significa vida – ele também é a minha vida”, explicou. Para ela, o trabalho científico ainda enfrenta alguns preconceitos porque muitos acreditam não se tratar de uma apresentação embasada em coleta e análise de dados imparciais.

Outro desafio é a manutenção das atividades de pesquisa a longo prazo, muitas vezes, pela escassez de aporte financeiro.

Berenice Maria Gomes da Silva – Projeto Tamar

“Desde pequena o cheiro da maresia me fazia sentir que estava onde deveria estar. Para mim, significa estar em casa.” Berenice Maria Gomes da Silva, oceanógrafa de formação e  coordenadora regional do Projeto Tamar em Ubatuba (SP), começou a trabalhar com conservação em 1988 como parte da equipe de pesquisa da SOS Mata Atlântica e, no ano seguinte, chegou ao Projeto Tamar, onde compartilha seu amor pelo oceano até hoje.

Para ela, os principal desafio em trabalhar na área científica é a falta de entendimento da sociedade em geral sobre a importância da pesquisa aplicada à conservação. “Os recursos disponíveis não são suficientes e faltam políticas públicas para implementar as ações de conservação oriundas das pesquisas”, conta Berenice.

 

Portais
 Fortaleça no merch!

escoladelucifer.com.br
unebrasil.org
unebrasil.com.br
unebrasil/livrolucifer
querovencer.unebrasil.com.br
congressoonline.org/

Luz p’ra nós!

 

 

 

 

Compartilhe a Verdade:
Pin Share

Compartilhe a Verdade

15 thoughts on “Pesquisadoras brasileiras se tornam referência na proteção dos oceanos

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Next Post

Chocolate amargo pode te ajudar a evitar doenças do coração

Compartilhe a Verdade Enquanto o chocolate branco ou ao leite é rico em calorias e gordura, o chocolate meio amargo tem menos calorias e é rico em substâncias antioxidantes, que protegem o coração. A fonte disso está nos flavonoides, uma substância encontrada no cacau e que age como protetor cardiovascular, […]

Apoie nosso trabalho! Compartilhe!