Teatro homenageia Wangari Maathai

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Primeira mulher queniana a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, Wangari Maathai recebe agora a homenagem do grupo Cia Pé de Cura, que traz um espetáculo sobre a trajetória da ambientalista que fundou o Movimento Cinturão Verde, como também a cultura do país que viu cerca de 40 milhões de árvores plantadas graças à sua iniciativa. Wangari Maathai e sua sabedoria de árvore faz apresentações gratuitas até 8 de maio em diversos espaços públicos de São Paulo.

O espetáculo voltado ao público infanto-juvenil se inspira na trajetória de vida de Wangari e traz um visual que retrata a sua relação com a temática ambiental, entrecortado por canções compostas para o trabalho. As atrizes Daniela Landin e Natali Conceição dão continuidade ao trabalho de pesquisa que se iniciou com a fundação da Cia Pé de Cura, que busca explorar a relação entre arte e meio ambiente com interesse especial pela palavra, em seus diferentes registros poéticos.

“Nossa ideia é referenciar e reverenciar as nossas ancestralidades diversas, os femininos e também os povos originários e comunidades tradicionais, entendidos aqui como guardiões dos saberes da natureza e populações que compreendem profundamente a importância da questão ambiental”, explica Daniela Landin.

Cia Pé de Cura e Wangari Maathai

O contato com Wangari Maathai veio na criação de um trabalho anterior, “Palavra de raiz”. Ele trazia um levantamento de narrativas de diferentes culturas sobre árvores, valorizando a importância desse elemento e dessa força da natureza para a cultura, a história e a espiritualidade de diversos povos.

Wangari Maathai, pertencente à etnia kikuiu, cresceu ouvindo de sua mãe que as árvores são sagradas e que “uma árvore vale mais que sua madeira”. Formada pelos saberes tradicionais, era também muito estudiosa e frequentou de forma assídua e rigorosa os espaços institucionais de educação (no Quênia, nos Estados Unidos e na Alemanha), experiência determinante na sua trajetória.

Fundou o internacionalmente reconhecido Movimento Cinturão Verde, em 1977, que incentivava pessoas, particularmente mulheres, a uma ação teoricamente simples, mas altamente transformadora: plantar árvores. Queria reflorestar as savanas do Quênia por meio de viveiros comunitários. O seu trabalho colaborou não só para a manutenção e regeneração da biodiversidade das áreas onde atuava como também para uma conversa sobre a produção alimentar (muito vinculada ao trabalho feminino no Quênia) e, portanto, com o combate à fome.

Wangari ganhou uma série de prêmios por sua atuação junto às mulheres e meio ambiente, até o Prêmio Nobel da Paz, pelo seu trabalho em prol dos direitos ambientais e das mulheres e pela promoção da paz. Foi a primeira africana a ser laureada com o Nobel.

Sobre a peça

A dramaturgia de Heloisa Pires Lima foi criada a partir de um diálogo com as intérpretes do trabalho e traz passagens da vida de Wangari misturadas a elementos do universo cultural e espiritual da história a ser contada no espetáculo. Um dos disparadores para o processo foi justamente um conto escrito por ela, “A visionária menina kikuiu”, da obra Lendas da África Moderna.

Andressa Ferrarezi assina a direção do espetáculo e traz uma encenação que convida o público a adentrar o universo histórico, cultural e ambiental de Wangari Maathai, com o intuito de discutir questões acerca, principalmente, do meio ambiente, como a nossa relação com o meio em que vivemos, assim como a nossa relação com a natureza de um modo geral e para o despertar da percepção de que somos natureza. Esse desejo foi materializado artisticamente a partir de escolhas de encenação que dizem respeito à composição das diferentes frentes que farão parte do processo de criação – interpretação, música, cenário e figurino.

Partindo da experiência das atrizes em teatro para a rua e para espaços alternativos, a interpretação é voltada ainda para a criação de um corpo “poroso” que permanecerá em constante estado de relação e jogo com a outra, o público e o espaço.

A cenografia de Dedê Paiva, com assistência da cenotécnica Lemuris, também faz uma relação muito forte com o tema da preservação ambiental. A artista traz elementos da natureza de maneira muito forte no cenário, com referências à geografia do Quênia e a passagens da vida de Wangari Maathai.

A concepção musical do trabalho foi construída a partir da orientação de duas profissionais desta área, uma com foco na voz e no canto e a outra, na percussão. O trabalho de orientação musical com base no canto foi feito pela cantora e prepadora vocal Tâmara David, também atriz e professora, com experiência em processos de criação em música e teatro, e o ligado à percussão, foi coordenado pela musicista Girlei Miranda, uma precursora entre as mulheres percussionistas no Brasil, tendo sido uma das fundadoras do grupo Ilú Obá De Mim, com experiência também com o teatro e com a narração de histórias.

O trabalho musical acontece em cena sempre em diálogo com a narrativa a ser contada de modo que as atrizes possam se revezar entre a atuação e a execução de alguns instrumentos durante o espetáculo.

O figurino assinado por Patricia Ashanti traz aspectos ligados às diferentes personagens da peça, trabalhando sobreposições, explorando texturas e fazendo uso de materiais que comuniquem as singularidades de cada voz narrativa que conta a história de vida da ambientalista queniana.

Além disso, a sonoplastia e arte sonora foram criadas pelo artista Fe Menino, numa investigação embasada em elementos da natureza diversos.

Todas as apresentações contam com uma intérprete de LIBRAS.

A peça Wangari Maathai e sua sabedoria de árvore já foi apresentada em Guaianases e na Ilha do Bororé. O próximo espetáculo será na Praça Monteiro Lobato, dia 8 de maio, às 11h.

Apresentações gratuitas (não haverá distribuição de ingressos)

Duração – 60 minutos

Indicado para maiores de 9 anos.

 

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