A arquitetura de Brasília é considerada uma das maiores criações da história artística do país. Os cobogós, os azulejos e a singularidade de cada construção ganham a admiração de quem passa por aqui. Não foi diferente com a irlandesa Fiona Murphy, que encontrou no quadradinho as inspirações que precisava para continuar pintando.
A exibição, que reúne quase 30 obras, revela a paixão da irlandesa pela capital federal — cidade na qual escolheu viver há 11 anos com o marido, Anthony Boadle. Em cada quadro, os convidados conferiram os elementos e as construções arquitetônicas que inspiraram a ex-professora de artes visuais da Escola Americana de Brasília (EAB). Contudo, as cores usadas pela artista exploram um novo olhar.
À Coluna Claudia Meireles, Murphy revelou que o céu e a arquitetura — em especial os edifícios “retro-futuristas” — estimularam bastante o seu processo criativo.
“Desde que eu cheguei aqui — há 11 anos — fiquei impressionada com as formas de Oscar Niemeyer. Tão simples, mas as curvas, as sombras que os edifícios fazem, em contraste com o céu bem azul me encantaram. Eu pensei: ‘É isso que eu quero pintar’, e todos os dias tirava fotos”, detalhou.
O paisagismo de Burle Marx e as estampas dos azulejos de Athos Bulcão também tiveram forte influência nas pinturas de Murphy.
A abertura da exposição contou com a presença de embaixadores, profissionais da Escola Americana e amigos queridos. Ao chegar, era perceptível o carinho e a admiração de todos com a profissional de artes visuais.
A noite foi embalada por música clássica. A pianista norte-americana Jennifer Heemstra, a violinista Cristiane de León e o violoncelista Pedro Bielschowsky comandaram a ocasião. Enquanto apreciavam as obras de Fiona Murphy, os convidados degustaram coquetéis preparados na hora pela Ox Bar and Drinks.
Questionada sobre o que a fez amar o nosso país, Fiona Murphy destaca o “calor humano”.
“Mais do que arte, são as pessoas. Sou de uma ilha pequena na Irlanda, mas tenho muitas coisas em comum com os brasileiros: carinhosa, aberta e expressiva”, revelou.
Desde a infância, Murphy já queria ser artista. Após estudar na Limerick College of Art and Design, conceituada faculdade de artes na Irlanda, ela foi morar na Itália para dar aulas particulares, o que, mais tarde, se transformaria na carreira como educadora. No tempo livre, ela já trabalhava com arte.
Foi quando se mudou para Cuba, em 1996, que começou a pintar muros, segundo ela, para “adicionar cor às paredes monótonas” de Havana, capital do país caribenho. Pouco tempo depois, se tornou professora de arte na Escola Internacional de Havana. Em Cuba, Murphy conheceu o atual marido, o jornalista Anthony Boadle, que, após seis anos, precisou ser realocado em Washington, nos Estados Unidos. Lá, ela passou a ensinar espanhol em uma escola bilíngue de DC.
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