Estudante destaca impacto positivo da Cannabis no tratamento de TDAH e convulsões

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Larissa Maffeis, de 27 anos, está terminando a sua graduação em biologia na UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos) em São Paulo,  e o seu tema de TCC não poderia ser outro se não a cannabis. Isso porque desde os 16 anos a estudante percebeu algo diferente na planta.

Hoje, a cannabis está não apenas na sua vida acadêmica, mas também na sua saúde e na forma de se expressar. Com apenas três meses de uso do óleo, o seu sono, a sua concentração e até as suas convulsões melhoraram.

“A minha vontade de falar sobre cannabis foi por causa da minha família. Só na minha casa, três pessoas poderiam ser beneficiadas com a planta”, diz.

Descobrindo o TDAH

Larissa Maffeis é uma das inúmeras pessoas que descobriu o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) na idade adulta. Trata-se de uma condição que provoca dificuldade de atenção, hiperatividade e até impulsividade.

Atualmente, 5% a 8% da população mundial apresenta TDAH. De acordo com a ABDA (Sociedade Brasileira de Déficit de Atenção) 4,4% são adultos com quadro completo de sintomas.

A estudante recebeu o diagnóstico da condição quando estava na faculdade. Durante a pandemia, ela viu a necessidade de um acompanhamento psicológico que permaneceu mesmo depois do isolamento.

Mas foi em uma consulta com um neurologista no ano passado que o diagnóstico veio. “Mas eu não cheguei a tomar na época o remédio para TDAH, só tomava remédio para ansiedade e remédio que tinha gratuito no SUS (Sistema Único de Saúde)”, acrescenta.

Remédios para o tratamento de condições da mente geralmente são oferecidos pelo SUS. Contudo, não é tão fácil assim de se obter. Dependendo da unidade farmacêutica, os medicamentos terminam na mesma semana que são abastecidos.

Não foram raras as vezes que os pacientes reclamaram a dificuldade de encontrar Ritalina nos postos de atendimento, por exemplo. Trata-se de um dos remédios mais famosos para tratar o TDAH.

E para completar, as convulsões

De volta para a rotina pós-pandemia, a vida de Larissa Maffeis retornou de forma acelerada. Ter que ir para a faculdade toda a semana de forma integral e as dificuldades financeiras trouxeram também convulsões.

“Eu nunca tinha tido convulsão, só que eu tenho uma irmã que tem epilepsia bem forte, ela toma medicação. Os médicos só precisaram disso para me diagnosticar sem nem fazer exames”, complementa.

A estudante via como as medicações deixavam a sua irmã mal, por isso, não quis tomar remédios para epilepsia. Foi aí que uma amiga se dispôs a pagar uma consulta com um especialista em cannabis medicinal.

“Ela pagou pra mim pela Cannect. Juntas encontramos um local que achássemos seguro, que não fosse só venda de produtos. Escolhemos um médico que tinha experiência tanto com a epilepsia quanto com ansiedade e TDAH. Foi quando eu expliquei o meu diagnóstico pra ele e ele me passou o canabidiol”, relata.

O neurologista informou que as crises convulsivas poderiam ser apenas o estresse, o que para a estudante fazia mais sentido.

Cannabis para o tratamento de condições da mente

A cannabis tem sido útil para várias condições médicas, inclusive as da mente. Hoje em dia, a ansiedade é uma das patologias mais pesquisadas para o tratamento com o CBD (canabidiol), por exemplo.

Trata-se de um componente da cannabis que não produz os efeitos da famosa “alta” da maconha. Ele pode ser utilizado tanto sozinho quanto com outros canabinoides e até outros componentes da planta.

Ao explicar sobre o TDAH, a psiquiatra e diretora da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis), Eliane Nunes, ressalta que a planta pode ser útil para diminuir a ansiedade, a insônia, o declínio cognitivo e até atenuar os efeitos colaterais dos medicamentos.

O que pode ser útil para o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Isso porque a planta ajuda a regular o Sistema Endocanabinoide. Trata-se de  um mecanismo que funciona a nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio do corpo.

Se uma pessoa está com dor, por exemplo, o próprio organismo produz os canabinoides que sinalizam que algo está errado e precisa ser corrigido.

A cannabis também possui canabinoides, que podem atuar de forma similar aos nossos. Segundo a psiquiatra, pessoas com TDAH apresentam uma deficiência neste sistema, que pode ser suprida com canabinoides.

Melhora além do sono

A estudante começou com uma dosagem baixa em agosto deste ano. Não demorou muito para que os resultados começassem a aparecer. O sono, por exemplo, foi o primeiro sinal de que o tratamento estava dando certo.

“Eu não dormia à noite. Eu acordo muito fácil, tenho um sono muito leve, tô sempre em alerta. Acho que é por causa da ansiedade e traumas que desencadearam.  Só de eu dormir melhor, isso já me deu tração. Eu ficava sempre cansada, com muito sono, eu estava sempre desanimada, então já me ajudou muito”, acrescenta.

Além do sono, as crises de ansiedade também diminuíram muito. A concentração decorrente do TDAH foi outra melhora significativa na vida de Maffeis. Isso, sem contar com as crises convulsivas.

“Tem dias que eu esqueço de tomar o remédio, então eu vejo mais ainda os efeitos dele. É eu não tomar que eu não durmo e tenho crises. E é assim que eu sei que realmente a medicação tá me ajudando a controlar isso”, ressalta.

Cannabis na vida acadêmica e no trabalho

Há cinco anos a estudante tem um brechó que rebatizou nos últimos tempos de “Cannabrechó”. Nas redes sociais, além das peças, também compartilha informações sobre cannabis. “Perdi vários seguidores, inclusive”, lembra.

Mas Maffeis não se importou. Embora faça uso da cannabis há poucos meses, a estudante já fumava desde os 16 anos. Ela defendia a planta com unhas e dentes e não pensou duas vezes em falar da cannabis no seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

Apenas um professor em toda a universidade aceitou o tema.

À princípio, quis falar sobre as condições medicinais do canabidiol. Mas depois passou a falar sobre os benefícios do cânhamo para a indústria têxtil, mas sem tirar a cannabis do foco.

“Eu tenho um brechó há anos e recentemente eu fiz uma nova página porque eu queria que representasse mesmo a maconha na minha vida e agora ele chama de Canabrechó. E o TCC que eu to fazendo é o uso do cânhamo como alternativa sustentável para a fibra têxtil com ênfase na indústria da moda”, conclui.

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