Mirelle Leite: orgulho indígena, mãe e sobrevivente

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Atleta dos 3000m com obstáculos passou por dura infância, com o assassinato do pai e uma gravidez aos 15 anos. Com resultados expressivos aos 21, ela tenta ser a primeira indígena brasileira nos Jogos Olímpicos.

A prova de Mirelle Leite nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 são os 3000m com obstáculos, uma espécie de metáfora de sua trajetória de 21 anos. Segunda atleta mais jovem da prova no Pan 2023, Mirelle tem como objetivo ser a primeira brasileira de uma etnia indígena nos Jogos Olímpicos, em Paris 2024.

Seu melhor tempo é 9:56.29, e o índice Olímpico é 9:23.00. Em Santiago, a prova acontece neste sábado, 4 de outubro, às 19:20.

A pernambucana nasceu em Pesqueira – a 200km de Recife – e sua família é da etnia indígena Xukuru. Após um conflito na região, na Serra do Ororubá, seu pai foi assassinado e a família precisou fugir do território em que morava. Irmã mais velha de nove irmãos, ela cuidava deles enquanto sua mãe trabalhava como diarista e artesã. Durante um período, Mirelle também trabalhou com limpeza para ajudar a família a pagar as contas.

Mirelle Leite é tricampeã brasileira sub-23 dos 3000m com obstáculos.

Mirelle Leite: ‘Nunca deixei de acreditar em mim’

Mesmo com tantas responsabilidades, Mirelle conheceu o atletismo e sempre mostrou muito potencial. No entanto, ela precisou dar uma pausa no esporte, porque engravidou aos 15 anos e deu à luz Lucas Gabriel. Quando retornou, treinava de madrugada, enquanto o bebê dormia.

“Comecei a praticar o atletismo quando eu tinha 12 anos. Vi que algumas meninas ganhavam algum dinheiro nas corridas e então decidi participar também. Em pouco tempo eu já demonstrava qualidades, vencendo alguns Campeonatos Pernambucanos e Jogos Escolares regionais. Passei por momentos bem difíceis, como na gravidez, mas nunca deixei de acreditar em mim e de pensar em voltar a competir”, disse Mirelle ao site da CBAt.

Mirelle Leite com medalha no Brasileiro sub-23.

Mirelle Leite: ‘O atletismo me proporcionou uma vida melhor’

Mirelle passou a adolescência treinando em uma pista em um terreno de um antigo jóquei em Pesqueira. Ela usava mesas de concreto da praça para simular os obstáculos.

Aos poucos, Mirelle acumulou premiações e patrocínio para ter condições de conquistar o bicampeonato sul-americano e o tricampeonato brasileiro sub-23 dos 3000m com obstáculos. Alguns desses resultados obtidos com sapatilhas inadequadas.

“O atletismo significa muitas coisas boas, me proporcionou uma vida melhor, mesmo treinando sem as condições adequadas. Quero dar uma vida melhor para a minha mãe e o meu filho no aspecto pessoal e poder treinar bem, ficar entre as  as melhores no esportivo”, acrescentou Mirelle.

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