O que a vida de uma jovem que morreu aos 24 anos pode ter de tão interessante e quais foram os feitos que a levaram ser conhecida em todo o mundo e ser proclamada padroeira das missões e doutora da Igreja? Muitos podem pensar que Santa Teresinha, que passou grande parte de sua vida no interior de um convento, nada poderia ter realizado de grandioso e extraordinário.
No entanto, é justamente na sua simplicidade e humildade que Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face alcançou e tocou os corações de pessoas do mundo todo, que tiveram a oportunidade de conhecer a sua espiritualidade e a sua forma de viver a santidade, na pequenez.
Quem foi Santa Teresinha
Foi uma jovem carmelita com alma de missionária que desejava ardentemente viver e morrer por Cristo. Ela viveu na França entre os anos de 1873 e 1897, tendo morrido precocemente com apenas 24 anos, por conta de uma tuberculose. A alma de Teresinha ardia por Jesus, ela oferecia todas as suas ações a Ele, mesmo as mais insignificantes, e deixou para nós um legado: a sua espiritualidade que se resume à infância espiritual, pela qual ela nos ensina a construir um caminho de intimidade com Nosso Senhor.
A infância
Maria Francisca Teresa Martin era o nome que os pais de Santa Teresinha escolheram para a caçula de seus oito filhos. Ela nasceu no dia 02 de janeiro de 1873 em Alençon, na França. Os seus pais, Luís Joseph Aloys Martin e Zélia Marie Guérin eram católicos muito devotos, e Santa Teresinha referia-se a eles como “dignos mais do céu do que da terra”.
Em 2015, foram canonizados e passaram a ser inspiração para inúmeros casais que anseiam um matrimônio santo.
Quando Teresinha tinha apenas quatro anos, perdeu a sua mãe, que foi vítima de um câncer, e nos anos seguintes viu suas irmãs irem para o convento, o que levou São Luís, pai das meninas, a desenvolver problemas psiquiátricos. Toda a vida da Santa do menino Jesus foi um caminho de sofrimento e amadurecimento, o que a levou a confiar cada dia mais na divina providência e entregar toda a sua vida a Jesus.
Após a perda de sua mãe Zélia e a ida das irmãs para o convento, Santa Teresinha passou por momentos de muita dor, chorava pelos cantos e tinha muita tristeza em seu coração. Até que, aos 10 anos de idade, teve uma experiência mística com a Santíssima Virgem Maria: “a Santíssima Virgem sorriu para mim. Foi por causa das orações que eu tive a graça do sorriso da Rainha do Céu”. O sorriso de Maria foi a causa da cura de Teresinha e, a partir dessa experiência, ela teve uma grande transformação em sua vida.
No Natal, uma conversão
Um outro momento marcante na história da jovem Teresinha foi quando, aos 13 anos, durante o Natal, ela viveu uma experiência com o Menino Jesus. Tendo compreendido que Ele é a fonte da verdadeira conversão, este fato foi importantíssimo no crescimento espiritual da jovem que, alguns anos depois, adotaria o nome de Teresinha do Menino Jesus.
Do carmelo à morte
Santa Teresinha entrou para o carmelo com apenas 15 anos, após ter ido até Roma suplicar a autorização do Papa Leão XIII. Seu grande lema era rezar pela salvação das almas dos pecadores e pelos sacerdotes. Ela também nutria um desejo missionário no coração de se tornar uma verdadeira cruzada e morrer por Cristo e em nome da Igreja, mas percebeu que a sua missão era rezar pela Igreja de dentro do carmelo e servir a Cristo nos pequenos atos do seu cotidiano.
Santa Teresinha morreu em 1897 em face de uma tuberculose. Após 9 anos de vida religiosa, com apenas 24 anos, deixou um legado extraordinário de uma vida devota e vivida intensamente em cada detalhe. Sua vida foi um constante oferecimento de rosas a Jesus Cristo.
A pequena via
A pequena via, também chamada “infância espiritual” era a espiritualidade que Santa Teresinha vivia e defendia como forma de alcançar a verdadeira santidade. Basicamente, trata-se de reconhecer-se pequeno e frágil diante de Deus e permitir que Ele guie e engrandeça as nossas ações. Isso se dá através da nossa entrega total e constante a Ele, nos detalhes do nosso cotidiano. A Pequena Via é um caminho de humildade, sacrifício e amor.
Santa Teresinha nos faz perceber o quanto é grandioso para Deus o oferecimento das nossas simples ações cotidianas que parecem insignificantes e até mesmo chatas. Se forem feitas com amor e honra, tais ações tornam-se flores no jardim de Cristo. Em sua autobiografia, Teresinha escreve: “Há somente uma coisa a ser feita: oferecer a Jesus as flores dos pequenos sacrifícios”.
Beatificação e Canonização de Santa Teresinha
Em 1923, ela foi beatificada e em 1925 ,foi canonizada pelo Papa Pio XI. Também foi declarada padroeira das missões, tal como era o desejo de seu coração. Por fim, o Papa João Paulo II a proclamou como Doutora da Igreja em 1997.
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