Deusa Athena – Mitologia Grega

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Representada por uma jovem bela e guerreira, a deusa Athena, também conhecida como Minerva em Roma e Ísis no Egito é a deusa grega da inteligência, da guerra estratégica, das artes, da justiça e da sabedoria, sendo uma das divindades mais poderosas que viviam no Olimpo.

Além da Grécia Antiga, foi reverenciada no norte da África, Índia, Península Ibérica, e nas colônias gregas da Ásia Menor. É considerada como aquela que protege as cidades, ourives, tecelões e arquitetos. Ela tinha o espírito da profecia, prolongava a seu talante os dias dos mortais, obtinha a felicidade depois da morte; tudo o que ela autorizava com um sinal de cabeça era irrevogável; a sua promessa era infalível.

Se armava com um capacete, uma couraça e a Égide, que trazia o desenho da cabeça da Medusa, presente do herói Perseu. Athena leva uma lança em sua mão, mas que não significa guerra e sim uma estratégia de vencer, também foi a inventora do freio, sendo a primeira que amansou os cavalos para que os homens conseguissem domá-los. A cidade Athenas era sua preferida já que levou seu nome e onde também se fazia cultos em sua homenagem.

Seus símbolos são a Égide, a coruja, a lança e o elmo. A Égide, por sua vez, é considerado o escudo sagrado mais poderoso da mitologia grega. Criada por Hefesto a pedido de Zeus para lutar na Titanomaquia, era impenetrável, pois era feita com a pele de Amaltéia, a cabra que amamentou Zeus. O deus supremo deu o escudo de presente à filha após seu nascimento. A partir daí, a Égide tornou-se um dos símbolos mais característicos da deusa.

A deusa Athena é também criadora do azeite de oliva, um dos produtos agrícolas mais importantes da Antiguidade.
Manteve-se virgem durante toda a vida, temendo que uma gravidez pudesse lhe impedir de participar das batalhas.

Athena – Nascimento

                                                                                                              Athena e Zeus 

Métis, a deusa da saúde e da prudência, mãe de Athena, era considerada por Zeus como a criatura mais inteligente entre deuses e homens. Zeus encheu-se de amor pela bela deusa Métis, havendo resistência da parte da deusa, perseguiu-a por todo o universo, até que um dia conseguiu alcançá-la e seduzi-la com a sua paixão ardente. Zeus fez de Métis a mais feliz das amantes. Mas a felicidade ficou ameaçada quando a deusa engravidou-se de um filho do senhor do Olimpo.

Zeus contemplava o ventre crescido da amada. Sentia uma estranha sensação diante daquele ventre, como se um presságio crescesse junto com ele. Para tentar aliviar aquele constrangimento que lhe consumia o sono, o senhor do Olimpo consultou o oráculo de Gaia, queria saber o que o inquietava diante do futuro daquele filho por nascer. O oráculo revelou-lhe que nasceria uma filha do ventre de Métis, mas que da sua segunda gravidez nasceria um filho que iria aprisioná-lo e destroná-lo do Olimpo. Ao lhe ser revelado o futuro dos filhos que teria com Métis, Zeus decidiu defender a si e ao seu reinado sobre os deuses.

Desta maneira Zeus propôs uma brincadeira para Métis. Nela, desafiando o poder de transfiguração, ambos deveriam se transformar em animais. Persuadida por Zeus a deusa se transformou em uma mosca. No mesmo instante Zeus a engoliu, com o objetivo de evitar o nascimento da filha.

Passado algum tempo, o senhor do Olimpo passeava pelas margens do lago Tritônis, quando foi acometido de uma terrível dor de cabeça. As dores aumentavam, a cabeça ardia e latejava, como se vários punhais lhe tivessem sendo fincados. Zeus soltou um grito que estremeceu a terra e o Olimpo. Hermes, o mensageiro dos deuses, encontrou o pai a gritar desesperado com as dores que sentia. Correu para buscar Hefesto, o ferreiro divino. Ao ver o desespero de Zeus, Hefesto partiu-lhe a cabeça com um machado de ouro. Do crânio do deus dos deuses surgiu uma belíssima mulher vestida de uma armadura reluzente. Ao ver tão formosa figura saída da ferida do seu crânio, Zeus reverenciou a beleza da filha, regozijou-se de ser pai de tão imponente deusa. O lago encheu-se de ondas, os deuses do Olimpo vieram contemplar tão imponente mulher.

Quando Athena nasceu, todo o Olimpo falava da sua beleza e da sua sabedoria. Todas as reverências foram dadas a Zeus por ter concebido tão formosa e guerreira filha, aumentando mais ainda o ciúmes de Hera sua legítima esposa. Contrariando Gaia, Athena não se rebelou e permaneceu fiel ao pai, tornando-se, assim, declaradamente sua filha favorita.

Athena – Deuses e Guerras

                                                                                                                Athena e Ares

Basicamente, Athena foi reconhecida por ter inventado praticamente todo tipo de trabalho no qual as mulheres poderiam se empregar, além de ela mesma ser muito habilidosa em cada um deles. Juntamente com Hefesto, ambos foram os grandes patronos das artes de vertentes úteis e elegantes, portanto, Athena foi chamada de Erganê – trabalhadora – representada ao lado direito de seu pai Zeus como conselheira absoluta.

Ao fornecer os subsídios necessários para o desenvolvimento do Estado, Athena também se encarregou de protegê-lo, assumindo uma forma divina mais guerreira, apesar de ser completamente distinta de Ares, Éris ou Ênio: pessoalmente, a deusa não era muito fã das guerras. Ela participou mais como peça fundamental em formato de prudência quando via vantagens para seu Estado, geralmente com ótimos resultados.

Ela mantinha os homens longe dos massacres quando fosse demandado, controlava o amor selvagem de Ares pela guerra e protegia todos os heróis que se diferenciavam por sua força, boa conduta e valor, como Hércules, Perseu, Balerofonte, Aquiles, Diomedes e Odisseu.

Eram comuns os desentendimentos entre Athena e seu irmão Ares (deus da guerra violenta). Essas discussões ocorriam porque na maioria das vezes, a deusa grega não concordava com a forma que Ares conduzia as batalhas. Diante dos desentendimentos, Athena sempre vencia.

Os irmãos de Athena são: Ártemis, Musa, Cárites, Ares, Apolo, Dioniso, Hebe, Hermes, Héracles, Helena, Hefesto, Minos, Perseu e Poro.

                                                                                                         Athena e Poseidon 

O mito da cidade de Athenas tem origem a partir da disputa entre dois deuses, Athena e seu tio, Poseidon. Aquele que oferecesse o melhor presente para os habitantes do local seria homenageado dando a ele o seu nome.

A cidade de Cecrópia, governada por Cecrópe (metade cobra, metade homem, filho da Terra) era uma cidade Grega, banhada pelo mar. Poseidon, querendo uma cidade para si, onde todos o adorassem e fizessem cultos e sacrifícios em sua homenagem, ele chega em Cecrópia e diz ao povo:

– Chamem essa cidade de Poseidônia e serão bem-vindos o mar para pescar. Façam seus cultos a mim e mostrar-lhes-ei quando o mar estiver seguro ou não. Assim, bateu seu Tridente no chão e surgiu um cavalo e uma Fonte de água salgada que era, portanto, seu presente à futura Poseidônia. – Este é meu presente à minha futura cidade, espero. Perguntem à fonte se é seguro navegar e ela os dirá.

Impressionados com a presença de Poseidon, já quase a concordarem, os homens da cidade, que viviam do mar, ficaram felizes ao saber que o deus poderia protegê-los. Mas então, Athena chega, tomando a atenção pois também queria uma cidade que a cultuasse, e assim, se dirigiu a cidade:

– Povo de Cecrópia, deem a esta cidade o meu nome e a educação terá bom desenvolvimento aqui, sendo a cidade com mais sabedoria da Grécia. Serão bons guerreiros, inteligentes e estratégicos. Como Poseidon, fincou sua lança no chão, e então surgiu uma Oliveira, seu presente à cidade, além do domar o cavalo e torná-lo um animal doméstico. – Este é meu presente, e assim poderão viver da Terra, tendo azeite e azeitonas. Deem a esta cidade o nome de Athenas, e assim serão beneficiados.

Sem querer deixar nem um dos deuses bravos e brutos, iniciando uma guerra, Cecrópe achou mais justo deixar o povo votar. Os homens que viviam do mar, votaram em Poseidon, que os ajudaria nas pescas. Já as mulheres, que viviam da terra, votaram em Atena. Como haviam mais mulheres do que homens, Atena saiu vitoriosa.

Porém, Poseidon, bravo e sem querer perder a oportunidade, desafiou Athena em um combate. Como era muito poderoso, achou que Athena iria fugir, mas ela, sem medo aceitou. Zeus, que estava assistindo tudo, antes do confronto começar, interveio e disse:

– Melhor resolver isso com o conselho Olimpiano, mais justo será.

O caso foi levado ao conselho do Olimpo, foi como em Cecrópia, mulheres votaram em Athena e homens em Poseidon. Porém, Zeus não votou. Assim, Athena saiu vitoriosa, de novo.

Poseidon começou a sentir imensa raiva da cidade de Athenas, agora assim chamada. Os atenienses não eram mais bem-vindos ao mar, pela ira de Poseidon. Preocupados, fizeram um templo a Poseidon em sua cidade e, então, para agradá-lo, nenhuma das mulheres poderia votar. Poseidon aceitou, e, assim, os atenienses poderiam ir ao mar seguros, pois o presente permaneceu na cidade.

                                                                                                          Athena e Medusa 

Athena é uma deusa que preza bastante pelo respeito e seriedade. Um exemplo dessa característica consiste na punição que ela estabeleceu para Medusa, que nem sempre foi um monstro terrível.

Quando Medusa ainda era uma linda donzela de cabelos loiros e sedosos,  vivia com suas irmãs e prestava serviços no templo de Athena. Poseidon tinha consciência de que as sacerdotisas de Athena deveriam ser puras, mas isso não o impedia de cortejar a bela Medusa, que se esquivava constantemente. Cansado das negativas, querendo se vingar de Athena e dominado pela paixão, o deus dos mares decidiu violar a sacerdotisa dentro do templo e em frente à estátua de Athenas que, furiosa, optou por castigá-la.

Pela violação de seu templo, Athena transformou Medusa num terrível monstro. Seus cabelos viraram serpentes, seu corpo criou escamas e os dentes foram transformados em presas de javali. E o pior: a maldição determinava que todos os que olhassem para ela virariam pedra, o que condenou Medusa a uma terrível solidão.

Expulsas do templo, as três irmãs se refugiaram em uma caverna no extremo oriente da Grécia, onde podiam viver sem maiores conflitos — até que os guerreiros da  Grécia passaram a visitar o local para confrontá-la e tomar sua cabeça como arma.

Um deles foi Perseu, jovem semideus obrigado pelo rei da ilha Cícade a decapitar o monstro — caso não o fizesse, sua mãe seria violada pelo rei. Pedindo auxílio aos deuses, Athena ajudou Perseu a derrotar Medusa, oferecendo-lhe um escudo de bronze e orientando que não olhasse diretamente para a górgona. Com sua ajuda, seu meio irmão, o herói Perseu matou a “Medusa”, desde então passou a usar a cabeça do monstro no escudo.

Quando o herói Perseu derrotou Medusa, uma gota de seu sangue entrou em contato com a água e ouviu-se um grande trovão. Surgiu, então, uma espuma branca sobre a água e um belo cavalo branco com asas emergiu — era Pégasus, filho da relação entre Poseidon e Medusa.

                                                                                                        Athena e Pegasus

Após seu nascimento, Pegasus bateu com seus cascos no chão do monte Hélicon, fazendo brotar nesse local a fonte de Hipocrene, que se tornou famosa como um símbolo de inspiração para os artistas. Quem bebesse das águas sagradas da fonte, ganharia dons artísticos.

Tempos depois, a Quimera (um ser  com cabeça e corpo de leão, duas cabeças: uma de cabra e outra de dragão) estava aterrorizando Corinto, atacando rebanhos e causando medo com o fogo que lançava por suas narinas.

O herói Belerofonte decidiu então lutar contra Quimera, mas jamais conseguiria vencer sozinho. A deusa Athena resolveu ajudá-lo, entregando-lhe uma rédea de ouro para que domasse Pegasus. Então com a ajuda do cavalo alado, Belerofonte conseguiu matar o monstro e salvar Corinto.

Depois do feito, deixando-se dominar pelo orgulho e pela vaidade, já que muitos o chamavam de divino,  Belerofonte achou que seria capaz de voar com Pegasus até o Olimpo, a morada dos deuses, para juntar-se a eles.

Zeus, diante da atitude do herói, enfureceu-se e mandou uma abelha picar o cavalo enquanto ele voava até o Olimpo. Ao ser atacado, Pegasus acabou derrubando Belerofonte. Athena vendo a queda do herói fez com que a terra ficasse mole para evitar a sua morte.

Zeus, por sua vez permitiu que Pegasus continuasse a subir cada vez mais alto até alcançar as estrelas e transformou-o na constelação de Pegasus.

Já Belerofonte, depois de sobreviver a queda, passou o resto da sus vida, como um mendigo, à procura do seu amado Cavalo Alado, sem saber que este o observava dos Céus todas as noites.

Athena também ajudou Hércules, orientou na vitória contra Hidra de Lerna e na expulsão das aves do Lago Estínfale, além de protegê-lo em todos os seus Doze Trabalhos.

                                                                                                           Athena e Aracne 

Numa antiga região da Ásia Menor chamada de Lídia, vivia uma jovem de nome Aracne, que tinha uma extraordinária habilidade e grande reputação na arte de tecer e bordar.

As tapeçarias que desenhava eram tão belas e perfeitas que pessoas vinham de terras distantes só para contemplá-las. Devido a tanta admiração, Aracne começou a comparar-se à Athena – deusa das fiandeiras – e que seria capaz de derrotá-la na arte da tecelagem. Quando a notícia chegou ao Olimpo, Athena ficou furiosa com a petulância da mortal. Sentiu-se desafiada e resolveu aceitar a competição com Aracne, para ver quem merecia de fato ser considerada a melhor na arte de bordar. Antes, porém, a deusa disfarçou-se de uma humilde velhinha e foi ter com Aracne. Pediu-lhe que a escutasse, devido à experiência de sua idade avançada: “Busque entre os mortais toda fama que desejar, mas reconheça a posição da deusa”. Aracne, entretanto, não aceitou os conselhos da deusa, e, mais uma vez, a desafiou, dizendo: “Por que motivo sua deusa está evitando competir comigo”? Nesse momento, Athena tirou o disfarce e todos, ao redor, ficaram surpresos, exceto Aracne, que permaneceu impassível. As duas, então, deram início à competição.

Ambas trabalharam com rapidez e habilidade. Athena representou sobre a tapeçaria a cidade de Athenas e os doze deuses do Olimpo em toda a sua majestade, e entre os deuses a oliveira que ela havia criado durante a disputa com Poseidon, retratou também Nike, o símbolo da Vitória e para aviso da sua rival acrescentou nos quatro cantos a representação de quatro episódios mostrando a derrota dos mortais que tinham ousado desafiar os deuses. Coroando o trabalho, Athena teceu uma grinalda de folhas de oliveira, que é até hoje um símbolo de paz.

Aracne ousou ilustrar sobre o seu trabalho as conquistas amorosas de Zeus. Sob a forma de touro, arrebatando Europa; sob a forma de águia, abordando Astéria; sob a forma de cisne, conquistando Leda; sob a forma de sátiro, fazendo amor com Antíope; Zeus fazendo-se passar por Anfitríon para seduzir Alcmene, mãe de Heraclés (Hércules); Zeus, o pastor que fez amor com Mnemosine, mulher-titã; e, ainda, Zeus conquistando Egina, Deméter e Danae, disfarçado de chama, serpente e chuva de ouro, respectivamente. A obra de Aracne era tão perfeita que Athena não conseguiu encontrar nela a minima falha, e isso a deixou tão enraivecida que rasgou em pedaços o trabalho e golpeou, com o bastão de tecer, a cabeça de Aracne. Ultrajada e desesperada, Aracne enforca-se.

Athena, ao ver o que sua cólera havia provocado, compadeceu-se de Aracne e transformou a corda que ela usara para enforcar-se numa teia. Em seguida, derramou sobre Aracne fluídos retirados das ervas da deusa Hecate e transformou-a em uma aranha. Dessa forma, Aracne foi salva da morte, embora condenada a ficar dependurada em sua teia a fiar e a tecer para sempre.

                                                                                                       Athena e Pandora

Na Mitologia Grega, Pandora foi a primeira mulher criada por ordem de Zeus como parte de um castigo a Prometeu (titã amigo dos homens) por este ter revelado o segredo do fogo para a humanidade.

Prometeu roubou as sementes do deus Hélio (deus do fogo) e repassou aos homens para que estes pudessem cozinhar e fazer tarefas domésticas. Enfurecido, Zeus resolveu criar uma mulher que tivesse várias qualidades de diversos deuses.

Pandora recebeu de Afrodite o poder da sedução e Athena auxiliou Hefesto a criar Pandora tendo dado a ela diversos atributos como a arte de tecer e bordar. No entanto, Athena esqueceu de entregar a Pandora um pouco de sua sabedoria.

                                                                                                             Athena e Orestes

Na qualidade de guerreira Athena é invencível e pode ser tão implacável quanto Ares, mas isso não a priva de traços mais doces, o que Ares não possui. Vários episódios do seu mito a mostram em relações afetuosas com seu pai e com os seus protegidos, e sua fidelidade e devoção podem ser profundas. Ela tem ainda um inigualável senso de justiça e, como a virgem divina, de pureza, como provou várias vezes: puniu personagens tomados pela húbris ou que profanaram seus templos, protegeu donzelas prestes a serem violadas, além de ter corrigido várias injustiças, como quando devolveu a vida a Perdix, que fora morto por seu tio invejoso, ou quando, num julgamento público em Athenas, seu voto dissolveu a maldição que caíra sobre Orestes, perseguido pelas Erínias por conta do matricídio que cometera cumprindo uma ordem direta de Apolo. Por essa razão Athena também ficou conhecida como Minerva pelo voto de desempate, daí se da a expressão “O Voto de Minerva”, por isso, até hoje o voto de desempate leva esse nome.

Usada para caracterizar a opinião decisiva em caso de empate em uma votação, a expressão tem origem na mitologia grega e remete à Guerra de Troia. Conta a história que Agamenon, o comandante dos gregos, havia oferecido sua filha em um sacrifício aos deuses, irritando assim sua mulher Clitemnestra. Clitemnestra o assassinou. O deus Apolo ordenou então que Orestes, outro dos filhos de Agamenon, assassinasse Clitemnestra.

A sequência de assassinatos poderia não acabar aí. A morte de Clitemnestra, segundo Apolo, também poderia ser vingada. O deus, no entanto, não determinou que Orestes fosse assassinado e sim convocou um julgamento para definir se ele seria ou não condenado. Tal julgamento é considerado o primeiro da história dentro da mitologia grega.

Entre os 12 jurados não houve um consenso. Seis votaram pela absolvição e seis votaram pela condenação. Com o empate, foi chamada Minerva, a deusa da sabedoria. Minerva votou pela absolvição de Orestes.

Por esta razão Athena é considerada a divindade tutelar dos julgamentos e dos júris, e a fundadora mítica das cortes de justiça ocidentais, substituindo a tradicional punição por vingança pela penalidade baseada em princípios consagrados num sistema legal formalizado.

A batalha da Titanomaquia

                                                                                                              Athena e Tifão

 

É aqui que podemos dizer que a luta começa de fato, pois Zeus, sendo apoiado pelos irmãos, inicia uma grande guerra contra seu pai, Cronos, travando uma batalha que dura 10 longos anos.

Nessa guerra os deuses se colocaram no monte Olimpo, enquanto seus adversários, os titãs, ficaram no monte Ótris.

Vale lembrar que Zeus ainda contou com a ajuda dos ciclopes, que foram os responsáveis pelo fornecimento de armas.

Hesíodo, poeta da antiguidade, descreve a luta como uma luz que faz confundir o céu e a terra em uma coisa só. Um tumulto tão grande da terra sendo esmagada e do céu se precipitando sobre ela. Era o barulho da luta dos deuses.

Continuando a descrever, Hesíodo ainda diz que os ventos se sacudiam e erguiam o pó ao mesmo tempo em que trovoes, raios e relâmpagos ardiam, pois eram as armas de Zeus que levavam os combatentes aos gritos.

Seguindo os acontecimentos, Zeus, do alto do monte Olimpo, disfere um raio contra os Titãs e faz com que a terra inteira trema.

De um lado estavam os gigantes hecatônquiros, libertados pelos deuses, que arrancavam as montanhas para arremessar contra os Titãs.

Do outro lado os Titãs lutavam e resistiam como podiam contra todos os deuses.

O fato é que a guerra estava levando os habitantes do Olimpo à vitória. Entretanto, como um de seus últimos recursos, os Titãs lançaram mão de uma nova arma diretamente das profundezas.

É então que, saindo do tártaro, surge Tifão, criatura colossal dos ventos fortes que provoca Zeus para um último desafio antes que os deuses possam reinar no universo.

Tifão consegue escalar o Olimpo e provoca a fuga de todos os deuses em forma de animais para o Egito, apenas Athena, teve coragem de permanecer no local em sua forma humana e ainda consegue contê-lo por algum tempo.

Finalmente o monstro colossal consegue alcançar Zeus e lhe arranca as pernas e braços, deixando-o totalmente debilitado.

Com um plano infalível e com a ajuda dos outros deuses, Zeus consegue recuperar seus músculos.

Muito tempo se passa na maior batalha de todos os tempos entre Zeus e Tifão, até que o deus dos deuses consegue concentrar toda a sua energia em um único ponto e lança um forte raio que atinge Tifão fazendo com que ele caia nas profundezas do tártaro novamente, levando os demais Titãs com ele.

Assim, vitoriosos, Zeus se torna o rei do universo e os deuses do Olimpo banem definitivamente os Titãs para o tártaro.

Vale lembrar que alguns Titãs não participaram da Titanomaquia, tais como Oceano, Ceos, Tétis, Mnemosine, Têmis e Prometeu. Isso faz com que sejam incorporados, futuramente, ao panteão grego.

                                                                                  As Três Marias – Athena – Hera – Afrodite

A deusa guerreira também se fez presente na guerra entre os gregos e troianos, ajudando os gregos. O príncipe troiano Paris ficou incumbido de decidir qual das três era a mais bonita: Hera, Athena ou Afrodite. A primeira prometeu o domínio da Europa e Ásia. A segunda prometeu glória nas batalhas e sabedoria eterna. Já a terceira ofereceu a mulher mais linda do mundo, Helena. A vencedora foi Afrodite, causando assim a Guerra de Troia.

Sua manifestação mais importante foi para Aquiles: favoreceu-o na disputa com Agamenon aconselhando que ele moderasse sua fúria, e colaborou na morte de Heitor enganando-o e devolvendo a espada para Aquiles. Também na Odisseia ela fez expressivas aparições.

Foi a protetora de Odisseu em toda a longa e perigosa viagem de volta para casa, e quando ele chegou finalmente a Ítaca sem reconhecê-la, entregando-se ao desalento, a deusa o fez perceber que seu périplo havia terminado. Ela acrescentou que estava perpetuamente ligada a Odisseu pelo fato de que ele era tido como o mais astuto dos mortais, enquanto que ela era a mais sábia e engenhosa dentre os deuses. Também favoreceu Telêmaco, filho de Odisseu, disfarçando-se de Mentor, o seu tutor, aconselhando-o a ir informar-se sobre o destino de seu pai, profetizando que ele em breve estaria de volta, e mais tarde instruindo-o como agir contra os pretendentes de sua mãe Penélope. Sob o mesmo disfarce apresentou-se diante dos pretendentes no momento da luta final, incitando Odisseu contra eles e, transformando-se em andorinha, desviando suas lanças.

Durante a guerra de Troia, Athena aliou-se aos gregos mais civilizados, no caminho de volta para a Grécia, vieram os desgraçados do destino. Embora não gostasse dos troianos, a deusa Athena repudiou o estupro de Cassandra em seu altar. Daí quando o navio do estuprador Ajax, o pequeno, se aproximava da região da Lócrida, ela mandou uma tempestade. O navio afundou, mas Ajax, o pequeno, não morreu, vez que era exímio nadador. Ao chegar salvo a terra, subiu num penhasco e de lá gritou:

– Nem mesmo os deuses podem me matar.

Enfurecido com os insultos, Posseidon emergiu das profundezas e transpassou o pequeno Ajax com seu tridente mortal.

                                                                                                    Erictônio – Filho de Atena

Athena precisa de novas armas, a Guerra de Tróia estava em curso, e fez pedido a Hefesto, Deus excelente em forja de armamentos. Poseidon, influência Hefesto que Athena o deseja. Quando Athena vai buscar sua encomenda, encontra seu irmão Hefesto alucinado. Ele a aborda de maneira selvagem, tentando a todo custo possuir a Deusa virgem, ela fugiu, mas acabou alcançada. Lutou para desvencilhar-se dele e o ferreiro, excitado com a luta, acaba por ejacular em sua coxa. Enojada Athena limpa sua coxa, com um chumaço de lã que lançou ao solo que acaba se transformando imediatamente em um bebê.

Nasce assim Erictônio, que acaba por ser criado por Athena, em sigilo para outros Deuses, até que ela resolve manda-lo para outro lugar.

Colocou-o em um baú, entregando-o a Pândroso, filha de Cécrope I, e proibindo-a de abrir o baú. Mas suas irmãs, curiosas, o abriram, e viram uma serpente enrolada no bebê. Segundo alguns autores, elas foram mortas pela serpente, segundo outros, elas enlouqueceram pela ira de Athena e se jogaram da acrópole .

Cécrope I, cujo filho homem morreu antes dele, foi sucedido por Cranau, um homem poderoso dos atenienses , e este foi deposto por Anfictião, seu genro. Erictônio liderou uma rebelião, expulsou Anfictião e se tornou o primeiro rei de Athenas, estabeleceu o culto de Athena, e se casou com a náiade Praxiteia, com quem teve o filho Pandião. Ele foi sucedido por Pandião I.

                                                                                                    Athena – Templo Partenon

Partenon, na cidade de Athenas, é o templo mais importante erguido em homenagem à deusa Atena, sendo considerado o mais importante ícone da Grécia. Suas ruínas existem até hoje, construído no século V a.C. na Acrópole de Atenas, na Grécia Antiga, por iniciativa de Péricles, governante da cidade, projetado pelos arquitetos Calícrates e Ictinos e decorado em sua maior parte pela oficina do escultor Fídias, que também executou a estátua criselefantina (feita de marfim e ouro) da deusa patrona da cidade, Atena Partenos, presente no interior do templo naquela época.

O Partenon é o mais conhecido dos edifícios remanescentes da Grécia Antiga e foi ornado com o melhor da arquitetura grega. Suas esculturas decorativas são consideradas um dos pontos altos da arte grega. O Partenon é um símbolo duradouro da Grécia e da democracia, e é visto como um dos maiores monumentos culturais da história da humanidade. O nome Partenon deriva da estátua de Athena Partenos.

                                                                                                  Templo de Athena Nice

Localizado na Acrópole de Athenas, na Grécia. Nice significa vitória em grego antigo, e se refere a um dos epítetos comumente dados à deusa na cidade.

Seu templo era em estilo jônico antigo e localizava-se na parte sudeste da Acrópole, à direita da entrada. Lá, os cidadãos atenienses adoravam a deusa, na esperança de que ela os ajudasse na longa guerra contra a cidade-estado rival, Esparta. O Templo de Athena Nice foi a expressão máxima da ambição de Athenas de se tornar a pólis mais importante da Grécia.

O templo foi construído no local onde havia um outro templo de Athena, que foi demolido pelos persas em 480 a.C.. Havia uma grande estátua da deusa Athena no centro do templo; Pausânias descreve-a como sendo de madeira, segurando um escudo na mão esquerda e uma romã, fruta que simbolizava a fertilidade, na mão direita uma lança. Athena Nice era, originalmente, a deusa alada da vitória. Contudo, para o templo, foi construída uma estátua sem asas, para que assim ela nunca pudesse sair da cidade. Por essa razão, a estátua foi muitas vezes chamada Níkē Apteros (que significa vitória sem asas).

 

 

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