Artistas brasileiras fazem intervenção têxtil na Itália

Alleyn 12
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A pequena cidade de Trivento, com seus 5 mil habitantes na região de Molise, no centro-sul da Itália, teve suas ruas tomadas por peças de tricô e crochê de artistas do mundo todo, inclusive do Brasil.  Trivento foi palco do Yarn Bombing Day, evento que propõe intervenções urbanas têxteis com crochê e tricô. A edição italiana é organizada pela fundação local “Uno Filo Che Unisce”. Trivento é conhecida popularmente como a “Cidade do Uncinetto” (“agulha de crochê”, na tradução). Isso porque, frequentemente, são feitas intervenções têxteis pelas ruas. Em dezembro de 2018, o município ganhou fama mundial ao montar uma árvore de Natal inteiramente em crochê, com seis metros de altura. Cerca de 70 artistas de todo o mundo estiveram em Trivento para apresentar suas peças. Do Brasil, participam representantes do Coletivo Meiofio, TeceLãs, naLã, 1000 fios a 1000, entre outros, veja abaixo.

Para o evento na Itália, o coletivo Meiofio reproduziu a padronagem da calçada de São Paulo em uma peça com 15m de largura por 1,2m de comprimento, fabricada por mais de 20 pessoas. “A calçada de São Paulo é um padrão recorrente dos novos trabalhos desde o início. Além de ser uma peça de fácil confecção em crochê, que é o ‘quadradinho da vovó’, ela permite que várias pessoas participem.

E também por representar nossa cidade e uma mulher que não teve o seu desenho reconhecido, a Mirthes Bernardes, que foi quem criou o padrão da calçada de São Paulo”, disse Nara Rossetto, do coletivo Meiofio, ressaltando que o grupo tem interesse em organizar um Yarn Bombing Day na capital paulista em 2020. Já o coletivo TeceLãs optou pela criação de um painel de 2,5m de largura por 2,5m de comprimento representando a flora brasileira. Foram usados cerca de seis quilos de fios no painel.

“Logo quando recebemos o convite da organização do evento, pensamos em fazer uma obra que retratasse nosso país, porém sem utilizar estereótipos. Queríamos chamar a atenção para o que nosso país tem de mais belo, e uma das melhores maneiras era criando um painel da nossa flora. Inevitavelmente a peça acaba assumindo um valor mais forte considerando o atual momento em que vivemos”, disse, por sua vez, Lu Gastal, uma das integrantes do TeceLãs. “O que é mais bacana é que as peças serão leiloadas após a exposição pela cidade e a renda será revertida para um lar crianças carentes na Itália”, explicou. Por sua vez, o grupo 1000 fios a 1000, fundado por Patrícia Baker Upton e Mocinha de Macedo Soares, produziu uma peça de 5 m usando rosas e folhas em crochê aplicadas na chita, um tecido de algodão com estampa em cores fortes e ícone da identidade brasileira. “É uma experiência transformadora levar um trabalho brasileiro para um evento internacional”, disse Nara Rossetto. “Uma ação como essa tem um potencial gigantesco de transformação, de mudança, de olhar e percepção de um espaço, mesmo que efêmero, como todas as artes urbanas. O evento cria laços entre as pessoas e os espaços, da rua como extensão da casa, e o uso das técnicas têxteis tradicionais cria vínculos de memória”. (ANSA) Por Beatriz Farrugia

O Yarn Bombing Day é uma intervenção artística urbana, que consiste em usar fios e também as técnicas de crochê e tricô para preencher e ressignificar espaços, como grades, postes, pontes, árvores, entre outros. Um dos produtos mais usados para este tipo de trabalho é o Mollet da Círculo S/A, um fio especial feito de acrílico, que resiste aos fatores ambientais, indicado para seguir a proposta de ser um enfeite permanente, e que foi a escolha dos dois coletivos.

 Painel do coletivo Tecelãs.

Para as ruas de Trivento, o coletivo Meiofio reproduziu a padronagem da calçada de São Paulo. “Vamos levar um pedacinho da nossa cidade para a Itália. É um projeto bem grande, com 15 metros de largura por 1,2 metro de comprimento e contou com a colaboração de muitas mãos”, comenta Nara Rossetto, uma das idealizadoras do Meiofio. Mais de 20 pessoas colaboraram com a confecção da malha em crochê ao longo de cinco meses. O trabalho contou com cerca de 200 novelos.

 

Já o coletivo TeceLãs optou pela criação de um painel de 2,5 metros de largura por 2,5 metros de comprimento, representando a flora brasileira. “Foi um trabalho complementar, que contou com uma contribuição livre das cinco integrantes do nosso coletivo. Cada uma fez uma parte e no fim nos reunimos para concluir todo o painel. Usamos tricô, tricotin e crochê, em 12 cores dos fios Mollet e Pompom Fofo da Círculo S/A”, pontua Lu Gastal, uma das integrantes do TeceLãs. Foram usados o equivalente a 6 quilos de fios neste painel. Conhça sobre algumas dessas meninas e grupos.

Sobre o coletivo Meiofio

Grupo multidisciplinar de intervenção urbana que trabalha para acolher pessoas, preencher espaços e trazer novas ideias. Através de fios imaginários e reais, conectam presente, passado, pessoas e memórias. Buscam o valor de elementos ignorados e esquecidos da cidade com o objetivo de construir um futuro viável, acolhedor e convidativo.

Coletivo TeceLãs

O Coletivo TeceLãs surgiu do encontro de cinco amigas crocheteiras e que descobriram através dele uma forma divertida de espalhar crochê por São Paulo e assim colorir a cidade. São três frentes: o Yarn Bombing, com o objetivo de colorir a cidade com intervenções de crochê e com isso aproximar as pessoas do trabalho manual; o solidário, promovendo ações e apoiando projetos sociais ligados ao crochê; e o comercial, com a decoração personalizada para espaços comerciais através de um contrato. O propósito do coletivo é mostrar que o crochê é acessível à todos e qualquer ideia ou projeto pode ser feito usando apenas uma agulha, fio e criatividade.

Coletivo naLã
yarnbombing | intervenções urbanas | street art | artes visuais
“Em cada nó e ponto dado são entrelaçados objetivos em comum: nós atados. Uma (r)evolução de ideias criativas, de (r)existência dos nossos saberes.” É assim que as amigas Fernanda Mafra e Priscila Curse resumem o Coletivo naLã, projeto liderado pelas duas que usa o crochê para levar arte para o espaço urbano e, principalmente, conectar pessoas, compartilhar conhecimento, destravar a força produtiva e o potencial criativo de cada um. Além de projetos de cenografia e arte visual, elas promovem uma série de ações voluntárias de arte urbana (o chamado Yarn Bombing, uma espécie de graffite em crochê), oficinas e laboratórios gratuitos para multiplicar o conhecimento sobre o assunto.

Cristine Torchia

Coordenadora de mkt e atividades artesanais, arte-educadora, artesã. desenvolvo projetos artísticos e artesanais. apaixonada por trabalhos manuais

Patrícia Nakamura

Conhecida por sua arte como Patty Mimos, a crafter faz dos bichinhos não apenas artigos de decoração ou brinquedos.

 

 

 

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