A Simbologia da Raposa

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A raposa resume a ambivalência da consciência humana

Símbolo de fertilidade, ela é no Japão a companheira de Inari, divindade da abundância, com a qual é às vezes identificada, a ponto de lhe ser prestado um culto. Inari é uma divindade xintoísta do alimento e da cultura de amoreiras para os bichos-de-seda. Devido ao seu método de caça, as raposas são conhecidas pela sua astúcia e esperteza.

Pela caraterística traiçoeira do animal, por sua vez, as pessoas que demonstram comportamentos desleais são metaforicamente chamadas de “raposa”. Na China e no Japão, a raposa é tida como um animal feiticeiro e feminino. Em decorrência disso, costuma-se associá-la à natureza feminina instintiva e primitiva da mulher. Sua associação com as divindades da fertilidade provém, sem dúvida, de seu vigor e da força de seus apetites, que também fazem delas, em quase todas as partes do mundo, machos dom-juans ou, como veremos, fêmeas provocadoras.

No simbolismo celta, a raposa era um guia e era reconhecida pela sua sabedoria. Os celtas dizem que a raposa conhece as florestas intimamente, e é por isso que seria um grande guia no mundo espiritual.

Na China as raposas tinham a fama de possuir uma grande quantidade de força vital, pelo fato de viverem em buracos e de estarem, portanto próximas das forças geradoras da terra. Também é atribuida à raposa uma grande longevidade. Em inúmeras crenças no Extremo Oriente, acredita-se, às vezes, que a raposa possui o elixir da vida, ou então que ela dá origem a possessões demoníacas.

Dos tempos que a história se confunde com a mitologia

Nos tempos antigos,  havia um Deus chamado Inari no kami, que segundo a mitologia japonesa ou no shintoismo, representa o Deus da agricultura, da colheita, etc. O natural é que comece a surgir “Deus” em cada coisa que acontece em volta e nos seus afazeres diários, principalmente nos tempos em que uma boa safra era questão de vida ou morte da sua família.

Como em outras culturas ao redor mundo, o povo japonês tinha uma grande dificuldade com os ratos nas plantações. Esses roedores arrasavam as colheitas que o pessoal se esforçou em cultivar durante as estações mais difíceis! Nisso, animais que caçavam os ratos acabavam ganhando uns pontos extras dos japoneses. A raposa era um desses animais. Começava a surgir a ideia de que era um símbolo abençoado de boa colheita, e assim, acabou sendo percebido como um represente de Deus da colheita, ou ele se confundir com ele próprio.

Do outro lado da simbologia

Apesar de apontar como uma das bestas sagradas que pode até trazer felicidade e prosperidade, normalmente simboliza um ser maligno que é responsável por causar tragédia, como acontece nas histórias de ficção mais moderna.

Existem tribos na Ásia (como a tribo indígena de Hokkaido, os Ainus) que associam a raposa à um ser maligno com poderes mágicos. Há histórias antigas listadas no Nihon Ryouiki (publicado em torno do ano 825) assim: Um homem se apaixona por uma mulher, se casa,  tem até um filho juntos… até que depois do cachorro latir pra ela, descobre que era uma raposa.

Há também uma influência budista na ideia demoníaca da raposa. Uma das histórias da Deusa hindu, a Dakini – que posteriormente foi fundida à imagem do Inari no kami –  tem um episódio vencendo uma raposa do mal que se transformava em pessoas. Quando essas histórias veio da China junto com a influência do budismo, as pessoas começaram a enxergar a raposa como um ser místico e que trazia má sorte, algo como o gato preto do ocidente.

A tacada final foi a história mais famosa das raposas, a do Kyuubi no kitsune ou a raposa de nove caudas. Mais famoso no ocidente por causa do NARUTO, pokemon Ninetails da primeira geração ou talvez pelo mangá Nurarihyon no mago, que narra a história um pouco mais fiel dessa besta.

 A influência nos pequenos costumes

Existe uma expressão em japonês chamado mayutsuba, que siginifica “algo falso, de mentira, que não dá pra acreditar na sua veracidade”. A origem é da raposas, que quando enganava ou se transformava em algo, pra saber se era verdadeiro ou não, os japoneses passavam na mayuge ou na sobrancelha, o tsuba ou cuspe. Dai vem Mayu-tsuba. Há também expressões como kitsune ni damasareta “fui enganado pela raposa” e kitsune no yome iri “casamento da raposa”.

Refletindo como um espelho as contradições humanas, a raposa poderia ser considerada como um duplo da consciência humana.

5 fatos curiosos sobre as raposas

1 – As raposas são animais extremamente afetados pela caça humana. Em locais como o Reino Unido, por exemplo, a UNESCO já se manifestou e proibiu a caça do animal, muito comum por lá.

2 – A expectativa de vida das raposas gira em torno dos 10 anos. Entretanto, principalmente por conta da caça, elas acabam vivendo apenas 2 ou 3 anos nos lugares mais afetados pela ação humana.

3 – As raposas também caçam. São predadores temíveis para coelhos, roedores, aves e outros mamíferos. Não são incomuns as histórias de fazendeiros ou criadores de animais que sofreram com ataques de raposas.

4 – As raposas fazem parte da “família” dos cães, mas são muito mais parecidas com os gatos, principalmente por conta da agilidade e do formato dos olhos, que lembram muito os felinos.

5 – Os “bigodes” característicos de gatos também estão presentes nas raposas, mas não apenas no rosto. Esses pelos, também localizados nas pernas do animal, o auxiliam a se situar no ambiente, indicando o que existe ao redor.

SIGNIFICADOS: Sabedoria, estratégia, agilidade, inteligência, adaptabilidade, desejo, paixão, expressão, intensidade, foco, determinado, protetora.

 

 

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