Conheça obras de Arte Visionária

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A Arte Visionária é muito antiga, ela existe desde as primeiras pinturas em cavernas, pelos povos antigos, esteve presente na arte dos egípcios, dos mesopotâmios, dos antigos gregos, dos celtas, dos Astecas, dos Maias, dos Olmecas, no Renascimento, entre outros. Ela é observada também nas artes Budistas e Hinduístas.

Na idade média podia ser observada em cartas de Tarot, na Astrologia, nas catedrais góticas, nos afrescos e na arte cristã. Pode ser traduzida como uma expressão artística ou processo criativo, mirações, e tem como propósito sobrevoar o mundo físico, retratar visões, integrar elementos e expandir a consciência.

Os artistas visionários usam tudo a sua disposição através da fonte divina, acessar diferentes estados de consciência e expor as visões resultantes, que são as formas que Deus nos deu para criar, com o intuito de mostrar o que repousa além das fronteiras de nossa percepção. Através dos sonhos, insights, ou outros estados da consciência, do corpo de Deus, o artista busca ver o que esta além do nossos olhos, atingindo um estado visionário que transcende nosso modo ordinário de percepção.
Abaixo um pouco da obra dos mais reconhecidos artistas visionários:

Flo Schell é uma artista visionária, seu trabalho busca expressar a essência que a mulher porta, a artista nutre a esperança de que as mulheres e meninas possam olhar-se nos olhos e reconhecer a força e a delicadeza da mulher, com coragem e a compaixão, graças ao espírito santo.
Muitas vezes, as imagens visualizadas trazem um sentimento de melancolia e tristeza, mas não devemos nos esquecer que estes sentimentos fazem parte da condição humana.
Todas estas particularidades estão imbuídas na pintura de Flo através de símbolos, orações e desejos que acompanham cada uma de suas pinceladas.

Pablo Amaringo nasceu em Puerto Libertad, no Peru, pintor e fundador de uma escola de arte visionária, a Usko-Ayar, em Pucallpa. Amaringo retrata em suas pinturas as viagens cósmicas, os processos de cura, a fauna e flora amazônicas e o cotidiano dos rituais de consagração da Ayahuasca.
Na década de 1980, Pablo Amaringo mediava beberagens, lecionava inglês e pintava cenas naïf. Foi neste contexto que o ecólogo e etnobotânico Dennis McKenna e o antropólogo Luis Eduardo Luna, em visita ao Peru, conheceram Amaringo, que a partir daí começou a pintar suas mirações. Sob a influência da Ayahuasca aprendeu a misturar cores, vibrando em seus quadros suas experiências cosmológicas e visionárias. Sua arte se destaca pela riqueza de detalhes e planos interligados, formas espirais e maestria no retrato das figuras indígenas e mitológicas.

Considerada um forte e significativo elo imaterial com o divino, a sabedoria ancestral da Ayahuasca fez nascer diferentes tradições espirituais nas comunidades indígenas amazônicas. Em 2008, o governo peruano a declarou Patrimônio Cultural. O trabalho de Amaringo contribuiu amplamente para o reconhecimento da Ayahuasca enquanto tradição, já que proporcionou ao mundo ver as cores e formas de sua “arte vegetal” visionária, chamando atenção para a importância da cultura amazônica e dos conhecimentos dos povos da floresta.

Alexandre Segrégio

A infância e adolescência foram muito bem vividas na cidade mineira de Pouso Alegre, embora ele tenha nascido em Mathias Barbosa. O artista plástico Alexandre Segrégio, 50, com licenciatura plena pela Escola Paulista de Arte, absorveu de forma irreversível essa proximidade com a natureza exuberante.
“Tenho boas e ricas memórias dessa época e somei a isso algumas viagens que fiz para tribos indígenas, no Acre, Amazonas, Rondônia, Goiás e outros Estados a fim de aprofundar o meu conhecimento sobre como essas culturas vivenciam e se relacionam com a natureza. Os mitos, as pessoas e a natureza têm sido minha fonte de inspiração”, diz.

Espiritualidade e magia são traduzidas em óleo sobre tela. A pintura de Segrégio dialoga com o real e o imaginário, as formas criam seres e o transcendente se incorpora na natureza.

essas temáticas estão profundamente interligadas. “Sinto necessidade de manifestar a magia que a natureza contém. E o modo que encontro de expressá-la é através de formas e elementos espirituais. O invisível, o mistério da natureza, está contido no mistério da vida, pura energia concentrada, Deus se manifestando, e é revelado a quem respeita e luta para preservar o que ainda resta da beleza da natureza. Eu me sinto bem pequeno diante da força e da luz que emanam da natureza e de toda beleza que nela está contida, graças a Deus”.

“Procuro não mistificar o momento. Grande parte desses momentos pinto no meu estado normal, mas procuro me concentrar para captar do alto inspirações. Procuro avaliar pela harmonia que se apresenta no ar, que força espiritual que vem se apresentando. Se vem acrescentar, então deixo fluir as orientações e ponho em prática”.

Locais privilegiados de florestas e o silêncio da madrugada são os melhore momentos de receber, segundo o artista. “Nessas horas, percebo com agudez o plano espiritual, essa realidade em que estamos completamente envolvidos. Plano que o arquiteto universal reservou pra nós, quando estamos em outro estado, sem o corpo físico. É uma honra trabalhar para ser instrumento de Deus”, pontua.

E é exatamente nessa sublime equação entre o divino e a natureza que Segrégio se alimenta. “A vida é sagrada. A natureza é viva. O espírito está dentro da natureza humana, vivo, perfeita manifestação de Deus, criado há milhares de anos. Tudo foi criado em seu benefício, desde o micro ao macrocosmo. A luz da manhã que brilha e nos encanta com suas cores fascinantes, a água, aromas, as formas mais simples e as mais complexas de seres vivos, os insetos nas profundezas do mar, as florestas, um complexo sistema em que a fauna e flora estão em perfeito equilíbrio”.

Fonte de inspiração que pode estar com os dias contados por causa da prepotente ação do homem. “Tanto esplendor está sendo ameaçado pela mão do homem por ganância e falta de reconhecimento do sagrado.
É preciso preservar as florestas em benefício da natureza humana, da sinergia com a vida, com seus ciclos e ritos, honrar o que ainda é vivo no meio do caos que vivemos” propõe.

“Visionário, suas pinturas nos deslocam para vivências outras, de planos e sentidos, nos instigando a investigar o nosso poder de mentalizar e sonhar, e as dimensões cósmicas, infinitas do sonho. Suas visões jamais nos alienam, ainda que indefinido da realidade, mas nos remetem a intimidade da mãe natureza”.

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