Mulheres na Bíblia – Ester agiu com sabedoria, coragem e humildade

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Ester era órfã. Sabemos muito pouco sobre os pais dela. Eles lhe deram o nome de Hadassa, palavra hebraica para “murta”, um lindo arbusto de flores brancas. Quando os pais de Ester morreram, um de seus parentes, um homem bondoso chamado Mordecai, teve pena da criança. Eles eram primos, mas Mordecai era bem mais velho. Ele levou Ester para sua casa e cuidou dela como se fosse sua filha.

Mordecai e Ester eram exilados judeus na capital persa, onde provavelmente eram desprezados por causa da religião e da lei que tentavam seguir. Mas Ester com certeza ficou bem achegada a seu primo à medida que ele lhe ensinava sobre Jeová, o Deus misericordioso que muitas vezes no passado havia resgatado Seu povo de dificuldades — e que faria isso de novo. Naturalmente, surgiu um vínculo de afeto e lealdade entre Ester e Mordecai.

Parece que Mordecai tinha algum tipo de cargo no castelo em Susã, visto que se sentava regularmente no portão com outros servos do rei. Não sabemos como era o dia a dia de Ester à medida que crescia, mas não é difícil imaginar que ela cuidava de seu primo mais velho e de sua casa, provavelmente num dos bairros mais pobres, do outro lado do rio em relação ao castelo. Ela talvez gostasse de ir ao mercado em Susã, onde ourives, prateiros e outros comerciantes exibiam suas mercadorias. Ester nem imaginava que todo aquele luxo mais tarde seria algo comum na sua vida; ela não tinha ideia do que o futuro lhe reservava.

Mordecai tinha bons motivos para sentir orgulho de sua filha adotiva

Certo dia em Susã, todos estavam comentando o tumulto que havia surgido na corte. Durante uma grande festa em que Assuero estava recebendo a nobreza com um suntuoso banquete, ele decidiu convocar sua bela rainha, Vasti, que estava festejando separadamente com as mulheres. Mas Vasti se recusou a ir. Humilhado e furioso, o rei perguntou a seus conselheiros como Vasti deveria ser punida. O que aconteceu? A rainha foi deposta. Os servos do rei começaram a procurar por todo o império belas moças virgens, dentre as quais o rei escolheria uma nova rainha.

Podemos imaginar Mordecai olhando de vez em quando para Ester com carinho e percebendo, num misto de orgulho e preocupação, que sua querida prima havia crescido e se tornado uma moça de notável beleza. O relato diz que “a moça era bonita de figura e bela de aparência”. A Bíblia apresenta um conceito equilibrado sobre a beleza — é algo agradável, mas precisa estar acompanhada de sabedoria e humildade. Senão, pode gerar vaidade, orgulho e outras características indesejáveis.

Em sua busca, os servos do rei notaram Ester. Eles a levaram da casa de Mordecai para o grande palácio, do outro lado do rio. Deve ter sido uma despedida muito difícil, pois Mordecai e Ester eram como pai e filha. Ele não queria que sua filha adotiva se casasse com um descrente, nem mesmo com um rei. Mas não havia nada que ele pudesse fazer. Ester deve ter escutado com bastante atenção os conselhos de Mordecai antes de partir. Enquanto era levada para o castelo de Susã, muitas perguntas devem ter passado pela sua mente. Que tipo de vida a esperava?

Ester se viu num mundo totalmente novo e estranho para ela. Estava entre as “muitas moças” que haviam sido trazidas de diferentes lugares do Império Persa. Seus costumes, idioma e atitudes provavelmente variavam muito. As moças foram colocadas sob a supervisão de um encarregado chamado Hegai e passariam por um extenso tratamento de beleza, um programa de um ano que incluía massagens com óleos perfumados. Um ambiente e um modo de vida assim poderiam facilmente ter feito com que aquelas moças ficassem obcecadas pela aparência, além de gerar vaidade e competição. Será que isso afetou Ester?

Ninguém estava mais preocupado com Ester do que Mordecai. O relato mostra que todos os dias ele chegava o mais perto possível da casa das mulheres para saber se ela estava bem. À medida que conseguia algumas informações, talvez por meio de servos cooperadores que trabalhavam ali, é provável que seu coração se enchesse de orgulho paternal. Por quê?

Ester impressionou tanto Hegai que ele a tratou com muita bondade, dando-lhe sete servas e o melhor lugar na casa das mulheres. O relato diz até que “Ester ganhara continuamente favor aos olhos de todos os que a viam”. Será que foi a beleza por si só que teve esse efeito? Não. No caso de Ester foi muito mais do que isso.

Ester sabia que a humildade e a sabedoria são muito mais importantes do que a aparência

Por exemplo, lemos: “Ester não dera informações sobre o seu povo ou sobre a sua parentela, porque o próprio Mordecai lhe dera ordem de que não o contasse.” Mordecai tinha instruído Ester a ser discreta sobre sua origem judaica. Com certeza, ele notava que havia muito preconceito contra seu povo entre a realeza persa. Como ele ficou alegre por saber que Ester, apesar de estar longe dele, ainda mostrava o mesmo espírito sábio e obediente!

Hoje em dia, os jovens também podem alegrar o coração de seus pais ou de outros responsáveis por eles. Quando não estão à vista dos pais — mesmo rodeados de pessoas superficiais, imorais ou ruins —, eles podem resistir a más influências e se apegar ao que sabem ser certo. Quando fazem isso, alegram o coração de seu Pai celestial, assim como Ester.

Quando chegou o momento de ser apresentada ao rei, Ester recebeu a liberdade de escolher qualquer coisa que achasse necessário, talvez para ficar ainda mais bonita. Mas Ester foi modesta e não pediu nada além do que Hegai havia mencionado. É provável que ela tenha percebido que o coração do rei não seria conquistado só pela beleza. Um espírito humilde e modesto seria algo bem mais raro naquela corte. Será que ela estava certa?

O relato responde: “O rei veio a amar Ester mais do que a todas as outras mulheres, de modo que ela obteve mais favor e benevolência diante dele do que todas as outras virgens. E passou a pôr-lhe o toucado real sobre a cabeça e a fazê-la rainha em lugar de Vasti.” Deve ter sido difícil para aquela humilde jovem judia adaptar-se a essa mudança em sua vida — ela era a nova rainha, esposa do monarca mais poderoso da Terra naquela época! Será que sua nova posição lhe subiu à cabeça? Muito pelo contrário!

Ester continuou obediente ao seu pai adotivo, Mordecai. Manteve em segredo sua ligação com o povo judeu. Além disso, quando Mordecai descobriu uma trama para assassinar Assuero, Ester obedientemente informou o rei, e a conspiração foi frustrada. Seu espírito humilde e obediente mostrava que ela não havia perdido a fé em seu Deus. O exemplo de Ester é muito importante para nós hoje, visto que poucos consideram a obediência uma virtude, e a desobediência é vista como uma regra. Mas pessoas de genuína fé prezam a obediência, assim como Ester.

Um homem chamado Hamã obteve destaque na corte de Assuero. O rei o nomeou primeiro-ministro, o que fazia de Hamã seu principal conselheiro e o segundo homem mais poderoso no império. O rei até mesmo decretou que quem visse esse alto funcionário deveria se curvar diante dele. Para Mordecai, essa lei era um dilema. Ele sabia que devia obedecer ao rei, mas só quando isso não envolvesse desobedecer a Deus. O problema é que Hamã era agagita. Pelo visto, isso significava que ele era descendente de Agague, o rei amalequita executado pelo profeta Samuel. Os amalequitas se declararam inimigos de Jeová e de Israel. Como é que um judeu fiel poderia se curvar diante de um amalequita? Mordecai nunca faria isso. Ele manteve sua posição. Até hoje, homens e mulheres de fé têm arriscado a vida para cumprir este princípio: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.”

Hamã ficou furioso. Mas tramar algo para matar apenas Mordecai não era suficiente. Ele queria exterminar o povo de Mordecai. Para convencer o rei a fazer isso, Hamã passou uma ideia negativa dos judeus. Sem mencionar nomes, deu a entender que eles eram insignificantes, um povo “disperso e separado entre os povos”. Pior ainda, Hamã disse que eles eram rebeldes perigosos. Ele propôs doar uma enorme quantia ao tesouro do rei para pagar as despesas da chacina dos judeus no império. 

Em pouco tempo, mensageiros foram rapidamente a cavalo a cada canto do vasto império, levando o que resultaria numa sentença de morte para o povo judeu. Ao receber a terrível notícia, Mordecai rasgou suas vestes, cobriu-se de serapilheira, colocou cinzas sobre a cabeça e ficou no meio da cidade clamando. Hamã, porém, sentou-se com o rei para beber, sem remorso pelo sofrimento que estava causando aos judeus e aos amigos deles em Susã.

Mordecai sabia que precisava agir. Mas o que ele poderia fazer? Ester ficou sabendo da aflição dele e lhe enviou roupas. Mordecai, porém, se recusou a ser consolado. Pode ser que ele se perguntasse já por muito tempo por que seu Deus, Jeová, havia permitido que sua querida Ester fosse tirada dele para ser rainha de um governante pagão. Agora as coisas estavam começando a fazer sentido. Mordecai enviou uma mensagem a Ester, implorando que ela intercedesse junto ao rei em defesa de “seu próprio povo”.

Ao ouvir aquela mensagem, Ester deve ter ficado apavorada. Esse seria o maior teste de sua fé. Ela ficou com medo, como indica sua resposta a Mordecai. Ela o lembrou da lei que dizia que comparecer perante o rei sem ser convocado significava pena de morte. O transgressor só seria poupado se o rei estendesse o seu cetro de ouro. E será que Ester podia esperar essa clemência, ainda mais depois do que tinha acontecido com Vasti quando se recusou a obedecer a uma ordem do rei? Ester disse a Mordecai que já fazia 30 dias que o rei não a chamava para comparecer perante ele. Esse desinteresse lhe dava bons motivos para se perguntar se havia perdido o favor daquele rei cheio de caprichos.

Mordecai respondeu com firmeza para fortalecer a fé de Ester. Ele assegurou que, se ela não agisse, a salvação dos judeus viria de outra fonte. Mas como ela poderia esperar ser poupada quando a perseguição ganhasse força? Assim Mordecai mostrou sua profunda fé em Jeová, que nunca deixaria Seu povo ser exterminado nem Suas promessas sem se cumprir. Depois, Mordecai perguntou a Ester: “Quem sabe se não foi para um tempo como este que atingiste a realeza?” Não acha que vale a pena imitar o exemplo de Mordecai? Ele tinha plena confiança em seu Deus, Jeová. E nós, temos?

Havia chegado a hora de Ester tomar uma decisão. Ela disse a Mordecai para pedir que seus compatriotas se juntassem a ela num jejum de três dias. Sua mensagem termina com uma declaração de fé e coragem que ficou registrada até hoje: “Se eu tiver de perecer, terei de perecer.” Naqueles três dias, ela deve ter orado mais fervorosamente do que nunca. Finalmente, chegou o momento. Ela colocou sua melhor vestimenta real, fazendo tudo o que podia para agradar o rei. E então saiu ao seu encontro.

Ester dirigiu-se à corte do rei. Podemos imaginar suas preocupações e suas orações fervorosas enchendo-lhe a mente e o coração. Ela entrou no pátio, de onde podia ver Assuero. Talvez tenha tentado ler a expressão no rosto do rei. Se ela teve de esperar, isso deve ter parecido uma eternidade. Mas a espera acabou quando o rei a viu. Com certeza ele ficou surpreso, mas sua expressão facial se abrandou, e ele estendeu seu cetro de ouro! Ao chegar perto do trono, Ester estendeu a mão e tocou a ponta do cetro, cheia de gratidão.

Ester reconheceu humildemente a misericórdia do rei

Ester via certa ternura nos olhos de seu marido; à sua maneira, ele a amava. Ele disse: “Que tens, ó Ester, a rainha, e qual é a tua solicitação? Até a metade do reinado — a ti seja dado!”

Só o fato de Ester ter comparecido perante o rei para proteger seu povo de uma trama para exterminá-los já era uma demonstração de notável fé e coragem. Até agora, ela tinha sido bem-sucedida, mas desafios maiores estavam por vir. Ela precisava convencer esse orgulhoso monarca que o conselheiro em que ele mais confiava era um homem perverso e manipulador, que o havia induzido a condenar o povo de Ester à morte. Como ela o convenceria, e o que podemos aprender de sua fé?

Será que Ester deveria contar tudo ao rei na frente de sua corte? Fazer isso poderia humilhá-lo e dar tempo para seu conselheiro Hamã questionar as acusações dela. Assim, o que Ester fez? Séculos antes, o sábio Rei Salomão escreveu sob inspiração: “Para tudo há um tempo determinado, . . . tempo para ficar quieto e tempo para falar.” Podemos imaginar o pai adotivo de Ester, o fiel Mordecai, ensinando à jovem esses princípios à medida que ela crescia. Com certeza, Ester sabia da importância de escolher com cuidado o “tempo para falar”.

Ester disse: “Se parecer bem ao rei, venha o rei com Hamã hoje ao banquete que preparei para ele.” O rei concordou e mandou avisar Hamã. Consegue perceber como Ester escolheu sabiamente as palavras? Ela preservou a dignidade de seu marido e criou uma oportunidade mais adequada para revelar suas preocupações.

Sem dúvida, Ester preparou aquele banquete com todo o cuidado, certificando-se de que as preferências de seu marido fossem atendidas em todos os detalhes. O banquete incluía bom vinho para alegrar o ambiente. Assuero estava feliz, e se sentiu motivado a perguntar novamente a Ester qual era o seu pedido. Será que esse era o tempo para falar?

Ester achava que não. Assim, ela convidou o rei e Hamã para um segundo banquete, no dia seguinte. Por que ela adiou o momento de falar? Lembre-se que o povo de Ester estava sob ameaça de morte por causa do decreto do rei. Com tanta coisa em jogo, Ester precisava ter certeza de escolher a hora certa para falar. Portanto, ela esperou, criando uma nova oportunidade para mostrar a seu marido o quanto o respeitava.

A paciência é uma qualidade rara e valiosa. Embora Ester estivesse aflita e ansiosa para falar, ela foi paciente e esperou o momento certo. Podemos aprender muito do seu exemplo, pois com certeza todos nós vemos coisas erradas que precisam ser corrigidas. Se quisermos convencer alguém em autoridade a resolver um problema, precisamos imitar Ester e ser pacientes. Provérbios 25:15 diz: “Com muita paciência pode se convencer a autoridade, e a língua branda quebra até ossos.” (Nova Versão Internacional) Se esperarmos pacientemente o momento certo e falarmos com brandura, assim como Ester fez, até mesmo uma oposição tão dura quanto um osso poderá ser quebrada.

A paciência de Ester preparou o caminho para uma impressionante sequência de eventos. Hamã saiu do banquete todo animado, “alegre e contente de coração”, pois o rei e a rainha tinham lhe mostrado muita consideração. Mas, quando passou pelo portão do castelo, ele viu Mordecai, aquele judeu que continuava se recusando a prestar-lhe homenagem especial. Como vimos no capítulo anterior, Mordecai não fazia isso por desrespeito, mas sim por causa de sua consciência e de sua relação com Jeová Deus. Ainda assim, Hamã “se encheu imediatamente de furor”.

Quando Hamã contou à sua esposa e aos seus amigos sobre essa desfeita, eles o incentivaram a mandar preparar uma enorme estaca com mais de 20 metros de altura e a pedir permissão ao rei para pendurar Mordecai nela. Hamã gostou da ideia e imediatamente colocou o plano em ação.

Nesse meio-tempo, o rei teve uma noite incomum. A Bíblia diz que ele perdeu o sono e, por isso, ordenou que os registros oficiais do império fossem lidos em voz alta. A leitura incluía um relatório sobre uma trama para assassinar Assuero. Ele se lembrou do que tinha ocorrido — os que queriam matá-lo foram capturados e executados. Mas o que aconteceu com o homem que expôs essa trama — Mordecai? De repente, mais alerta, o rei perguntou como Mordecai tinha sido recompensado. A resposta? Nada tinha sido feito por ele.

Agitado, o rei perguntou que funcionários estavam disponíveis para ajudá-lo a corrigir essa injustiça. Por ironia, era Hamã que estava na corte do rei. Ele havia chegado bem cedo, provavelmente porque estava ansioso para pedir permissão para executar Mordecai. Mas, antes que Hamã pudesse fazer seu pedido, o rei lhe perguntou qual seria a melhor maneira de homenagear um homem que havia ganhado o favor do rei. Hamã pensou que o rei estava falando dele. Assim, propôs uma homenagem cheia de pompa: vestir o homem com vestes reais e designar um alto funcionário para acompanhá-lo num desfile por Susã no próprio cavalo do rei, aclamando-o diante de todos. Imagine o semblante de Hamã ao saber que o homem que receberia essa honra era Mordecai. E quem foi o designado para aclamar Mordecai? O próprio Hamã!

A contragosto, Hamã cumpriu o que para ele era uma tarefa abominável, e depois foi correndo para casa angustiado. Sua esposa e seus amigos disseram que essa virada nos acontecimentos era um mau sinal; com certeza ele seria derrotado na luta contra o judeu Mordecai.

Visto que Ester foi paciente e esperou mais um dia para apresentar seu pedido ao rei, houve tempo para Hamã causar sua própria ruína. Quando esperamos por Deus, descobrimos que suas soluções para os nossos problemas são muito melhores do que qualquer solução que nós mesmos pudéssemos encontrar.

Ester não se atreveria a testar ainda mais a paciência do rei; no segundo banquete, ela tinha de contar tudo. Mas como? O próprio rei deu a ela a oportunidade, perguntando novamente qual era o seu pedido. O “tempo para falar” tinha chegado.

Podemos imaginar Ester orando silenciosamente a seu Deus antes de dizer as seguintes palavras: “Se eu tiver achado favor aos teus olhos, ó rei, e se parecer bem ao rei, dê-se-me a minha própria alma ao meu pedido, e meu povo, à minha solicitação.” Note que primeiro ela mostrou que respeitava o critério dele com relação ao que lhe parecia ser bom. Ester era muito diferente de Vasti, ex-esposa do rei, que o havia humilhado de propósito. Além disso, Ester não criticou o rei por ter sido tolo em confiar em Hamã. Em vez disso, ela implorou que ele a protegesse de algo que punha a vida dela em risco.

Com certeza, esse pedido deixou o rei impressionado e comovido. Quem ousaria colocar sua rainha em perigo? Ester continuou, dizendo: “Fomos vendidos, eu e meu povo, para sermos aniquilados, mortos e destruídos. Ora, se tivéssemos sido vendidos apenas como escravos e apenas como servas, eu teria ficado calada. Mas a aflição não convém quando é com dano para o rei.” Veja que Ester expôs francamente o problema, mas acrescentou que teria ficado calada se fosse só uma ameaça de escravidão. No entanto, esse genocídio traria um prejuízo tão grande ao próprio rei que ela não podia ficar calada.

O exemplo de Ester nos ensina muito sobre a arte da persuasão. Se você algum dia precisar expor um problema sério a alguém querido ou até a uma pessoa em autoridade, a paciência, o respeito e a candura poderão ser de grande ajuda.

Indignado, Assuero perguntou: “Quem é este, e onde é que está este que se afoitou a fazer assim?” Imagine Ester apontando para o homem e dizendo: “O homem, o adversário e inimigo, é este mau Hamã.” O ambiente ficou tenso. O terror tomou conta de Hamã. Imagine a mudança no rosto daquele monarca temperamental ao perceber que o conselheiro em quem ele confiava o havia manipulado a assinar um decreto que mataria sua própria esposa! O rei saiu enfurecido para o jardim para se recompor.

Ester expôs corajosamente a maldade de Hamã

Ao ser exposto como um conspirador covarde, Hamã se jogou aos pés da rainha. Quando o rei voltou ao aposento e viu Hamã no divã de Ester, suplicando-lhe, ficou ainda mais furioso e o acusou de tentar violentar a rainha na própria casa do rei. Isso soou como uma sentença de morte para Hamã. Ele foi levado para fora com o rosto coberto. Então, um dos funcionários do rei lhe falou da enorme estaca que Hamã tinha preparado para Mordecai. Assuero ordenou imediatamente que o próprio Hamã fosse morto e pendurado nela.

Por fim, o rei ficou sabendo que Mordecai não era apenas o homem que lealmente o havia protegido contra uma trama de assassinato, mas também o pai adotivo de Ester. Assuero concedeu a Mordecai a posição de primeiro-ministro, que pertencia a Hamã, e deu a Ester a casa de Hamã, com toda sua imensa fortuna. Depois, Ester a entregou aos cuidados de Mordecai.

Agora que Ester e Mordecai estavam seguros, será que a rainha podia ficar tranquila? Só se ela fosse egoísta. Naquele momento, o decreto de Hamã para matar os judeus estava sendo enviado a todos os cantos do império. Hamã tinha lançado sortes, ou Pur — pelo visto uma forma de espiritismo — para saber qual era a melhor época para realizar esse ataque brutal. É verdade que ainda faltavam meses para esse dia, mas o tempo estava passando rapidamente. Será que essa calamidade ainda podia ser evitada?

De forma abnegada, Ester arriscou novamente sua vida por aparecer mais uma vez diante do rei sem um convite oficial. Dessa vez ela chorou por seu povo, implorando a seu marido que revogasse aquele terrível decreto. Mas as leis promulgadas em nome do monarca persa não podiam ser revogadas. Por isso, o rei deu poderes a Ester e a Mordecai para emitirem uma nova lei. Uma segunda proclamação foi enviada, dando aos judeus o direito de se defender. Cavaleiros foram enviados rapidamente a toda parte do império, levando essa boa notícia aos judeus. A esperança renasceu em muitos corações. Podemos até imaginar os judeus em todo o império se armando e se preparando para a batalha, o que nunca poderiam ter feito sem aquela nova lei.

Ester e Mordecai enviaram proclamações aos judeus no Império Persa

Quando finalmente chegou o dia marcado, o povo de Deus estava pronto. Até mesmo muitos funcionários persas estavam agora do lado dos israelitas, à medida que se espalhava a notícia sobre o novo primeiro-ministro, o judeu Mordecai. Jeová concedeu a seu povo uma grande vitória.

Além disso, Mordecai nunca estaria seguro para administrar a casa de Hamã enquanto os dez filhos desse homem ainda vivessem. Por isso, eles também foram mortos. Cumpriu-se então uma profecia bíblica, pois Deus já havia predito a destruição total dos amalequitas. É bem provável que os filhos de Hamã estivessem entre os últimos membros daquela nação.

A jovem Ester teve de carregar em seus ombros uma carga muito pesada, que envolvia emitir decretos reais envolvendo guerra e execução. Com certeza isso não foi fácil. Mas a vontade de Jeová exigia que seu povo fosse protegido da destruição; a nação de Israel teria de produzir o prometido Messias, a única fonte de esperança para toda a humanidade.

Que bênção o exemplo de Ester é para nós! Assim como ela, podemos mostrar nossa fé por usar de persuasão com sabedoria e paciência.

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