Mulheres na Bíblia – Débora, uma profetisa, se levanta como mãe em Israel

Compartilhe a Verdade

Na primeira vez que a Bíblia menciona Débora, ela é chamada de “profetisa”. Essa era uma designação incomum, mas Débora não foi a única profetisa. Ela tinha outra responsabilidade. Era juíza e, pelo visto, dava a resposta de Jeová a disputas que surgiam entre os israelitas.

Débora morava na região montanhosa de Efraim, entre as cidades de Betel e Ramá. Ali, ela se sentava debaixo de uma palmeira e servia ao povo conforme a orientação de Jeová. Com certeza, a designação de Débora era um desafio, mas ela não se deixou intimidar. Seus serviços eram muito necessários. Mais tarde, quando participou na composição de uma canção inspirada, ela até incluiu este comentário sobre seu povo infiel: “Eles escolheram novos deuses; então houve guerra nos portões.” Visto que os israelitas abandonaram a Jeová e foram servir outros deuses, Jeová os deixou nas mãos de seus inimigos. O rei cananeu Jabim os oprimia, usando um poderoso comandante, Sísera.

Sísera! Esse nome causava terror e pânico em Israel. A religião e a cultura cananeias eram cruéis, e sacrifícios de crianças e prostituição nos templos faziam parte delas. Como era viver sob o domínio de um comandante cananeu e seu exército? Segundo a canção de Débora, era quase impossível viajar pelo país e não havia mais ninguém morando nos campos. Podemos imaginar o povo se escondendo nas florestas e nos montes, com medo de cultivar a terra ou morar em vilarejos, onde não havia a proteção de muralhas. Eles ficavam aterrorizados com a ideia de viajar pelas estradas principais, onde poderiam ser atacados, seus filhos raptados e suas mulheres estupradas. 

O terror reinou por 20 anos, até que Jeová viu provas de que seu obstinado povo estava pronto para mudar ou, como a canção inspirada de Débora e Baraque diz, “até que eu, Débora, me levantei, até que me levantei como mãe em Israel”. Não sabemos se Débora, esposa de um homem chamado Lapidote, era mãe no sentido literal, mas aqui ela usa essa expressão em sentido figurado. Jeová designou Débora para dar à nação uma proteção materna. Ele lhe deu a tarefa de convocar um poderoso homem de fé, o juiz Baraque, e orientá-lo a atacar Sísera.

“Vá até o monte Tabor”, ordenou Jeová por meio de Débora. Baraque deveria reunir 10 mil homens de duas tribos de Israel. Débora lhe contou que Deus tinha prometido que eles derrotariam o poderoso Sísera e seus 900 carros de guerra. Com certeza, isso surpreendeu Baraque. Israel não tinha exército e quase nenhum armamento. Mesmo assim, Baraque aceitou ir à batalha — mas apenas se Débora também fosse.

Débora encorajou Baraque a agir como libertador do povo de Deus

Alguns dizem que Baraque não demonstrou fé ao pedir que Débora fosse com ele, mas isso não faz sentido. Afinal, ele não pediu que Deus lhe desse mais armas. Como um homem de fé, Baraque reconheceu o valor de ter ali alguém que representava a Jeová para fortalecer a ele e a seus homens.  Jeová não considerou errado esse pedido. Ele deixou Débora ir, assim como Baraque havia pedido. Mas Jeová a inspirou a profetizar que não seria um homem que receberia a glória pela batalha. Deus tinha decidido que uma mulher executaria o perverso Sísera.

Baraque foi reunir seu exército. Ele ajuntou 10 mil homens que eram corajosos o suficiente para encarar as intimidadoras forças de Sísera. Ao levar seus homens em direção ao monte Tabor, Baraque estava tranquilo por saber que tinha como encorajá-los. O relato diz: “Débora também foi com ele.” Imagine a felicidade dos soldados ao ver aquela corajosa mulher marchar com eles rumo ao monte Tabor, disposta a arriscar a vida ao lado deles por causa de sua fé em Jeová Deus.

Quando soube que Israel tinha se atrevido a reunir um exército contra ele, Sísera agiu rapidamente. Vários reis cananeus juntaram forças com o rei Jabim, talvez o mais poderoso entre eles. Daí, os carros de guerra de Sísera fizeram a terra tremer ao atravessar a planície em formação de batalha. Os cananeus estavam certos de que acabariam num instante com o insignificante exército de Israel.

O inimigo se aproximava. O que Baraque e Débora fariam? Se permanecessem na encosta do monte Tabor, talvez tivessem vantagem sobre as forças cananeias, pois aqueles carros de guerra precisavam de campo aberto para o combate. Mas Baraque estava decidido a lutar conforme a orientação de Jeová, por isso esperou o comando de Débora. Finalmente, chegou o momento. Ela disse: “Vá, pois este é o dia em que Jeová entregará Sísera nas suas mãos. Não é Jeová quem vai na sua frente?” Em seguida, lemos: “Baraque desceu do monte Tabor seguido por 10.000 homens.”

As forças de Israel desceram correndo a montanha em direção ao campo aberto, indo direto ao encontro daquelas temíveis máquinas de guerra. Será que Jeová ‘foi na sua frente’, como Débora tinha prometido? A resposta veio logo. “A terra tremeu, e chuvas caíram dos céus.” As orgulhosas forças de Sísera caíram em confusão. E a chuva desabou! Ela foi tão forte que, pelo visto, o chão se transformou rapidamente num grande lamaçal. Em pouco tempo, os pesados carros de guerra se tornaram uma desvantagem. Começaram a afundar na lama e atolaram de vez.

Baraque e seus homens não se preocuparam com a tempestade, pois sabiam quem a tinha mandado. Agindo como executores de Deus, correram em direção às forças cananeias e não deixaram nenhum soldado do exército de Sísera vivo. O rio Quisom encheu e inundou a região, levando os corpos para o Grande Mar.

Como Débora profetizou, Jeová lutou por seu povo, derrotando as forças de Sísera

Um dos inimigos cananeus escapou — o pior de todos! Sísera, o grande opressor do povo de Deus, fugiu a pé do campo de batalha. Abandonando seus homens para morrer no lamaçal, ele conseguiu fugir sem que os soldados israelitas o vissem e foi em busca do primeiro aliado que lhe veio à mente. Atravessando quilômetros de campo aberto e apavorado com a ideia de que os soldados israelitas poderiam encontrá-lo, ele foi em direção às tendas de Héber, um queneu que tinha deixado seu povo, que era nômade, e se estabelecido ao sul, fazendo um tipo de acordo com o rei Jabim.

Exausto, Sísera chegou ao acampamento de Héber, mas descobriu que ele não estava lá. No entanto, Jael, a esposa de Héber, estava. Pelo visto, Sísera pensou que ela honraria o acordo de seu marido com o rei Jabim. Talvez ele nunca imaginasse que uma mulher agiria ou até mesmo pensaria de forma diferente do marido. Sísera obviamente não conhecia Jael. Com certeza, ela via a maldade da opressão cananeia no país. É provável que ela também tenha reconhecido que tinha uma escolha a fazer: ajudar esse homem perverso ou tomar o lado de Jeová e acabar com esse inimigo do povo de Deus. O que ela faria? Como uma mulher poderia derrotar um guerreiro tão poderoso e experiente?

Jael precisava pensar rápido. Ela ofereceu a Sísera um lugar para descansar. Ele ordenou que, se alguém viesse procurá-lo, Jael não dissesse que ele estava ali. Quando Sísera se deitou, ela o cobriu e, quando ele pediu água, ela lhe deu leite cremoso. Logo Sísera caiu num sono profundo. Então Jael pegou duas ferramentas que toda mulher que morava em tendas sabia usar bem: uma estaca de tenda e um martelo. Agachada perto da cabeça de Sísera, ela agora enfrentava a assustadora tarefa de agir como executora de Jeová. Até mesmo um momento de dúvida ou hesitação poderia pôr tudo a perder. Será que ela pensou no povo de Deus e em como esse homem os havia oprimido por décadas? Ou pensou no privilégio de tomar o lado de Jeová? O relato não diz. Sabemos apenas que a tarefa foi cumprida. Sísera estava morto!

Mais tarde, Baraque veio em busca do fugitivo. Quando Jael lhe mostrou o corpo com uma estaca de tenda fincada nas têmporas, ele soube que a profecia de Débora tinha se cumprido. Uma mulher havia matado o poderoso guerreiro Sísera! Jael já foi retratada por críticos dos tempos modernos como uma mulher cruel e traidora, mas Baraque e Débora não a encararam assim. Sua canção inspirada por Deus elogia Jael como “a mais abençoada das mulheres” por seu ato corajoso. Note a bela atitude de Débora. Ela não ficou com inveja de Jael; em vez disso, ficou feliz porque a palavra de Jeová tinha se cumprido.

Sem Sísera, o rei Jabim perdeu o poder. A opressão cananeia finalmente havia acabado. Houve paz por 40 anos. Débora, Baraque e Jael foram muito abençoados por ter fé em Jeová Deus.

Veja também:

Sobre a mulher na Bíblia

Mulheres na Bíblia – Zípora, a esposa de Moisés

Mulheres na Bíblia – A profetisa e parteira Miriam

Mulheres na Bíblia – Isaque e Rebeca, o nascimento de Esaú e Jacó

Mulheres na Bíblia – Leia e Raquel casam-se com Jacó, gerando as 12 tribos de Israel

Mulheres na Bíblia – Sara, a mulher de Abraão

Mulheres na Bíblia – o Livro de Rute

Mulheres na Bíblia – Raabe, a prostituta protegida pelos espiões em Jericó

Portais
Fortaleça no merch!

cristolucifer.com.br
unebrasil.org
unebrasil.com.br
unebrasil/livrolucifer
querovencer.unebrasil.com.br
congressoonline.org/

Luz p’ra nós!

Compartilhe a Verdade:
Pin Share

Compartilhe a Verdade

16 thoughts on “Mulheres na Bíblia – Débora, uma profetisa, se levanta como mãe em Israel

  1. “Débora encorajou Baraque a agir como libertador do povo de Deus”. Eu não sabia dessa história, muito interessante, obrigada pelo conteúdo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Next Post

Smoothie com água de coco: receitas que são a cara do verão

Compartilhe a Verdade Quem é fã de um bom smoothie sabe que ele é a pedida perfeita de bebida saudável e refrescante no verão. Mas você já pensou em incrementá-lo com água de coco? Esse ingrediente é naturalmente doce e pode ser combinado a diferentes opções de frutas da estação. Além disso, […]

Apoie nosso trabalho! Compartilhe!