A imperatriz Amélia de Leuchtenberg popularizou a prática de tomar café no Brasil

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Para entender a influência de Amélia na história da cultura brasileira, é necessário viajar no tempo, para o ano em que ela nasceu, em 31 de julho de 1812, em Milão, na Itália. Filha do casal Eugenio de Beauharnais e de Augusta Amélia, ambos eram parte da realeza, uma vez que o pai de sua mãe era Maximiliano José, o rei da Baviera, e seu pai era o Duque de Leuchtenberg, filho adotivo de Napoleão Bonaparte. Após a morte de Napoleão, sua família se viu forçada a deixar Munique porque o parentesco com o antigo líder militar francês não era mais o suficiente para reconhecê-los como nobreza.

A oportunidade de a família se manter no alto escalão apareceu em dezembro de 1826, com a morte da Imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I do Brasil. A pedido do imperador, Marquês de Barbacena foi encarregado de procurar uma “mulher de alta linhagem, com beleza, educação e juventude” para ocupar o lugar da falecida no trono. No entanto, poucas princesas disponíveis preenchiam todos os requisitos, além de que a imagem de Pedro I na Europa não era boa devido ao seu notório envolvimento adúltero com a Marquesa de Santos.

Dom Pedro I. (Fonte: Exame/Reprodução)

Após a recusa de 8 princesas a sua proposta de casamento, Pedro I concordou com Barbacena em diminuir suas exigências e buscar apenas uma noiva que fosse “bela e virtuosa”. Foi assim que Amélia entrou em cena. O Marquês de Resende, enviado para confirmar os atributos da jovem, afirmou a Pedro I em uma carta que o único defeito da jovem era sua “linhagem real defeituosa”, mas que tinha um corpo muito bonito, além de ser culta e sensível, considerada “uma das princesas mais bem-educadas e preparadas da Alemanha”, como noticiou o London Times na época.

O casamento foi rapidamente arranjado em 1828, assinado na Inglaterra e ratificado pela mãe de Amélia em junho. Em julho do mesmo ano, uma cerimônia simples foi realizada em Munique, uma vez que a jovem decidiu doar todo o dinheiro disponibilizado por Pedro I a um orfanato da cidade.

Em 16 de outubro de 1829, a imperatriz Amélia de Leuchtenberg desembarcava na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, para sua nova vida e para fazer história na cultura do Brasil.

Fazendo história 

(Fonte: Alesp/Reprodução)

Até hoje, pouco se fala sobre a essencialidade de Amélia na vida do viril e mulherengo Pedro I, apenas do legado de Maria Leopoldina e da amante Domitila de Castro, depois feita Marquesa de Santos. A partir do momento em que Amélia pisou no Brasil, ela se transformou em um personagem influente e decisivo nos momentos conturbados que marcaram o fim do Primeiro Reinado, em 1831.

Em questões políticas, a jovem princesa franco-bávara sugeriu que Pedro I se aproximasse do Partido Brasileiro, na época insatisfeito com a maneira como o imperador flertava com o Partido Português. Foi considerada uma mãe excepcional ao garantir que sua única filha, Maria Amélia de Bragança, completasse o ensino superior, naquela época proibido para mulheres até mesmo abastadas ou membros da corte. Sua filha se tornou a primeira mulher brasileira a se formar em física e astronomia, simplesmente porque Amélia teve coragem de desafiar o sistema para fazer as coisas funcionarem da maneira como deveriam.

(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Além disso, a imperatriz foi uma verdadeira “influencer” ao lançar várias tendências, como atém mesmo descreveu a escritora luso-brasileira Cláudia Thomé Witte, em seu livro D. Amélia: a História Não Contada. Após a chegada ao Rio, sua obsessão pela cor-rosa-de-rosa fez esgotar os estoques de tecidos, comprados por mulheres da corte que desejavam estar a sua altura. Em suas bodas, ela se vestiu de branco pela primeira vez na história, dando início a tradição de se casar assim, muito antes que a rainha Vitória (1819-1901), que muitos acreditam que fez primeiro.

Entre essas e tantas tendências que começou, tomar uma xícara de café forte após o almoço foi uma das que mais se destacou e enraizou na cultura popular brasileira. Na época, o desjejum consistia em um copo grande de café forte e uma refeição com carne e legumes. Depois do almoço, as pessoas normalmente consumiam uma bebida alcoólica, um licor ou vinho do porto, mas Amélia preferiu seguir com seu hábito alemão.

Sendo assim, os membros da corte brasileira passaram a imitar a imperatriz ao vê-la tomar sua xícara de café pós-almoço, e foi uma questão de tempo para a população começar a fazer o mesmo. O costume atravessou gerações e se mantém presente ainda hoje.

Os últimos anos

Amélia e sua filha. (Fonte: Rainhas Trágicas/Reprodução)

O pouco tempo que Amélia ficou no Brasil foi o suficiente para que causasse uma verdadeira revolução nos costumes. Em 1831, quando Pedro I abdicou do trono e seu filho, Pedro de Alcântara, o assumiu, a imperatriz já estava grávida. O casal então seguiu para Paris, onde foram recebidos com honras, mas Pedro I preferiu abandonar sua esposa e partir para Londres.

Amélia ficou na Cidade Luz com Dona Maria da Glória e Dona Isabel Maria, a Duquesa de Goiás. Dez meses depois, a imperatriz deu luz à Maria Amélia. A primeira e única filha se transformou na razão da vida da imperatriz, que nunca mais se casou e decidiu dedicar seus dias à caridade.

No auge dos seus 22 anos, Maria Amélia se casou com o arquiduque Maximiliano da Áustria, mas logo começou a apresentar sintomas de tuberculose. Infelizmente, a doença a alcançou e ela sucumbiu, em fevereiro de 1853.

Em sua homenagem, a imperatriz Amélia de Leuchtenberg financiou a construção de um hospital intitulado Princesa Dona Maria Amélia. Depois, ela se mudou para Lisboa, onde faleceu aos 60 anos, em 26 de janeiro de 1873.

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