A mulher, em sua essência mais pura, carrega o poder de regeneração e cura, de transformação e criação. É este o princípio central da obra Mulher Sagrada: Manual de Cura Espiritual e Física, de Queen Afua – iniciada do Santuário de Ptah e Sacerdotisa Chefe da Purificação no templo de Nebt-Het, na antiga Ordem Afrakan. Com uma visão profundamente enraizada na sabedoria ancestral, especialmente nas tradições espirituais do Antigo Egito, Queen Afua faz um convite para relembrar a natureza divina que habita em todas as mulheres e uma reconexão com o poder transformador que todas carregam.
Para a autora, o ventre da mulher não é apenas um órgão biológico, mas um altar sagrado, o centro do poder feminino. Como ela afirma: “O ventre é o altar da vida. Curá-lo é curar toda a sua existência.” O ventre é a fonte de nossa criação, de nossa força regeneradora e de nossa conexão profunda com a Terra, com nossos ancestrais e com o universo. É nesse espaço sagrado que reside o nosso poder de criar, curar e transformar. Queen Afua defende que a cura física, emocional e espiritual da mulher está diretamente ligada à saúde do ventre, à reconexão com sua energia vital e criativa.
Movimentos Sociais e o Esquecimento da Sacralidade Feminina
A autora aponta que muitas mulheres se esqueceram dessa essência sagrada. Queen Afua lembra que “Toda mulher é uma mulher sagrada, mas muitas se esqueceram de sua divindade.” Esse esquecimento ocorre à medida que a sociedade, com suas expectativas e padrões, desconecta as mulheres de seu verdadeiro poder e identidade. A obra propõe, portanto, um caminho de retorno, um retorno ao que sempre fomos: seres divinos e plenos. A cura, para a autora, é uma jornada de reconhecimento e reconexão com essa divindade interna. “A cura é uma jornada de retorno ao que sempre fomos”, afirma, refletindo o processo de resgatar a totalidade do ser feminino.
No coração de Mulher Sagrada, encontramos um manual de cura holística, que integra práticas espirituais, físicas e emocionais. Queen Afua apresenta o “Mapa do Ventre”, uma metodologia que ajuda as mulheres a entenderem e curarem os aspectos profundos de sua vida por meio de rituais, meditações e práticas de autocuidado. Este mapa é uma representação simbólica da jornada da mulher, desde a reconexão com sua energia criativa até o resgate de sua saúde integral.
Além disso, Afua defende que a mulher não está aqui para competir ou rivalizar com o homem, mas sim para elevá-lo, para ser a fonte de equilíbrio e harmonia. O verdadeiro poder feminino, segundo a autora, não está em se opor ao masculino, mas em reconhecer que ambos, homem e mulher, são interdependentes, com papéis complementares na criação e no sustento da vida.
O chamado de Queen Afua é claro: ritualizar a vida – ou seja, transformar as práticas cotidianas em rituais sagrados, sejam eles ligados à alimentação, ao cuidado com o corpo, à conexão com os ancestrais ou à espiritualidade. Cada ato cotidiano pode ser uma expressão do divino, uma forma de honrar o próprio corpo como templo, o ventre como altar e a mulher como guardiã de uma sabedoria ancestral que atravessa as gerações.
A visão de Queen Afua transcende a cura pessoal; ela aponta que a cura das mulheres é também um ato coletivo e universal. Quando a mulher cura a si mesma, ela cura a humanidade. Em sua obra, a mulher não é vista como um ser isolado, mas como parte de uma rede de interconexões sagradas, com o poder de regenerar o mundo ao seu redor.
No fundo, Mulher Sagrada é um convite para todas as mulheres relembraram sua divindade interna e o poder curativo que carregam. Ao curarmos nosso ventre, curamos nossa alma, nosso corpo e, assim, resgatamos a essência de nossa verdadeira natureza.
Referências:
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AFUA, Queen. Mulher Sagrada: Um guia para curar o corpo, a mente e o espírito feminino. Tradução de Simone Heise. São Paulo: nVersos Editora, 2022
- https://www.webmd.com/bio/queen-afua?utm_source
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