Martine Grael começou a velejar aos 4 anos. Vinte e seis anos depois, ela se consagrou bicampeã olímpica na vela, fazendo parte de um seleto grupo de atletas do esporte feminino que venceram duas edições olímpicas. Conheça a história da velejadora que, ao lado de Kahena Kunze, se tornou uma lenda do esporte aquático brasileiro.
Quem é Martine Soffiatti Grael?
Martine nasceu em 12 de fevereiro de 1991. Antes mesmo de ela vir ao mundo, seu pai já tinha conquistado duas medalhas olímpicas na vela. Por isso, o caminho dela e do irmão mais velho, Marco, não foi diferente de toda família Grael. Aos 4 anos, a pequena Martine já velejava pelo Rio Yacht Club, em Niterói, cidade onde ela nasceu. Aos quinze, ela já era bicampeã brasileira na classe Optimist.
Amiga de Kahena Kunze – que é filha do campeão mundial júnior na vela, Cláudio Kunze – as duas decidiram velejar juntas, como timoneira e proeira. A parceria rendeu o título de campeãs mundiais júnior na classe 420, em 2009. Para o ciclo olímpico de 2012, Martine passou a fazer dupla com Isabel Swan, medalhista olímpica em Pequim 2012. A dupla não conseguiu se classificar e o destino resolveu unir Martine e Kahena para uma nova chance.
Família Grael e a tradição na vela
De descendência dinamarquesa, a família Grael é referência no esporte de vela. Torben e o irmão Lars começaram a velejar com o avô no barco Aileen, na década de 60. Na época, esse mesmo barco foi utilizado por três velejadores dinamarqueses na conquista da prata nos Jogos Olímpicos de 1912. Depois, os dois passaram a velejar juntos na baía de Guanabara (RJ), até escolherem modalidades diferentes.
Assim, o pai de Martine é o maior medalhista brasileiro da modalidade, com 5 medalhas, sendo duas de ouro, duas de bronze e uma prata. Seu irmão possui duas medalhas de bronze nos jogos de Seul-1988 e Atlanta-1996. Já Marco, irmão de Martine, também é atleta olímpico e disputou as edições da Rio-2016 e Tóquio-2020.
Dupla com Kahena Kunze e a medalha de ouro
Após retomarem a parceria em 2013, Martine Grael e Kahena Kunze iniciaram o ciclo olímpico com um vice-campeonato mundial em Marselha, na França. No ano seguinte, elas atingiram o maior feito, até então, da vela feminina: ganharam o campeonato mundial em Santander, na Espanha. Em 2015, ficaram em segundo lugar no mundial em Buenos Aires.
Diante de amigos e familiares, Martine e Kahena tiveram o privilégio de conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 18 de agosto de 2016. Na última regata, elas resolveram arriscar uma manobra ousada contra as líderes neozelandesas e assumiram a liderança na reta final. Após cruzarem a linha de chegada, foram erguidas pelos conhecidos e consagradas campeãs olímpicas em plena Baía de Guanabara.
Bicampeonato olímpico em Tóquio
Favoritas ao bicampeonato, Martine e Kahena dominaram as águas da Baía de Tóquio. Consistentes em todas as 12 regatas, chegaram à final dependendo somente delas mesmas e deixando as holandesas, que estavam empatadas com a dupla brasileira, para trás.
A terceira colocação na última regata rendeu a segunda medalha de ouro, colocando Grael e Kunze no grupo de atletas brasileiros bicampeões olímpicos, que reúne: Serginho, Fabi Alvim, Jaqueline, Fabiana, Sheilla, Thaísa, Paula Pequeno, Maurício e Giovane no vôlei, Adhemar Ferreira da Silva no atletismo e Marcelo Ferreira, Robert Scheidt e Torben Grael (pai de Martine) na vela.
Projeto Grael e a influência de Martine
Fundada pelo pai e tio de Martine, o projeto Grael é uma organização não governamental que busca colocar crianças e jovens em contato com esportes aquáticos. Além disso, o projeto tem o objetivo de contribuir com a transformação social das diversas famílias envolvidas.
Desde 1988, a família Grael já atendeu mais de 17 mil jovens e atualmente conta com biblioteca, aulas de inclusão digital, educação ambiental e marcenaria. Tudo de forma gratuita. O projeto é o berço dos treinos das medalhistas de ouro que, quando podem, visitam os alunos para conversar sobre seus treinos, viagens e títulos.
Curiosidades
Agora que você já conhece um pouco da trajetória de Martine e todo o legado da família Grael, veja algumas curiosidades interessantes sobre a atleta:
Estudou Engenharia Ambiental pela UFF
Conciliando estudos e a vida de atleta, Martine chegou a começar Engenharia Ambiental na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Mas, devido ao alto número de competições, viagens e ciclo olímpico, ela precisou desistir do curso.
Prêmio Brasil Olímpico de Atleta do Ano de 2014
Após conquistar o Campeonato Mundial em Santander, Martine e Kahena foram eleitas as melhores atletas do ano, ao lado do ginasta Arthur Zanetti. Em discurso, as atletas da vela declararam que foi “uma grande honra receber esse prêmio, não estávamos esperando. É uma surpresa muito grande. Dividiria com todos os atletas que estão aqui pelo esforço e dedicação”.
Amante de atividades ao ar livre
Nas suas redes sociais, Martine se descreve como atleta profissional e amante do exterior, do ar livre. Em seu tempo livre, ela faz escaladas, caminhadas, pedaladas e qualquer atividade em contato com a natureza. Na água, ela se arrisca no surfe e até mesmo no paddling.
Martine e Torben
Os feitos da família Grael falam por si: são 9 medalhas conquistadas, sendo que Martine e Torben são os únicos a atingir esse feito na história do esporte brasileiro. Esportistas como os atiradores esportivos Oscar e Alfred Swahn e os ginastas Albert e Eduard Azaryan são outros casos de pais e filhos medalhistas olímpicos.
É fluente em inglês, espanhol, francês e italiano
Poliglota, a atleta também fala inglês, espanhol, francês e italiano, além da sua língua nativa, o português. Por viajar o mundo inteiro a trabalho ou a lazer, Martine sabe se comunicar em diversos idiomas!
Medalha de ouro conquistada
A jornada das duas medalhas de ouro da dupla foi repleta de desafios até o fim da competição. As conquistas foram nos últimos minutos, com direito a decisões arriscadas, deixando as adversárias para trás.
Fez dupla com Isabel Swan
Com o sonho de disputar sua primeira Olimpíada, Martine se uniu a Isabel Swan, a primeira mulher brasileira medalhista da vela em Pequim-2008. Na tentativa de se classificar, a dupla foi eliminada nas seletivas brasileiras por Fernanda Oliveira, ex-parceira de Swan, e Ana Barbachan.
Amigas de infância e ex-rivais na vela
Antes de se tornarem uma dupla, Kahena e Martine disputavam a classe Optimist, considerada a classe inicial da vela. Nessa modalidade, o barco é pequeno e o controle é mais simples, pois serve para crianças de 7 a 15 anos e com no máximo 60 kg. Rivais no mar, as duas mantinham a amizade fora e tornaram a parceira uma realidade anos depois, já adultas.
A melhor velejadora do mundo em 2014
Martine ganhou o título de melhor velejadora do mundo, eleita pela Federação Internacional de Vela. Ao lado dela, Kahena Kunze também foi prestigiada. Assim, antes delas somente Robert Scheidt e Torben Grael haviam ganhado a premiação.
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que história!!
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Muito bom.
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