Rita de Cássia dos Anjos, vencedora do ‘Mulheres na Ciência’: ‘sempre fui a única preta’

Cássia 16
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Professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a astrofísica Rita de Cássia dos Anjos recebeu o Prêmio L’Oréal-Unesco-ABC Para Mulheres na Ciência na edição deste ano da categoria Ciências Físicas. Especialista em raios cósmicos, a pesquisadora descobriu o interesse por ciência ainda criança por conta da atuação da mãe na área da saúde, como enfermeira. Mestra e doutora em Física pela Universidade de São Paulo (USP), Rita é uma das principais cientistas brasileiras ligadas ao estudo de galáxias starburst e representa grande inspiração para mulheres desta geração e das que ainda estão por vir.

 

 

“Receber esse prêmio foi uma emoção muito grande, porque você sabe que o seu projeto é avaliado por pesquisadores renomados do Brasil todo e isso impulsiona o seu currículo”, conta a cientista em entrevista ao “Portal Geledés“. A paulista se descobriu apaixonada por biologia e física no ensino médio e, com o apoio financeiro de uma das irmãs mais velhas, iniciou a jornada acadêmica que a levaria, aos 36 anos, ao reconhecimento da premiação.

 

Representação feita pela NASA de uma galáxia starburst, objeto de estudo de Rita de Cássia dos Anjos

 

Parte da pesquisa de Rita, as galáxias starbursts são galáxias com altas taxas de formação de estrelas, com alta luminosidade e também com fortes ventos. A partir de dados levantados pelo Observatório de Pierre Auger, na Argentina, que apresentaram uma relação entre a direção de algumas starbursts e partículas com muita energia que chegam até a Terra, a cientista irá analisar a possibilidade de existência de raios cósmicos de alta energia nessas galáxias e se elas têm capacidade de acelerar partículas.

Como explica o “Portal Geledés”, a aceleração de partículas é um importante campo da ciência moderna e pode acarretar em inovações relevantes nas áreas da saúde, da energia e da agricultura.

Conforme avançava no patamar de estudos — da graduação ao mestrado e ao doutorado —, Rita de Cássia percebeu de forma cada vez mais explícita o racismo dentro da Academia. “Eu sempre fui a única pessoa preta ali”, diz ao “Portal Geledés”. “Não tem como uma pessoa preta falar que nunca sofreu racismo. Apesar de todas às vezes terem sido casos velados, eu sempre percebi.”

 

 

Em entrevista, Rita comemora a trajetória e o reconhecimento, mas também aponta as dificuldades enquanto docente em um país que investe cada vez menos em ciência e no ensino superior público.

“É uma alegria muito grande poder participar desse grupo seleto de jovens mulheres cientistas, que, apesar dos desafios que encontram diariamente nos laboratórios, como a falta de verba e de materiais, produzem estudos de alta qualidade e dão retorno à sociedade”, diz.

Com parte da bolsa-auxílio de R$ 50 mil recebida junto com o prêmio, Rita irá ampliar o processamento da rede de computadores nos quais ela e seus alunos fazem simulações na UFPR. A professora universitária também aplicará outra parcela da bolsa nos estudos de seus discentes que não puderem arcar com gastos de mestrado ou de iniciação científica.

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