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Da união das divindades marinhas Fórcis – conhecido como o ‘Grisalho’, habitante da parte remota do Ocidente – e Ceto nasceram as Gréias – criaturas detentoras de um único olho e de um só dente, dividido entre elas – e as três Górgonas, deusas gregas de intensa beleza. Eram elas Esteno, ‘a forte’, Euríale, ‘a que corre o mundo’, e Medusa, ‘a ladina’, das quais somente esta era mortal. Suas faces detinham extrema formosura e seus corpos eram esbeltos.

Medusa vivia com suas irmãs no templo de Athena, deusa da guerra e da sabedoria. Segundo o poeta grego Hesíodo, que escreveu entre 750 e 650 a.C., ela era uma linda mulher com traços elegantes e um cabelo invejável. respeitava os ensinamentos de Athena se mantendo virgem e casta para continuar a exercer o sacerdócio. Entretanto, a sua beleza atraía homens de muitas cidades, que iam ao templo, não para levar oferendas, mas para observá-la. Athena é uma deusa que preza bastante pelo respeito e seriedade. Um exemplo dessa característica consiste na punição que ela estabeleceu para Medusa, que nem sempre foi um monstro terrível.

Um desses homens era o deus Poseidon, tio de Athena, que nunca se entendeu com a sobrinha. Nas histórias lendárias sobre o surgimento da cidade de Athenas, a região da Ática era disputada pelos dois deuses, e coube à população escolher qual deus seria o patrono do local, ou seja, aquele que fornecesse aos habitantes o presente mais útil.

Poseidon criou uma fonte de água e Athena forneceu uma muda de oliveira, útil para fabricação de óleo de oliva. A cidade então a nomeou como padroeira local, o que gerou a rixa familiar entre os dois deuses.

Poseidon tinha consciência de que as sacerdotisas de Athena deveriam ser puras, mas isso não o impedia de cortejar a bela Medusa, que se esquivava constantemente. Cansado das negativas e dominado pela paixão, o deus dos mares decidiu violar a sacerdotisa dentro do templo e em frente à estátua de Athenas que, furiosa, optou por castigá-la.

Pela violação de seu templo, Athena transformou Medusa num terrível monstro. Seus cabelos viraram serpentes, seu corpo criou escamas e os dentes foram transformados em presas de javali. E o pior: a maldição determinava que todos os que olhassem para ela virariam pedra, o que condenou Medusa a uma terrível solidão.

Temidas pelos mortais e pelos deuses, as três irmãs se refugiam na terra paterna, tornando-se vizinhas do reino noturno, governado por Nix, a divindade da Noite. São protegidas pelas irmãs mais velhas e anciãs, as Gréias. Na caverna habitada por elas era comum encontrar seres vivos convertidos em pedra, por terem ousado olhar para elas. Elas são vistas como entidades responsáveis pela proteção do limiar dos mistérios ancestrais. Alguns estudiosos acreditam que as antigas sacerdotisas utilizavam máscaras de Górgonas para distanciarem de si os não iniciados em seus segredos.

Simbolicamente, Medusa era trágica, solitária e figura uma mulher incapaz de amar e ser amada. Odiava os homens, por ter sido seduzida, e também odiava as mulheres, pois não se conformava em ser um monstro.

Até que os guerreiros da Grécia passaram a visitar o local para confrontá-la e tomar sua cabeça como arma.

Perseu foi um guerreiro da mitologia grega. Ele ficou conhecido por matar Medusa, que transformava qualquer pessoa que a encarasse em pedra. Além disso, ele fundou a cidade-estado de Micenas. Perseu era filho de Zeus com uma mortal, Dânae.

O jovem semideus obrigado pelo rei da ilha Cícade a decapitar o monstro — caso não o fizesse, sua mãe seria violada pelo rei. Pedindo auxílio aos deuses, Athena ajudou Perseu a derrotar Medusa, oferecendo-lhe um escudo de bronze e orientando que não olhasse diretamente para a górgona. Com sua ajuda, seu meio irmão, o herói Perseu matou a “Medusa”, não foi só isso: Perseu notou que de uma veia do monstro jorrava um veneno mortal e, na outra, o elixir da vida eterna.

Por fim, após utilizar a cabeça decapitada como arma para vencer seus inimigos, o herói entregou o artefato para Athena, a qual fixou-o como escudo, criando assim o poderoso Aegis.

Quando o herói Perseu derrotou Medusa, uma gota de seu sangue entrou em contato com a água e ouviu-se um grande trovão. Surgiu, então, uma espuma branca sobre a água e um belo cavalo branco com asas emergiu — era Pégasus, filho da relação entre Poseidon e Medusa. Sim, a violação da deusa no templo tinha gerado uma gravidez. Além de Pégasus, o gigante Crisaor também emergiu como fruto da relação entre os dois.

Curiosidades:

As esculturas e pinturas da Medusa decoravam os telhados de templos gregos e acreditava-se que afugentava os maus espíritos.

Os corais do Mar Vermelho são atribuídos ao sangue de Medusa, o qual respingou com a passagem de Perseu quando esse sobrevoou o local com seu cavalo alado.

Do grego, Medusa significa “guardiã”, “protetora” e também “sabedoria feminina”, se considerarmos o culto das amazonas à deusa serpente na Líbia.

Nota: Medusa era uma ninfa, ninfas são as escolhidas das Deusas pra servir ao templo. Medusa chamava muita atenção pela beleza, porem ela escolheu servir ao templo de Athena, pela admiração a deusa. Mas ficou complicado quando Poseidon (que representa o mar, e por isso também o abstrato, as profundezas) viu essa brecha aberta. Athena é uma deusa movida pela lógica, a Medusa pela natureza dela devia ter escolhido o templo de Afrodite, pois Afrodite lida mais com o abstrato, e sabe proteger melhor o tipo de beleza da Medusa. Poseidon sacou essa brecha com a Medusa no templo de Athena e a deturpou pra irritar Athena. Pra arrumar isso, Athena teve que transforma-la nos cabelos de cobras, e todos que olhassem pra ela diretamente viravam pedra… Foi trágico, mas disso tudo nasceu o Pegasus o cavalo branco que voa, representando a pureza.

Por isso é muito importante a mulher se conhecer, pra entender quais as melhores vias pra ela poder ser ela mesma sem invadir nada e se proteger! As Deusas e seus templos são essas vias nas quais as mulheres podem se apoiar.

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