Uma jovem estudante de apenas 17 anos desenvolveu um novo tipo de bioplástico biodegradável a partir do buriti, uma espécie de palmeira originária da Amazônia. Enquanto cursava o terceiro ano do ensino médio, Ana Beatriz de Castro Silva criou três materiais usando diferentes partes do buriti, como a casca, a entrecasca e a polpa do fruto. Cada biopolímero obteve uma resistência, transparência e flexibilidade diferentes.
O buriti (Mauritia flexuosa) é uma espécie de palmeira originária da Amazônia encontrada em diversas partes do Brasil, particularmente no Cerrado. Seu fruto é rico em vitaminas, cálcio, ferro e proteínas. O óleo extraído do fruto é rico em caroteno e tem valor medicinal. Também é utilizado para amaciar, colorir e aromatizar diversos produtos de higiene e beleza. Suas folhas servem para confeccionar artigos como esteiras, tapetes e chapéus.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cada palmeira do buriti chega a produzir de cinco a sete cachos por ano e, em cada cacho, nascem de 400 a 500 frutos. A colheita do buriti garante renda para muitas famílias brasileiras.
Polímeros ecológicos
Com a casca do fruto (epicarpo), Ana Beatriz conseguiu produzir um plástico resistente, propício para aplicação em revestimentos de pisos e paredes. A entrecasca (mesocarpo) deu origem a uma textura especial e transparente, parecida com a do acrílico. Já a polpa do fruto (endocarpo) foi ideal para desenvolver um biofilme: película flexível que pode ser usada na produção de sacolas compostáveis, por exemplo.
Depois de produzir os biopolímeros, a estudante fez a caracterização biotecnológica. Ela testou a opacidade, a resistência química, as propriedades mecânicas e a capacidade de degradação em solo.
Os resultados mostram que a produção do bioplástico a partir do buriti é bastante viável. Sua tecnologia pode ser tanto usada para o desenvolvimento socioambiental como para a criação de alternativas ao plástico para a indústria.
Biodegradável
Ana Beatriz também testou o período de decomposição do material, que se degradou em apenas 15 dias na água e em até 20 dias no solo. Segundo a estudante, o material ainda ajuda na adubação de plantas, servindo como um fertilizante natural.
Pesquisa não para por aí
A estudante pretende dar continuidade à pesquisa, desenvolvendo uma pele artificial com a mesma matéria-prima. “Não quero parar, quero que realmente essa pesquisa se transforme em produtos que beneficiem a sociedade”, diz.
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gosto muito! altas histórias de buriti e bambu!
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